Programa garante ao magistério do Paraná formação continuada 27/02/2007 - 15:30

As Secretarias da Educação e da Ciência e Tecnologia assinaram nesta terça-feira (27) com as universidades estaduais, com a UFPR e com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) um termo de cooperação técnica que vai implantar o maior programa de formação continuada do magistério estadual: o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).
As universidades estaduais a serem envolvidas no programa são a UEL (Londrina), UEM (Maringá), Unioeste (Oeste do Paraná), UEPG (Ponta Grossa) e Unicentro (Centro-Oeste). O acordo foi assinado nesta terça-feira (27) pelo governador Roberto Requião e pelos reitores das universidades durante reunião da Escola de Governo.
O programa vai oferecer, a cada ano, 1.200 vagas para um curso de pós-graduação, semelhante ao de mestrado, com o objetivo de dar um salto de qualidade no ensino público do Paraná. A capacitação dos professores terá a duração de dois anos, com 1.060 horas/aula, e vai ser realizado com estudos e atividades orientadas nas universidades.
Além disso, serão realizados trabalhos com grupos de professores das escolas da rede estadual e promovida a certificação do curso junto com as universidades. “O PDE vai proporcionar a articulação entre o saber universitário com a necessidade de formação continuada dos nossos professores da educação básica”, afirmou o secretário da Educação, Maurício Requião.
A aula inaugural do PDE será no dia 12 de março, no Centro de Convenções de Curitiba, com palestra do professor Gaudêncio Frigotto, que vai falar sobre a articulação entre a Educação Básica e o Ensino Superior.
Segundo Maurício Requião, a implantação do PDE traduz o empenho do governo paranaense na valorização constante do professor e, ao mesmo tempo, representa um salto qualitativo na educação pública do Paraná. “O programa não vai beneficiar apenas os professores selecionados, mas terá um caráter multiplicador, de formação em rede”, explicou. Cada professor terá o compromisso de formar grupos de estudo com até 35 outros professores estaduais de sua área de atuação, para partilhar os conhecimentos.
Para a secretária da Ciência e Tecnologia, Lygia Pupatto, a execução do PDE é a consolidação da política do ensino público do governo do Estado. A secretária lembrou que era reitora da UEL quando o secretário Maurício apresentou o PDE. “Foi um desafio trazer essa discussão para o interior de uma instituição que não tinha essa cultura. Depois de um processo de discussão com reitores e professores, hoje o programa é parte institucional nas universidades”, afirmou.
O Paraná possui atualmente sete universidades públicas com 112 cursos de licenciatura em 14 áreas de conhecimento. Um total de 75% do corpo docente é formado por mestres e doutores. Os investimentos em educação se revelam no percentual de alunos oriundos da rede pública que passam no vestibular: 64% de aprovação na UFPR e 68,3% nas universidades estaduais.
O reitor da UEM, Décio Sperandio, lembrou que o convênio tem mão dupla. “Ao auxiliar na formação dos professores, as universidades terão um contato direto com a realidade do ensino básico, vão conhecer as demandas do ensino e, assim, melhorar nossos cursos de licenciatura”, destacou.
Promoção salarial - Além do ganho em qualidade, o programa vai habilitar os professores, ao final do programa, à promoção e progressão automáticas para o Nível III da carreira, instituído no Plano de Cargos, Carreira e Salário aprovado pela atual administração em 2004.
Reivindicação histórica do magistério paranaense, a implantação do Nível III assegura aumentos progressivos de salário de até 71% em relação ao maior vencimento atual dos professores. Os professores dos grupos de estudos, formados pelos professores PDE, vão ter igualmente direito a promoções na carreira com o conseqüente aumento nos vencimentos.