Seti em lançamento de produto inédito que controla a infecção 24/10/2007 - 17:30

31/10/2007
O Centro de Produção e Pesquisas de Imunobiológicos, da Secretaria de Estado da Saúde, para lembrar seus 20 anos de fundação, lançou o Indicador Biológico para calor seco (estufas) que monitora a esterilização de material cirúrgico e controla a infecção. Com o slogan "Produzindo e pesquisando em busca da excelência", o evento reuniu cerca de 150 pessoas. A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Pupatto, foi representada pelo coordenador geral da Unidade Gestora do Fundo Paraná , Nivaldo Rizzi.
O diretor do Centro, Rubens Gusso, anunciou o lançamento do Indicador Biológico para calor seco (estufas) que monitora a esterilização de material cirúrgico e controla a infecção em procedimentos médico-hospitalares. Inicialmente, o produto será distribuído para a rede de saúde do Paraná e posteriormente para o Brasil. Gusso destacou que esse Indicador ajuda a reduzir a contaminação dos equipamentos utilizados nos centros de saúde. "Com a esterilização dos equipamentos, há uma redução dos índices de infecção hospitalar, e pode evitar que as pessoas fiquem doentes dentro dos hospitais".
O vice-governador Orlando Pessuti, proferiu palestra sobre a consolidação do Estado como produtor de soros, vacinas e imunobiológicos especiais. Segundo ele, o Centro é uma luta de pessoas que estão envolvidas e comprometidas com a saúde pública do Estado e do País. "As pessoas que trabalham nesta área precisam ver e enxergar, ouvir e entender e precisam, além de fazer, estar totalmente comprometidas com a causa", afirmou. Pessuti destacou ainda que o envolvimento com o Centro é total, quer seja no interior do Estado, participando do Paraná em Ação, quer seja em reuniões internas para benfeitorias do Centro.
O secretário de Saúde, Gilberto Martin, destacou a importância do CPPI para a produção e distribuição de insumos para o Paraná, para o Brasil e outros países. Martin disse que a dedicação na função é importante para quem faz a opção em saúde pública. Para essa área tem que se dedicar de corpo e alma". O CPPI conta com 52 funcionários que possuem desde o ensino fundamental até doutorado.
Martin ressaltou também a conquista da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) para a população ao afirmar que é o maior plano de inclusão social do país e que a luta para conseguir alguns parágrafos na Constituição brasileira foi dolorosa, mas vitoriosa. "Quem vive a saúde pública atualmente sabe o que significou a importância do SUS na Constituição".
Ele disse que o SUS não é somente o pronto-socorro de um hospital, a fila de espera ou as matérias negativas na imprensa. Para ele, o Sistema é todas as instituições que fazem a saúde pública do país ir adiante. "É com recursos do Sistema Único de Saúde que o CPPI produz os soros e salva vidas. O SUS está voltado para os interesses da população", disse.
Para Nivaldo Rizzi, coordenador geral da Unidade Gestora do Fundo Paraná/SETI, a ciência, tecnologia e inovação na área da saúde não acontecem somente pelo simples exercício de se criar idéias de um pesquisador, mas em conseqüência de vários componentes. "Quando pensamos em ciência e tecnologia no país, devemos sempre pensar no compromisso com o Sistema Único de Saúde. Essa é a questão central que nos norteia, como cidadãos e dirigentes políticos", afirmou.
Rizzi disse também que "nossa atuação se dá na defesa da saúde pública da população e para isso sabemos que devemos priorizar ações que universalizam a saúde, onde quer que estejamos, na Secretaria da Saúde ou na Secretaria de Ciência e Tecnologia ou em qualquer instância de governo".
O representante do Ministério da Saúde, Eduardo Guerra, disse que o CPPI fabrica produtos de excelente qualidade, além de ser o produtor exclusivo do soro antígeno de Montenegro, para tratamento da Leishmaniose, para o mundo. "O Ministério da Saúde é um grande comprador dos soros produzidos pelo CPPI. Manter essa qualidade é importante porque a demanda é crescente e necessária para a saúde pública do país", enfatiza.
Após o lançamento foi feita uma visita guiada às instalações dos laboratórios de pesquisa de animais peçonhentos (aranhas, escorpiões e serpentes) e de produção de soros, insumos, antígenos e antisoros do CPPI.

Produção

Entre as principais atividades desenvolvidas pelo Centro estão a produção de imunobiológicos (soros hiperimunes antiveneno); produção de antígenos (substância que ajuda no diagnóstico da doença), anti-soros e insumos para auxílio diagnóstico de doenças; produção de animais de laboratório; desenvolvimento de atividades voltadas para a educação em saúde; pesquisa e desenvolvimento na área de biotecnologia; assessoramento laboratorial para vigilância entomológica (estudo dos insetos).
Só no ano passado, o governo investiu R$ 3,5 milhões no CPPI para aquisição de equipamentos, melhoria da infra-estrutura, capacitação e contratação de profissionais e para garantir a manutenção dos convênios com 16 instituições parceiras. Entre elas o Instituto Butantan, o Laboratório Central do Estado (Lacen), Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Fundação Pró-Hansen, Universidade Estadual de Londrina e Universidade Estadual de Maringá, entre outras.
Localizado no município de Piraquara, o CPPI é uma unidade vinculada a Secretaria de Estado da Saúde, composto por Laboratórios de Produção (soros, insumos, antígenos e anti-soros), Biotério de Pequenos (camundongos) e Grandes Animais (eqüinos e ovinos); Laboratórios de Animais Peçonhentos (serpentário e artrópodos), Infectório, Laboratórios de Controle de Qualidade (biológico, físico-químico e microbiológico) e Biologia Médica Ambiental. Responde pelo abastecimento de unidades de saúde municipais, estaduais e federais, do Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), dos laboratórios dos hospitais e universidades públicas do Paraná, da Secretaria de Estado da Agricultura, entre outras instituições. Está instalado em uma área de 20 alqueires, pertencente ao Hospital São Roque.
A alta incidência de óbitos por acidentes de serpentes decorrentes da pouca disponibilidade de soros e a falta de alguns produtos usados para diagnóstico de doenças infecciosas e parasitárias nos laboratórios de saúde pública e nos hospitais universitários levou o Centro a produzir antígenos, anti-soros e insumos, a partir de 1987. No transcorrer de sua existência foram incorporadas melhorias no sistema de gestão para atendimento da realidade epidemiológica e de vigilância em saúde a nível nacional, como a implantação do Sistema de Boas Práticas de Fabricação, a Norma ISO 9001/2000 e o Programa Nacional de Qualidade no Serviço Público.