“Uma vida aqui dentro” afirmam servidores com trajetória de mais de 30 anos no HUOP 29/05/2020 - 14:29

O contato direto com o paciente dentro do hospital é geralmente com os médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem. Mas por trás de todo esse trabalho, há também a responsabilidade nas mãos da Sueli Sauter para que tudo isso aconteça. Ela atua no setor da costura, e é quem realiza os ajustes e confecções das roupas hospitalares. Neste ano, nos 31 anos do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (Huop), ela comemora com lágrimas e emoção também os 30 anos na instituição. “Foi meu primeiro emprego. Me apeguei a isso, gosto muito de trabalhar aqui e com a costura. Vou sentir muito falta quando eu precisar me aposentar”, afirma.

Sueli conta que nunca mudou de setor, e chegou a ser a única costureira do hospital. “Teve uma época que o trabalho na lavanderia era apurado, então aprendemos a trabalhar nesse setor também e ajudávamos. Mas nunca sai da costura, quando entrei havia apenas uma vaga, mas agora temos uma demanda bem maior, são várias peças, então temos mais costureiras”, explica.

Quem está há tanto tempo no Huop comenta também as dificuldades enfrentadas ao logo da trajetória. Loidis Barbosa da Silva, atuou nos setores da limpeza, lavanderia, cozinha e agora no lactário. Ela completa 30 anos na instituição, sendo que nesse período, permaneceu por quase 20 anos na cozinha, como copeira. “Passamos por uma época das ‘vacas magras’ e foi bem complicado. Mas agora não tem mais faltado nada. O hospital cresceu muito, aumentou alas, e é muito bom trabalhar aqui. Não pretendo me aposentar tão cedo, inclusive”, comenta.

Quem também viu a evolução do Huop foi a Loreni Aparecido Monteiro Cereza, que completa 31 anos na instituição. Ela ingressou atuando na lavanderia, mas a contribuição foi ainda antes da inauguração, que na época era Hospital Regional. Ela conta que auxiliou na parte da limpeza e acabamento pela construtora responsável pela obra. “Foi meu primeiro emprego quando cheguei em Cascavel, e acabei ficando logo que inaugurou. Na época olhei todas aquelas máquinas na lavanderia e não fazia ideia de como íamos trabalhar. Foi necessário bastante treinamento no início, mas acabei gostando”, diz. Loreni ficou por mais de 20 anos na lavanderia, e há 7 anos, está na costura. “O hospital expandiu muito, e tende crescer ainda mais. É a minha segunda casa. Agradeço muito a oportunidade de trabalhar em um órgão tão maravilhoso. Aqui nascem vidas e renovam vidas”, ressalta.

E a pandemia da Covid-19 não tem assustado essas profissionais. Soeli Carneiro de Souza, atua no setor do apoio, contribuindo com a limpeza, e há 30 anos no Huop, conta que nunca teve receio. “Trabalhei na época da H1N1 dentro da área de isolamento e nunca tive medo, sempre tivemos a precaução e foi tranquilo”, diz. Para ela, que nem imaginava ficar tanto tempo na instituição, poder estar trabalhando nesse momento é gratificante. “Foi meu primeiro emprego, e nem eu sabia que ia ficar 30 anos. É uma vida toda aqui dentro, e é muito bom trabalhar no hospital”, finaliza.