Requião participa de soltura de alevinos na baía de Paranaguá 12/02/2007 - 14:10

10/02/2007
O governador Roberto Requião e o vice-governador Orlando Pessuti participaram neste sábado (10), no Iate Clube de Paranaguá, da soltura de 30 mil alevinos de robalo no mar como parte do Programa de Repovoamento do litoral do Paraná com peixes de espécies nativas. Este foi segundo lançamento de robalos em 15 dias, o que totaliza 95 mil alevinos.
O projeto prevê até o final do ano o repovoamento das baías de Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba com 2 milhões de alevinos, produzindo cerca de 67,5 toneladas de peixes em dois anos e 60 mil matrizes, que originarão outros 4,5 milhões de alevinos. Mais de 100 famílias de pescadores artesanais da região serão beneficiadas com a iniciativa. Ao todo, estão sendo investidos R$ 27 milhões no Programa.
“Não pouparemos recursos para recuperar nossos rios e mares”, disse o governador Roberto Requião. “Temos que agir com dureza em beneficio dos pescadores paranaenses, e os órgãos de fiscalização serão rigorosos contra a pesca predatória. Com este projeto, daqui a cinco anos teremos o que tínhamos de peixes há 50 anos”, declarou.
Requião disse ainda que o governo irá financiar a compra de equipamentos para estimular a pesca esportiva. “Na próxima década, a situação da pesca no litoral será outra. Estimularemos a pesca esportiva e os pescadores terão salários decentes, podendo ganhar em um dia o que, atualmente, ganham em um mês. A fiscalização contra a pesca predatória deve ser dura e feita com a firmeza necessária e isso não afetará os pescadores porque nós estamos garantindo o seu futuro”, ressaltou o governador, que entregou ainda três barcos e um carro para o escritório da Emater, responsável pela coordenação do Programa.
Para o vice-governador Orlando Pessuti, o programa de repovoamento de rios simboliza a importância que o governo dá à preservação do meio ambiente para as futuras gerações. “Estamos trabalhando pelo desenvolvimento sustentável. Este programa aliado, à recomposição da mata ciliar e construção dos corredores de biodiversidade, irá resgatar uma parcela do que já foi perdida da natureza com a exploração desordenada”, destacou Pessuti.
O robalo está escasso no litoral devido à pesca predatória e o repovoamento com alevinos no tamanho apropriado tem ação 10 a 15 vezes mais eficaz que a produção natural da espécie, protegendo-os da predação natural.
A secretária de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, explicou que dois projetos desenvolvidos pelas Universidades do Paraná estão sendo fundamentais para o sucesso do Programa de Repovoamento. “Um deles trata do rastreamento genético, através de marcadores moleculares, que vai permitir a obtenção de informações sobre o êxito do Programa. Além disso, um banco de sêmen de espécies nativas, atualmente com mais de 12 mil doses de sêmen congelado, vai propiciar aos laboratórios de piscicultura a disseminação das espécies de reprodutores selecionados”, relatou a secretária.
O coordenador técnico do projeto pela prefeitura de Paranaguá e engenheiro de pesca, José Maria Moura Gomes, relatou que o robalo está tão raro que durante uma semana equipes do projeto tentaram encontrar nas peixarias uma peixe adulto para produção do vídeo de apresentação do Programa. “É visível a importância de um programa como este, que é o sonho dos engenheiros de pesca paranaenses. Estamos tentando há 30 anos desenvolver algo semelhante, e agora o governo do Paraná está nos dando esta oportunidade”, mencionou José Maria.
Cultivo comercial – A produção de larvas e alevinos de robalo tem sido desenvolvida com o propósito de viabilizar o cultivo comercial em cativeiro e o repovoamento consciente das baías do litoral paranaense. “Além disso, atuamos na conscientização dos pescadores sobre a importância de recuperar os estoques pesqueiros e utilização sustentável dos recursos naturais”, afirmou o coordenador do projeto pela Emater, engenheiro de pesca, Ivanildo Silva. Segundo ele, é necessário respeitar as medidas mínimas de abate da espécie, que é de 35 centímetros, quando este já fez, pelo menos, uma “desova”.
A piscicultura marinha – em especial os robalos – apresenta grande potencial para o cultivo e também é muito procurada para pesca esportiva, com preços de venda bastante elevados.
O repovoamento de mares com o robalo vai beneficiar diversas comunidades pesqueiras com o aumento da oferta desta espécie, que dificilmente se reproduz em laboratório por ser um predador voraz. O robalo se alimenta de moluscos e pequenos peixes, inclusive da própria espécie.
O robalo-peva pode atingir 50 centímetros e pesar até 5 quilos. Existem diversas espécies de robalos, que são peixes carnívoros e se alimentam, preferencialmente, de pequenos peixes e crustáceos. O robalo-flecha tem coloração acinzentada no dorso, esbranquiçada no ventre e uma lista lateral separando essas duas cores. Pode chegar a 1,20 m e pesar 25 quilos.
A ação faz parte do Programa de Desenvolvimento da Pesca e Aqüicultura, coordenado pela Secretaria de Agricultura e Emater com apoio da Secretaria do Meio Ambiente e prefeituras municipais. Além do repovoamento de rios e mares, o programa prevê o cultivo de espécies marinhas.
Participaram ainda da soltura de alevinos os prefeitos de Paranaguá, Morretes, Antonina e Pontal do Paraná, o diretor do Lactec, Aldair Rizzi e técnicos da Emater e Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.