Sistema SETI participa do Seminário “Energia e Estado” 13/12/2007 - 17:20

13/12/07
As instituições vinculadas ao Sistema SETI – Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – tiveram participação atuante no primeiro encontro da série “Debates do Brasil”, que abordou o tema “Energia e Estado”, nos dias 11 e 12 de dezembro, no auditório do Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Realizado com o apoio das instituições vinculadas à SETI – Instituto Tecnológico Tecpar, Fundação Araucária, Instituto Tecnológico Simepar, Instituições Estaduais de Ensino Superior - e também do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento Lactec, esse primeiro tema da série, coordenada pelo jornalista Raimundo Pereira, atraiu a atenção de dirigentes, pesquisadores e técnicos, retomando a discussão dos grandes problemas brasileiros.
O evento trouxe às instituições vinculadas à SETI a oportunidade de conhecer diferentes pontos de vista, o que enriquece e contribui com o seu papel de propor e coordenar políticas públicas para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia e da inovação para o desenvolvimento inclusivo do Estado.
Estudiosos e profissionais envolvidos com os temas tratados no seminário Energia e Estado trouxeram suas preocupações e posições quanto às Mudanças Climáticas, Energias Tradicionais e Biocombustíveis. “Foi uma oportunidade ímpar para a comunidade paranaense de participar do embate de idéias sobre temas fundamentais para se pensar o presente e o futuro do Estado e do Brasil”, disse o presidente da Fundação Araucária, professor José Tarcísio Trindade.
Segundo Trindade, o evento cumpriu os objetivos propostos, no sentido de contribuir para a definição de uma política energética justa, ecologicamente saudável e adequada à economia do País, a partir de diferentes e antagônicos pontos de vista. “Os debates foram de alto nível, trazendo informações e posicionamentos contundentes e antagônicos, como por exemplo: são as atividades humanas que estão de fato causando impacto sobre o aquecimento global ou isso seria apenas resultado de mais um ciclo natural que em breve fará com que as temperaturas diminuam?”, lembrou.
Outras questões, como as políticas para geração e distribuição das energias tradicionais, foram abordadas sob o ponto de vista de uma maior ou menor intervenção do Estado. Na questão dos biocombustíveis, de acordo com o presidente da Fundação Araucária, “ficou patente a necessidade de se praticar uma política que, inicialmente, leve em consideração as condições em que são produzidas as matérias primas para tais combustíveis e, em segundo lugar, a questão da ocupação dos espaços que não devem ser em prejuízo a produção de alimentos”.
O professor João Carlos Gomes, reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), atuou como moderador na etapa sobre “As mudanças climáticas”. A questão “Onde está a ciência e onde estão os interesses no debate do aquecimento global?” contou com a participação, como debatedores, da pesquisadora Alice Grimm, da Universidade Federal do Paraná, e o pesquisador Luiz Carlos Baldicero Molion, da Universidade Federal de Alagoas. Para o reitor da UEPG, a série Debates do Brasil “iniciou com um tema interessante e principalmente preocupante, que é Energia e Estado”.
“Não podemos deixar de pensar e debater aspectos que envolvem a sobrevivência do planeta. E neste contexto o seminário agrupou três aspectos importantes: as Mudanças Climáticas, Energias Tradicionais e Biocombustíveis. A participação da pesquisadora da UFPR, Alice Grimm, nos leva a pensar na responsabilidade do homem como um dos fatores intervenientes no processo de mudanças do clima. Segundo a pesquisadora, as alterações climáticas estão ligadas a duas forças: naturais e antropogênicas. No contraponto, encontrava-se o professor João Carlos Baldicero Molion, pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, que destacou os fatores naturais como dominantes e ressaltou que há incertezas quanto à capacidade do homem interferir em fenômenos básicos do clima, demonstrando a preocupação com as limitações do conhecimento científico. Mais do que a apresentação de duas vertentes científicas, o debate demonstrou aos presentes que é necessário aprofundar a discussão e, principalmente, investir em campanhas educativas e políticas públicas para que haja um controle do processo de agressão à natureza que tanto interfere no sistema climático”, afirmou o reitor da UEPG.
O diretor técnico do Tecpar, Bill Jorge Costa, foi o moderador do debate sobre Biocombustíveis, que levantou a questão: “Com suas vantagens naturais para a produção de álcool e biodiesel, chegou a vez do Brasil?” e contou com a participação de José Roberto Novaes e Sérgio Inácio Gomes. “Foi uma oportunidade para a sociedade refletir sobre temas relevantes”, afirmou Costa. De acordo com o diretor do Tecpar, “é preciso conhecer a realidade e os impactos sociais e ambientais das opções energéticas para definir uma política energética adequada ao País”.
No debate foram mostrados o programa de energia distribuída da Copel e as questões técnicas, de legislação e segurança do aproveitamento do excedente da energia proveniente dos biodigestores, a realidade social do trabalhador rural cortador de cana e o programa de apoio aos pequenos agricultores para plantação de oleaginosas.