Pesquisa aponta que geração de empregos é central na retomada econômica do Estado 17/09/2020 - 16:27

Um estudo desenvolvido por pesquisadores das Universidades Estaduais e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre a estrutura produtiva do Estado do Paraná e seus  setores prioritários destacou que a geração de empregos deve ser uma das principais preocupações no processo de retomada econômica. Para acessar a pesquisa completa clique aqui

A pesquisa, que contou com a participação de professores das Universidades Estaduais de Londrina (UEL), do Paraná (Unespar), do Norte do Paraná (UENP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), também serviu como base para a elaboração da Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, proposta pela Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

 A política prevê investimentos em quatro eixos estratégicos: Universidade – Empresa; Inovação para Micro e Pequenas Empresas (MPEs); Universidade 5.0 e Desenvolvimento Regional Focado em Inovação.

“O conjunto de ações proposto pela Seti para potencializar a retomada econômica no Paraná, tem como base diagnósticos que foram desenvolvidos por pesquisadores das universidades estaduais. As pesquisas foram fundamentais para compreender de que maneira as nossas instituições podem contribuir com a retomada rápida do setor produtivo em diferentes setores da sociedade”, destacou o superintendente da Seti, Aldo Bona.

CADEIA PRODUTIVA - O estudo utilizou o instrumento de análise chamado de matriz insumo-produto. A ferramenta é capaz de mapear a estrutura produtiva de diferentes setores que existem no Estado, correlacionando com o Brasil e com outros países.

“A matriz oferece uma base de dados que ajuda a compreender a complexidade econômica do Paraná. É possível identificar qual a demanda por matéria-prima de um determinado setor/empresa e quanto de matéria prima ela está comprando fora do Estado, fazendo com que os empregos sejam gerados em outras regiões”, destacou o professor da UENP e coautor da pesquisa, Paulo Rogério Alves Brene.

O estudo considerou as características de geração de produção, emprego, rendimento, empresas e de emissão de dióxido de carbono como setores-chave para elencar as principais áreas produtivas.

Os resultados apontam que os setores com mais capacidade de geração de empregos diretos e indiretos são: vestuário, couro e calçados; veículos de transporte não automotores; comércio; alojamento; saúde; alimentação; desenvolvimento de sistemas e serviços de informação; serviços de arquitetura e engenharia; atividades de vigilância e segurança; atividades administrativas e organizações associativas.

 “Os setores de vestuário, comércio, alojamento e alimentação necessitam de auxílio para recuperação e aumento do número de empregos formais, pois estão entre os que mais sofreram com a pandemia do novo coronavírus. Esses setores também possuem, historicamente, um papel central no desenvolvimento do Paraná”, destacou Brene.

Segundo o boletim conjuntural elaborado pelas secretarias da Fazenda e do Planejamento e Projetos, os setores que apresentaram quedas nas vendas no mês de agosto foram restaurantes e lanchonetes (-40%), calçados (-25%), vestuário e acessórios (-16%) e veículos novos (-10%). Os percentuais de queda foram os mais baixos desde março, o que demonstra uma reação dos setores.

NOVAS TECNOLOGIAS – O estudo aponta que setores como a educação dependem das novas tecnologias para executar as atividades remotas. “O estímulo à atividade produtiva também pode acontecer por meio da inovação tecnológica e do surgimento de novas soluções digitais. A pandemia acelerou uma tendência de mercado do consumo de produtos online”, ressaltou Brene.

Um exemplo de solução tecnológica desenvolvida pelo Governo do Estado é a plataforma Aula Paraná. Uma pesquisa do Datafolha, publicada no mês de agosto, classificou o aplicativo entre as melhores soluções de aulas durante o período de pandemia, comprovando também os dados apontados pelo Business Intelligence, sistema próprio de monitoramento da plataforma, que indicam uma alta adesão dos alunos e professores do Estado.

O sistema conta com três canais digitais de tevê aberta, aplicativo de celular com internet gratuita, canal Aula Paraná no Youtube, salas virtuais do Google Classroom e materiais impressos. Esse conjunto fez com que o acesso às aulas remotas seja amplo.