Pesquisa de Inteligência Artificial da Unioeste promove inovação na Agroindústria 20/10/2020 - 17:30

Automatizar uma prensa mecânica extrusora de grãos com extração de óleo a frio. Esse é o objetivo da pesquisa do estudante Cristiano Fernando Lewandoski, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Energia na Agricultura (PPGEA) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). A ideia consiste na inserção de componentes eletrônicos para promover inovação em propriedades rurais, principalmente no segmento da Bovinocultura Leiteira.

O equipamento foi adquirido pelo PPGEA há 10 anos e, até então, servia somente para a extração de farelo de soja e girassol, com praticamente todos os componentes mecânicos e a dependência de um operador humano para o funcionamento. A prospecção de parcerias e recursos financeiros foi essencial para o desenvolvimento da pesquisa, iniciada ainda em 2017, durante o Mestrado do aluno. Na época, o projeto foi contemplado com aporte financeiro de R$ 200 mil.

Segundo o professor orientador do projeto, Reginaldo Ferreira Santos, a criação de bovino leiteiro é uma atividade produtiva comum no Oeste do Paraná. “Essa cultura necessita de alimento volumoso, obtido na forma de pastagem nas propriedades e de concentrado proteico, que normalmente é adquirido na forma de ração ou farelo comercial, onerando o custo da produção”, explica o docente, que também atua Núcleo de Inovações Tecnológicas (NIT) da Unioeste.

Neste ano, já no Doutorado, Cristiano obteve aprovação de uma proposta no Programa Doutorado Acadêmico para Inovação (DAI), uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que visa fortalecer a pesquisa, o empreendedorismo e a inovação, por meio do envolvimento de estudantes em projetos de interesse do setor empresarial.

A Unioeste está inserindo uma série de tecnologias no equipamento, a fim de propiciar competitividade no mercado nacional e internacional. “Implementamos novas tecnologias para cumprir normas e exigências mercadológicas. O principal diferencial é a automação 4.0, desenvolvida para o equipamento, o software de automação e o sistema de cloud, para acesso remoto na nuvem’’, afirma Cristiano.

PARCERIAS – Esse projeto conta o apoio de vários parceiros, tais como: Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundetec), que cedeu o espaço para a instalação do Laboratório do Centro de Desenvolvimento e Difusão de Tecnologia em Energia Renováveis (CDTER); Zaamp, empresa que viabilizou a máquina ao laboratório da Unioeste; e o Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), onde devem ser realizados testes práticos no equipamento.

Até o final de 2020, a máquina deve ser entregue de maneira integral à Zaamp, fabricante de equipamentos, especialistas no desenvolvimento de tecnologia para a transformação de grãos. “A empresa já está utilizando algumas tecnologias compartilhadas nesse novo modelo, mas nos próximos meses vamos entregar a nova versão do software de automação com o sistema de Cloud, que vai garantir segurança aos produtores para trabalhar com outras culturas, além de maior produtividade e qualidade”, conclui Cristiano.