Estudantes da UEM são finalistas em premiação nacional do CFA 11/02/2020 - 17:06

Felipe Garcia Neves e Wesley Cassio Alves Francisco, alunos do último período do Curso de Administração da Universidade Estadual de Maringá (UEM), conquistaram o segundo lugar no Prêmio Guerreiro Ramos de Inovação da Gestão Pública, promovido pelo Conselho Federal de Administração (CFA). Com o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), intitulado “Índice de Governança das Regiões Metropolitanas: um ranqueamento de grandes e médias Regiões Metropolitanas”, os estudantes concorreram na categoria Pesquisa Científica, e receberam premiação em dinheiro, no valor de R$ 3 mil.

O Prêmio visa estimular o desenvolvimento e o compartilhamento de práticas inovadoras, reconhecendo trabalhos que sejam referência para a melhoria da gestão de instituições governamentais. “Essa iniciativa é importante porque estimula a produção científica na área da Administração, com um direcionamento mais pragmático, voltado às soluções para os desafios da Gestão Pública, em relação à sociedade, aos municípios e à comunidade em geral”, declara o orientador do trabalho premiado, professor Fabrízio Meller da Silva, do Departamento de Administração da UEM.

Para os autores, a Gestão Pública vem passando por um processo de transformação, que demanda o aperfeiçoamento das práticas gerenciais, administrativas e governamentais. Inédito no Brasil, o estudo desenvolveu, a partir de dados já existentes, o índice de governança das médias e grandes regiões metropolitanas brasileiras, com população superior a 500 mil habitantes. “O objetivo é mensurar a realidade dos municípios e contribuir para a elaboração de um planejamento mais efetivo e estratégico, com foco em serviços públicos que atendam as demandas dos cidadãos”, afirma Felipe.

Denominado pelos universitários como IGRM, para alcançar o índice proposto foram analisados vários indicadores, tais como: planejamento, qualidade de investimento, equilíbrio previdenciário, custo do legislativo, saúde, educação, segurança, qualidade habitacional e vulnerabilidade social. “A ideia é que esse ranqueamento sirva como ferramenta analítica, em termos de transparência e acompanhamento para os gestores públicos”, ressalta Wesley, apontando também o potencial para estudos acadêmicos no campo da Gestão Pública.

Felipe explica que “ainda é possível correlacionar diversos indicadores e analisar os níveis de influência entre as variáveis que compõem o IGRM”. Por isso, os futuros administradores profissionais sinalizam a continuidade da pesquisa, para que seja utilizada, inclusive, como ferramenta de análise e base de dados no desenvolvimento de artigos científicos e outros trabalhos acadêmicos. “Depois da premiação já foram implementadas algumas modificações e melhorias no estudo”, acrescenta Wesley.

“Do ponto de vista curricular, participar de iniciativas como essa, de abrangência nacional, gera visibilidade, perspectivas dos aprendizados e incentivo para que os estudantes ingressem em programas de pós-graduação”, assegura o professor Fabrízio, que também atua como delegado na Seccional do Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR), em Maringá, no norte central do Estado. “Essa premiação também possibilita oportunidades para contratação de profissionais da Administração em funções de assessoria de gestão estratégica no Setor Público, a fim de garantir níveis de governança e compliance”, conclui o docente.

ESTUDO - O trabalho desenvolvido por Felipe Neves e Wesley Alves resultou em dois agrupamentos de regiões metropolitanas brasileiras. No primeiro grupo, entre 31 regiões analisadas, com população entre 500 mil e 2 milhões de habitantes, a Região Metropolitana de Londrina é a mais bem avaliada do Estado do Paraná, com pontuação 6,77, ocupando a 13ª posição geral do IGRM.

As regiões metropolitanas de Maringá (14ª) e de Cascavel (15ª) vêm na sequência, com 6,58 e 6,53 pontos, respectivamente. Já a Região Metropolitana de Curitiba figura em outro grupo, que reúne as regiões brasileiras com população superior a 2 milhões de pessoas. Com IGRM 6,61, a região metropolitana da capital paranaense ficou no sexto lugar do ranking. Ainda segundo o IGRM, essas quatro regiões paranaenses apresentam médio nível de governança.

Clique aqui e confira os resultados obtidos pela pesquisa.

PRÊMIO - O Prêmio Guerreiro Ramos de Inovação na Gestão Pública foi instituído em 2010, pelo Conselho Federal de Administração (CFA), com a proposta de reconhecer e valorizar pesquisas e ações de estudantes e profissionais da Administração, no âmbito da Gestão Pública brasileira. A premiação contempla duas categorias: Pesquisa Científica e Práticas Inovadoras; e prêmios pagos em moeda corrente nacional, cujos valores líquidos de impostos variam entre R$ 1.500 a R$ 10 mil.

A primeira categoria é destinada a estudantes de Administração, com trabalhos que evidenciem um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados em métodos científicos, capazes de produzir conhecimento e de identificar soluções relacionadas aos desafios da Gestão Pública. Na segunda modalidade, concorrem profissionais da Administração, com práticas inovadoras de gestão na Administração Pública, que comprovem melhorias em serviços prestados aos cidadãos.

O nome da premiação é uma homenagem ao sociólogo e político Alberto Guerreiro Ramos, baiano, nascido em 1915. Autor de dez livros e de inúmeros artigos, publicados em inglês, francês, espanhol e japonês, ele morreu em 1982, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Figura de grande relevância para as Ciências Sociais no Brasil, principalmente em relação às questões raciais, as ideias de Guerreiro Ramos continuam influenciando intelectuais e pensadores de todo o mundo, especialmente nos campos da Sociologia e da Política.