UENP desenvolve projeto contra obesidade infantil 02/12/2016 - 13:30
Na quadra da escola municipal Vera Cecília Lamim, em Jacarezinho, Jane Barbosa Pimentel, de 9 anos, exercita-se duas vezes por semana juntamente com outras crianças da rede municipal de ensino. Elas fazem parte do projeto “Saúde da Criança”, desenvolvido pelo Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).
O projeto foi criado para combater a obesidade infantil, um problema cada vez mais comum na sociedade atual, e que também afeta crianças da região. Sorridente, Jane Barbosa comemora os avanços que conseguiu desde que começou a participar. “Aqui a gente corre, pratica esportes, dança. Eu não conseguia fazer nada disso. Hoje tenho mais disposição. Até meu sono melhorou”, comenta.
O “Saúde da Criança” existe desde 2014,e já atendeu cerca de 500 crianças nas cidades de Jacarezinho, Andirá, Cambará e Bandeirantes. As crianças que participam do projeto têm idade entre 5 e 14 anos e são acompanhadas por fisioterapeutas, professores de educação física e nutricionistas dos municípios. Antes de desenvolver atividades com as crianças, os profissionais realizam avaliação física, exames laboratoriais e questionários sobre o nível de atividade física e histótico alimentar de cada um dos participantes. As intervenções são realizadas com atividades físicas recreativas que estimulem a alimentação saudável e iniciação esportiva.
"Queremos estimular a atividade física regular, o desenvolvimento das habilidades motoras, a socialização, orientando a família e a criança sobre alimentação equilibrada com enfoque na prevenção de doenças crônicas. Buscar identificar também possíveis problemas de desordem motora e metabólica diminuindo assim os risco para a saúde", conta a professora-doutora Berlis dos Santos Ribeiro Menossi, que coordena o Projeto.
A fisioterapeuta Ana Paula Guerra Alves é uma das responsáveis pelo atendimento. Para ela o mais gratificante é ver como as crianças ficam mais sociáveis na medida em que começam a progredir. “A gente percebe uma mudança muito significativa na autoestima das crianças. Principalmente por que elas passam a fazer coisas que antes elas não conseguiam fazer pelo fato de estarem sedentárias e acima do peso”, disse. “Ver um sorriso de conquista depois de tantos exercícios e tentativas é algo que emociona muito. Eles passam a ter mais confiança em si mesmos”, complementa.
Hoje, além Ana Paula Guerra Alves, também fazem parte da equipe a fisioterapeuta Vanessa Godoi e a acadêmica Gabriela Koroviski, que está no último do curso de Fisioterapia. Para ela participar do projeto é uma forma de agregar ainda mais conhecimento prático ao que vem aprendendo na graduação. “Através das atividades desenvolvidas aqui, sempre acabamos descobrindo novas dinâmicas que podemos levar para dentro da clínica, onde também faço estágio. E o fato de trabalhar com crianças ajuda bastante, porque essa é a melhor idade para se mudar hábitos e costumes e adquirir uma rotina de vida saudável”.
Apoio da Família
“O apoio da família é fundamental para o progresso das crianças que participam do projeto. Tudo o que nós falamos aqui precisa encontrar respaldo em casa, com os pais. Eles são o principal surporte para que o projeto dê certo com as crianças. Menos atividades tecnológicas, menos tempo em frente a telas de computadores e TV e mais atividades físicas também auxiliam na diminuição da obesidade”, disse a fisioterapeuta Vanessa Godoi.
Os familiares concordam. Eliana Aparecida Moreira, 52, é a avó do Guilherme, de 5 anos. Ela conta que para ajudar o neto, que participa do projeto desde maio, todos da casa se adaptaram à dieta dele. “É bom quando nossos filhos entendem que a saúde é um bem. Temos casos de colesterol elevado na família, então isso nos preocupa”, contou. “O Guilherme está tomando bastante água, comendo mais frutas e praticando natação. Trocamos o refrigerante pelo suco natural, regulamos o horário das refeições e ele já saiu do sedentarismo. A autoestima também melhorou. Ele até consegue pular corda, coisa que ele não fazia antigamente”, comemora.
Michele Mendes, 33, também ajuda o filho no projeto. Ela é a mãe do Luís Guilherme, de 9 anos, que há seis meses começou a participar do projeto. “O interesse parte dele. Conforme as dicas da professora, eu intensifiquei o consumo de frutas, verduras e de suco natural, e também foi diminuído o consumo de refrigerante e guloseimas”, disse. “O Luís era muito sedentário, não praticava nenhuma atividade física, agora ele procura comer mais frutas, e de forma regulada. Ele já perdeu peso e isso está estimulando muito. Até nas férias eu trazia ele para participar do projeto”, lembra.
