Patentes obtidas por pesquisadores da UEM trazem benefícios em diferentes áreas 25/04/2019 - 13:39

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Quatro das mais recentes patentes obtidas por pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) estão trazendo inovações no segmento de congelamento rápido de carne de frango, na área hospitalar, na perfuração de solo e remediação de poluentes. Os inventos marcam a celebração do Dia Mundial da Propriedade Intelectual, comemorado nesta sexta-feira (26).
 
Os três produtos desenvolvidos tem, em comum, a participação do professor Flávio Clareth Colman, do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM), mas, envolvem, individualmente, a atuação de outros docentes, pesquisadores e alunos de pós-graduação.
 
Um dos produtos é o equipamento para uso em frigoríficos de frango capaz de fazer o congelamento rápido de uma camada superficial (pele) das coxas-sobrecoxas desossadas de frango para permitir o corte kakuguiri.
 
O equipamento é modular e esta característica é no sentido de oferecer uma versatilidade em poder ser expandido de acordo com a demanda produtiva. A refrigeração da carne de frango é feita por meio de jatos colidentes gerados por um conjunto de ventiladores e bicos injetores com geometria retangular dispostos ao longo da esteira transportadora.
 
O aparelho permite ainda ajuste da velocidade da esteira transportadora de modo a regular o tempo de congelamento do produto para satisfazer as condições necessárias ao corte. O dispositivo foi desenvolvido como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), e tem, além da participação de Flávio Colman, o envolvimento de Paulo Vinícius Trevizoli, Mário César Ota Kawabata, Ricardo Toshiyuki Kato, Reginaldo de Araújo Silva, Ricardo Rogério de Santana e Júlio César Dainezi de Oliveira.
 
Outra invenção é a mesa ortostática com dobradura, que foi projetada buscando agregar funções ao equipamento hospitalar utilizado na recuperação, por meio de fisioterapia, de pacientes com lesão medular espinhal, paralisia cerebral ou até mesmo mielomeningocele.
 
A máquina desenvolvida pelos inventores tinha como foco, além de facilitar o tratamento do paciente na posição ortostática (em pé), o de permitir tratamento na posição sentada. Para que isso ocorresse, foram criadas articulações na estrutura, na altura dos joelhos e das costas, para possibilitar que a prancha se torne uma cadeira de rodas. Diversos ajustes foram implementados na tentativa de melhorar o uso do equipamento, como por exemplo, o sistema de imobilização de quadril.
 
A ferramenta também é fruto de um TCC e a projeção do dispositivo reuniu Flávio Colman, José Maria Milani Pessanha de Paula Soares, Luiza Helena Costa Dutra Sousa, Ligia Venancio Froening e Rodrigo Rasteli.
 
O terceiro artefato patenteado é a ponteira para perfuratriz horizontal de solo. Direcionada à perfuração de solo silte argiloso, com chanfro de 60º e quatro furos equidistantes para a passagem de água, o instrumento permite o escoamento ou compactação da sobra de terra retirada pelas laterais e a perfuração direta de 14 metros com declividade padronizada.
 
Estes parâmetros asseguram que o trabalho seja feito por perfuratrizes de dimensões reduzidas e com isto diminui o impacto na destruição de calçadas e ruas, além de possibilitar maior agilidade na recuperação final da pavimentação superior, cuja diminuição de tempo de recuperação torna o processo menos oneroso e mais limpo. Desenvolvida como projeto de Iniciação Científica, a ponteira contou com a participação de Luiza Helena Costa Dutra Souza, Thiago Augusto Rodrigues e Danilo Toledo da Silva, além do envolvimento de Flávio Colman.
 

Carvão Ativado Microporoso Obtido da Vagem de Flamboyant

 

O “Carvão Ativado Microporoso Obtido da Vagem de Flamboyant”, cuja carta-patente foi outorgada em novembro de 2018, foi desenvolvido a partir de um vegetal que não teria uso e se tornou composto bastante útil à indústria e a sociedade como um todo.

 

 
Como resultado prático, os idealizadores produziram um material eficaz para remediação de poluentes, usado, por exemplo, em: remoção de corantes em solução; desintoxicação, desodorização ou descoloração de substâncias das indústrias farmacêuticas, químicas e alimentícias – nestas, também com retirada de sabor, cor e cheiro indesejáveis; purificação de água; purificação do ar e tratamento da emissão de gases, podendo ser utilizado em ar condicionado, máscaras de proteção, filtros de cigarros e na captura de gases poluentes da combustão da gasolina.
 
“O carvão ativado é constituído essencialmente por carbono e apresenta elevada área de superfície. Quanto maior a área superficial, maior a capacidade de adsorver (fixar) compostos orgânicos, inorgânicos ou mesmo gases”, explica o autor principal da invenção, Vitor de Cinque Almeida, doutor em Química e professor do Departamento de Química da UEM.
 

A pesquisa sobre o carvão ativado a partir das vagens da árvore de flamboyant foi a primeira investigação que Almeida fez enquanto docente do Programa de Pós-Graduação em Química (PQU) da UEM, desde 2009, com envolvimento dos pesquisadores Alexandro Manolo de Matos Vargas, Ervim Lenzi e Willian Ferreira da Costa.