Secretaria defende cooperação internacional baseada em redes de pesquisa 02/04/2008 - 17:33

A integração em redes de pesquisa científica e tecnológica pode tornar a cooperação internacional entre universidades brasileiras e alemãs muito mais eficiente. A proposta foi defendida nesta quarta (2), durante seminário realizado na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, pela coordenadora de C&T da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Jackelyne Corrêa Veneza. Promovido pelo governo brasileiro e pelo DAAD – organismo alemão que promove o intercâmbio de estudantes, professores e pesquisadores --, o seminário reuniu dirigentes de instituições de ensino e pesquisa públicas e privadas dos dois países.
Segundo a coordenadora, o trabalho em redes de cooperação fortalece a pesquisa e racionaliza recursos, entre outras vantagens – atualmente, as redes apoiadas pelo governo estadual somam vinte e contemplam todas as áreas do conhecimento. Durante o evento na UFPR, Jackelyne Veneza apresentou às instituições alemãs o sistema estadual público de ensino superior e de ciência e tecnologia, bem como as principais áreas de interesse para cooperação com a Alemanha: Bioenergia, Meio Ambiente, Nanotecnologia e Ciências Sociais e Políticas. “Quando pensamos em cooperação também pensamos em Humanidades”, ressaltou a coordenadora, que também falou sobre o maior programa de extensão universitária e de inclusão social do país -- o “Universidade Sem Fronteiras”.
Profissionalização
De acordo com os participantes do seminário, a profissionalização da cooperação internacional depende de vários fatores. Para o embaixador Sérgio Curi, que participou do evento, é importante multiplicar os acordos de cooperação internacional e atingir maior número de instituições de ensino e de pesquisa. “Os estudantes brasileiros que passam um tempo na Alemanha voltam com uma outra visão de mundo”, afirmou o reitor da UFPR, Carlos Moreira Júnior. O Conforme a diretora do escritório da DAAD no Brasil, Gabriele Althoff, o país mais atraente da América Latina para os estudantes alemães é o Brasil. “Mas a Alemanha, que se internacionaliza cada vez mais, também quer os estudantes brasileiros”, disse, anunciando, em seguida, a assinatura, em maio deste ano, de um novo acordo de cooperação internacional entre os dois países. Hoje, o país que mais envia estudantes estrangeiros à Alemanha é a China (cerca de 25 mil ao ano), seguida da Bulgária e da Polônia.
Johann Gerlach, membro da diretoria do DAAD, lembrou que, na década de noventa, estudantes preferiam estudar em países de língua inglesa, principalmente os Estados Unidos. Segundo ele, atualmente essa questão está sendo revista por vários países europeus. “Algumas universidades da França, por exemplo, já oferecem cursos em língua inglesa como forma de atrair estudantes estrangeiros”, anunciou. “A cultura é uma tarefa pública, não é como um negócio”, disse ainda. Ele também falou sobre o Consórcio Gate Germany, que têm recursos do governo alemão e de várias universidades européias para promoção da cooperação internacional sob o ponto de vista do desenvolvimento humano.