Quilombolas de Palmas se aproximam da titulação das comunidades 04/04/2008 - 18:08

Um convênio que vai envolver comunidades quilombolas - inclusive as de Palmas, na região Sul do Estado - está em fase de estudos e negociação entre o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI) e cinco universidades estaduais. O convênio será inserido no Programa Universidade Sem Fronteiras, da SETI.
Para viabilizar o trabalho, representantes do Incra e da SETI estiveram no bairro São Sebastião, na última terça-feira (1), onde está localizada a comunidade Maria Adelaide Trindade Batista e conversaram com as lideranças. Inclusos em estudos antropológicos do Incra e da SETI, os remanescentes palmenses devem receber professores, estudantes e recém formados de universidades envolvidas num convênio que vai contribuir para a regularização das comunidades.
De acordo com a asseguradora da regularização quilombola do Incra, Gabriele Diez, sete relatórios serão elaborados até que seja feita a titulação da comunidade e, este primeiro, um laudo antropológico, busca mais sobre a história e a cultura dos remanescentes de quilombos. Ela informou ainda que, incluindo Palmas, 22 comunidades devem ser visitadas em três semanas.
O convênio contará com a atuação de professores, estudantes e recém formados das cinco universidades envolvidas, sendo que uma delas tem campus no município de Francisco Beltrão, próximo de Palmas. O financiamento e a fiscalização ficam por conta do Incra, que dispõe de técnicos e antropólogos.
A SETI ficará responsável pelos recursos humanos: agentes que colocarão em prática a política de aproximação com os ambientes externos à universidade. "Capacitamos estudantes e recém formados para depois internalizar as pesquisas", afirmou o coordenador de Projetos Estratégicos e de Inovação Tecnológica da SETI, Anibal Rodrigues. Segundo ele, desde o ano passado o programa Universidade sem Fronteiras tem 164 projetos distribuídos em 124 municípios, todos referentes à extensão universitária nas áreas de pecuária leiteira, agricultura familiar, licenciatura e inclusão social.
Os projetos atingem uma região do Paraná que tem um dos menores índices de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). "Palmas não tem o menor índice, mas concentra muitas pessoas com renda muito baixa", justifica Rodrigues. Ele adianta que até o final de 2008, em torno de mais 130 projetos devem ser aplicados. "A intenção é diminuir as distâncias entre universidade e comunidade, em especial criar a ligação com os quilombolas", afirma. Conforme Rodrigues, um convênio como este, realizado com estudantes, resulta mais positivamente do que se feito com uma empresa.