Os bons resultados obtidos no Enade 2007 são, para professores e alunos de instituições de nível superior paranaenses, reflexo do trabalho conjunto que vem sendo realizado desde 2003 entre o Governo do Estado e as universidades. “A mudança da grade curricular, a titulação dos professores, que são todos mestres e doutores, e a melhoria da infra-estrutura básica colaboraram para o bom desempenho do curso”, destaca Protásio Vargas Neto, coordenador do projeto de Clínicas Odontológicas da Universidade Estadual Ponta Grossa (UEPG).
Somente este ano a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) recebeu recursos da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no valor de R$ 150 mil. O curso de Farmácia da Unicentro, que formou sua primeira turma em 2007, teve nota 4 no Enade e nota 5 no Indicador de Diferença de Desempenho. Segundo o professor Najeh Maissar Khalil, do departamento de Farmácia, o bom resultado se deve ao apoio da direção da universidade ao curso, a infra-estrutura, ao aluno, que tem nível elevado, e ao fato de a maior parte dos professores serem doutores. O Laboratório de Análises Clínicas e a Farmácia Escola da Unicentro foram implantados com auxílio da Secretaria do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, com recursos de mais de R$ 400 mil.
De acordo com Marli Miriam de Souza Lima, professora do departamento de Farmácia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), os investimentos do governo na qualificação do corpo docente das universidades são outro ponto a ser destacado. “Certamente a alta qualificação dos professores de Farmácia teve um peso muito grande para a conquista desse mérito, mas temos que destacar também o empenho dos alunos. Nós todos temos trabalhado muito para isso e dando condições para que os alunos obtenham a melhor capacitação possível, que, sem dúvida, refletirá em uma melhor inserção no mercado de trabalho”, disse.
Igor Fernando Escanfelli da Silva, estudante do 4º ano de Farmácia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) afirma estar muito satisfeito com os resultado alcançados. “É um ponto positivo que mostra um indicativo de que a nossa formação está indo no caminho certo. Devemos fazer desse resultado mais uma motivação em busca de melhorias para a qualidade de ensino e para a capacitação dos alunos e dos professores”, disse.
As professoras Eliane Alves, coordenadora do Colegiado do Curso de Enfermagem, e Marlene Neri, coordenadora do Colegiado de Farmácia da UEL, contam que a nota máxima no Enade foi conseqüência de um trabalho árduo. “Apenas 25, de 3.239 cursos das áreas de Agrárias e Ciências da Saúde, de todo o Brasil, conseguiram essa posição”, afirma Elaine. Ela acrescenta que a dedicação dos professores do curso de Enfermagem, somada à boa infra-estrutura oferecem o melhor ensino possível. “A média de horas-aula por docente do departamento na graduação é de 18 por semana, embora o regulamento da UEL exija apenas oito. Está aí um exemplo concreto de nosso esforço”, acrescentou.
A professora Marlene também destaca a qualificação e o compromisso dos professores de seu departamento com o curso de Farmácia. “As metodologias ativas de ensino estão presentes não apenas na integração multidisciplinar, mas também nas inúmeras oportunidades oferecidas aos alunos no âmbito da pesquisa, da extensão e da prestação de serviços. Aqui o aluno faz estágio desde que entra no curso”, disse.
No curso de Farmácia da UEL os alunos encontram um laboratório de farmácia industrial equipado, fazem a prática de análises clínicas no laboratório do Hospital Universitário e, na área de alimentos, encontram infra-estrutura de primeira linha. “É nessa área que a UEL tem seu mais antigo e bem conceituado programa de mestrado e doutorado. Vemos que, dos nossos estagiários que vão para indústrias farmacêuticas, quase sempre em outros Estados, pois em Londrina só temos duas, 80% acabam sendo contratados por elas, observa a professora. O curso terá em breve a farmácia-escola, antiga reivindicação do curso. O prédio, de 450 metros quadrados, está quase pronto”, contou.