Projeto desenvolvido pela Unioeste é focado na saúde de agentes penitenciários em Francisco Beltrão 21/08/2020 - 13:19

O projeto “Qualidade de vida, sofrimento psíquico e vitimização do trabalhador nas instituições de segurança pública” da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) tem como objetivo estudar as condições de saúde dos profissionais de segurança pública.

Dados coletados pelo projeto indicam que esses profissionais sofrem com diversas dificuldades em seu trabalho, como ambientes insalubres, ritmo intenso de trabalho, refeições curtas, pressões, e outras situações que podem desencadear depressão, fadiga crônica, estresse pós-traumático, problemas no sono e uso de substâncias psicoativas.

O projeto

Criado em 2017, o projeto auxilia na diminuição dos efeitos negativos das condições de trabalho na área penitenciária. Além disso, os dados colhidos também servem de base para pesquisas científicas que ajudam a entender o impacto das condições de trabalho na saúde dos agentes.

O projeto faz parte de iniciativas de fomento à pesquisa em saúde nas Unidades Federativas (UF), que promove o desenvolvimento científico e tecnológico para contribuir na redução das desigualdades regionais.

Estão envolvidos no desenvolvimento das atividades professores e alunos de diversas áreas como: nutrição, medicina, além de pós-graduandos de áreas aplicadas à saúde e pesquisadores da Universidade Fronteira Sul de Realeza e do Departamento Penitenciário do Paraná.

Também participam da ação, profissionais vinculados ao Sindicato Dos Policiais Penais Do Paraná (SINDARSPEN) e do Departamento Penitenciário do Paraná (DEPEN) e, ainda, da 8ª Regional de Saúde do Paraná.

O projeto realiza também atividades de educação continuada e adoção de medidas emergenciais que aliviem a situação de sofrimento psíquico dos trabalhadores penitenciários. “Além de incentivos para pesquisas que aprofundem o conhecimento sobre o impacto das condições de trabalho penitenciário sobre a saúde do profissional”, comenta a coordenadora do projeto professora Dr. Lirane Elize Ferreto.

Ações durante a pandemia

Durante a pandemia, as ações nas penitenciárias se tornam ainda mais importantes para garantir a saúde física e psicológica de todos os integrantes do sistema prisional.

Os profissionais da polícia prisional são os que apresentam maior risco de contaminação, pois ambientes com pouco espaço e ventilação favorecem o contágio pelo vírus.

Nesse sentido, a professora coordenadora do projeto enfatiza a necessidade de medidas de contenção direcionadas à identificação, afastamento e monitoramento dos profissionais da polícia prisional e das equipes de saúde infectados. Essas ações são essenciais para amenizar a propagação da doença dentro das penitenciárias.

Nesse sentido, o Campus de Beltrão também possui ações direcionadas, como o projeto coordenado pela Professora Doutora, Franciele Aní Caovilla Follador, da Fundação Araucária. A ação extensionista Contra o Novo Coronavírus envolve docentes, profissionais de saúde e acadêmicos. As ações atingem a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão e contribuem diretamente no combate à disseminação da doença.

O Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen 2019) aponta que o Brasil possui uma população prisional de 773.151 pessoas privadas de liberdade em todos os regimes, considerando presos em estabelecimentos penais e presos detidos em outras carceragens. Caso sejam analisados presos custodiados apenas em unidades prisionais, sem contar delegacias, o país detém 758.676 presos.