Seti garante cerca de 40% de aumento da bolsa-auxílio para estudantes indígenas 08/03/2016 - 17:30
O secretário da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), João Carlos Gomes, assinou na primeira semana de março a resolução que garante 42% de reajuste no valor da bolsa-auxílio ofertada mensalmente aos estudantes indígenas das universidades estaduais do Paraná. Com a ação, o valor do benefício passará de R$ 633,00 para R$ 900,00. Para os indígenas que tiverem um filho ou mais sob guarda, haverá acréscimo de 50% no valor da bolsa.
João Carlos Gomes destacou a importância de valorizar políticas públicas que garantam o ingresso e permanência de estudantes indígenas nas universidades públicas. “ O Paraná foi o primeiro Estado do Brasil a criar reservas de vagas nas universidades estaduais para estudantes indígenas e depois de 14 edições do Vestibular dos Povos Indígenas, muitos avanços ocorreram nas aldeias desde o primeiro vestibular realizado em Guarapuava em 2002”. Ressaltou e complementou falando da sobre o reajuste do valor da bolsa. “Em respeito aos interesses indígenas realizamos o reajuste do valor do auxílio dado ao estudante para garantir um apoio financeiro para àqueles que buscam a ampliação do conhecimento”, disse.
Os indígenas que estiverem ingressando nos cursos de graduação serão beneficiados já no início das aulas, como garantia de que consigam se instalar na cidade onde irão estudar.
A garantia do direito à bolsa e seus benefícios adicionais só será dada aos alunos que apresentarem frequência de 75% nas atividades acadêmicas e atualmente, são fornecidas aos alunos indígenas 52 vagas anuais nas instituições públicas de ensino superior do Paraná no Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná. São reservadas seis vagas em cada uma das sete universidades estaduais e dez para a Universidade Federal do Paraná (UFPR), que em 2004, por meio de um termo de convênio firmado com a Seti passou a integrar o grupo de universidades públicas com reserva de vagas para estudantes indígenas. As vagas são exclusivamente para os integrantes das Sociedades Indígenas no Brasil.
Atualmente estão matriculados cerca de 150 alunos nos cursos de graduação, destes, 50 são da UFPR. Há dois estudantes na pós-graduação; um na UEM e outro na UEPG.
VESTIBULAR INDÍGENA 2016 - A cada ano o concurso é realizado por uma das oito universidades. No último processo seletivo dos Povos Indígenas do Paraná realizado nos dias 10 e 11 de dezembro de 2015 foram homologadas 511 inscrições. A Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi a responsável pela organização do vestibular. Inscreveram-se candidatos de todas as reservas indígenas do Paraná, além dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais.
Para poder participar do vestibular indígena nas universidades estaduais, além de se autodeclarar índio, o candidato também precisa de uma carta de apresentação assinada pelo cacique.
A lista dos classificados em 1ª convocação no XV Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná está disponível na página da Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD), endereço www.uel.br/prograd.
REGRAS - Diferente de um concurso tradicional, no vestibular indígena o candidato escolhe apenas a Universidade onde deseja estudar, e não o curso. A escolha da graduação é feita pelo aluno no ato da matrícula. A UEL, no entanto, implantou no ano passado um ciclo intercultural de iniciação acadêmica, com duração de um ano, no qual os alunos indígenas recebem formação intermediária entre a educação básica e o ensino superior.