Hospital Universitário de Londrina realiza primeiro transplante de pele 15/05/2008 - 17:07

O Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Universitário de Londrina (CTQ) realizou, no último dia 25 de abril, o primeiro transplante de pele em paciente internado, desde que as instalações foram inauguradas, em agosto do ano passado. O paciente é o menino Davi de Melo Viana, de 12 anos, do município de Nova Londrina. Ele queimou 47 por cento da área corporal (pernas e abdômen) quando tentou acender lenha usando álcool.
O Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Universitário foi inaugurado junto com as obras de reforma da Unidade de Internação Feminina e a formalização de uma série de convênios, totalizando um investimento do governo do Estado no valor de R$ 10 milhões para a Universidade Estadual de Londrina (UEL).
No ato de entrega das obras, a secretária de Estado Lygia Pupatto, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, destacou a importância de um sonho concretizado, que é  o Centro de Tratamento de Queimados. “Essas concretizações fazem alavancar um desenvolvimento mais homogêneo em toda nossa região Norte”, disse Lygia.
O CTQ é um dos mais modernos do país e oferece atendimento especializado a adultos e crianças de Londrina e região, vítimas de queimaduras de primeiro a terceiro graus, que antes eram encaminhadas para Curitiba. Também vai proporcionar treinamento e capacitação profissional para alunos de graduação e pós-graduação e docentes da Universidade Estadual de Londrina.

Transplante

Segundo o cirurgião plástico Leandro Luiz Toledo, que realizou o procedimento, 10 por cento do transplante foi feito com pele do próprio paciente. O restante foi enxertado com pele de doador fornecida pelo Banco de Pele de Porto Alegre (RS). A diferença entre os dois enxertos, é que no primeiro caso o transplante é definitivo e, no outro, a pele cai em menos de 30 dias, em média, e depois precisa de um novo enxerto.
"O transplante feito com pele de outra pessoa e que, portanto, não é definitivo, é muito importante para estabilizar o quadro geral do paciente queimado, promover a melhora clínica e nutricional para propiciar uma condição ideal para o enxerto definitivo feito com pele do próprio paciente", explica o médico.
O procedimento, segundo o médico, foi um "grande sucesso" com a incorporação de toda a pele transplantada. O paciente, segundo a equipe, terá ainda que se submeter a novos procedimentos para o término do tratamento.
O cirurgião plástico cita ainda outras vantagens do transplante de pele como a diminuição da perda hídrica e protéica, a melhora da imunidade e da qualidade nutricional e a redução do risco de infecção.
Com a disponibilidade de pele para o emprego da técnica, o CTQ de Londrina se consolida como uma das grandes referências no País no tratamento desta patologia.
A equipe que participou do procedimento foi formada pelos médicos Leandro Toledo (cirurgião plástico), Reinaldo Minoru Kuwahara (cirurgião infantil), Akira Motomatsu Júnior (pediatra) e pela enfermeira Margarete de Araujo Andrade, entre outros.