Obesidade Infantil
Atualmente a UENP leva o “Saúde da Criança” a três cidades da região: Jacarezinho, Andirá e Cambará. A ideia é que o projeto se torne Lei Municipal, a exemplo de Cambará, onde a Câmara de Vereadores já apresentou um Projeto de lei.
Obesidade Infantil
Segundo pesquisas realizadas pela equipe do Projeto, que avaliaram todas as crianças matriculadas nas escolas publicas municipais em 2015 e 2016 das quatro cidades onde o Programa foi aplicado, observou-se que em 2015 haviam 22 % de crianças com sobrepeso e 13% obesas. Esse ano o índice foi ainda maior. O número de crianças com sobrepeso subiu para 23%. Já o número de obesas saltou para 35%.
Para a professora Berlis Menossi, este é um alerta importante. “As Secretarias de Estado e Municipais de Saúde, de Educação, de Esportes, Núcleos Regionais de Educação, e outras parcerias precisam desenvolver programas que estimulem a atividade física regular e alimentação saudável”, afirma. “As crianças obesas já apresentam alterações das habilidades motoras, alterações sanguíneas o que poderá aumentar a morbidade na vida adulta e aumento dos gastos públicos”, pontua.
Serviço
Jacarezinho - Local: Escola Municipal Vera Cecília Lamin e Horário: Terça-feira (às 9h30 e às 14h30) Quinta-feira (às 9h30 e às 15h30)
Cambará - Local: Ginásio Municipal de Esportes e Horário: Segunda e Quarta-feira (às 8h30 e às 13h).
Andirá - Local: Escola Municipal de Educação Ana Nery Dias e Horário: Segunda-feira (às 9h e às 13h) Quarta (às 9h e às 13h30)
Para mais informações, acesse a página www.facebook.com/projetosaudedacrianca
O projeto foi criado para combater a obesidade infantil, um problema cada vez mais comum na sociedade atual, e que também afeta crianças da região. Sorridente, Jane Barbosa comemora os avanços que conseguiu desde que começou a participar. “Aqui a gente corre, pratica esportes, dança. Eu não conseguia fazer nada disso. Hoje tenho mais disposição. Até meu sono melhorou”, comenta.
O “Saúde da Criança” existe desde 2014,e já atendeu cerca de 500 crianças nas cidades de Jacarezinho, Andirá, Cambará e Bandeirantes. As crianças que participam do projeto têm idade entre 5 e 14 anos e são acompanhadas por fisioterapeutas, professores de educação física e nutricionistas dos municípios. Antes de desenvolver atividades com as crianças, os profissionais realizam avaliação física, exames laboratoriais e questionários sobre o nível de atividade física e histótico alimentar de cada um dos participantes. As intervenções são realizadas com atividades físicas recreativas que estimulem a alimentação saudável e iniciação esportiva.
"Queremos estimular a atividade física regular, o desenvolvimento das habilidades motoras, a socialização, orientando a família e a criança sobre alimentação equilibrada com enfoque na prevenção de doenças crônicas. Buscar identificar também possíveis problemas de desordem motora e metabólica diminuindo assim os risco para a saúde", conta a professora-doutora Berlis dos Santos Ribeiro Menossi, que coordena o Projeto.
A fisioterapeuta Ana Paula Guerra Alves é uma das responsáveis pelo atendimento. Para ela o mais gratificante é ver como as crianças ficam mais sociáveis na medida em que começam a progredir. “A gente percebe uma mudança muito significativa na autoestima das crianças. Principalmente por que elas passam a fazer coisas que antes elas não conseguiam fazer pelo fato de estarem sedentárias e acima do peso”, disse. “Ver um sorriso de conquista depois de tantos exercícios e tentativas é algo que emociona muito. Eles passam a ter mais confiança em si mesmos”, complementa.
Hoje, além Ana Paula Guerra Alves, também fazem parte da equipe a fisioterapeuta Vanessa Godoi e a acadêmica Gabriela Koroviski, que está no último do curso de Fisioterapia. Para ela participar do projeto é uma forma de agregar ainda mais conhecimento prático ao que vem aprendendo na graduação. “Através das atividades desenvolvidas aqui, sempre acabamos descobrindo novas dinâmicas que podemos levar para dentro da clínica, onde também faço estágio. E o fato de trabalhar com crianças ajuda bastante, porque essa é a melhor idade para se mudar hábitos e costumes e adquirir uma rotina de vida saudável”.
Apoio da Família
“O apoio da família é fundamental para o progresso das crianças que participam do projeto. Tudo o que nós falamos aqui precisa encontrar respaldo em casa, com os pais. Eles são o principal surporte para que o projeto dê certo com as crianças. Menos atividades tecnológicas, menos tempo em frente a telas de computadores e TV e mais atividades físicas também auxiliam na diminuição da obesidade”, disse a fisioterapeuta Vanessa Godoi.
Os familiares concordam. Eliana Aparecida Moreira, 52, é a avó do Guilherme, de 5 anos. Ela conta que para ajudar o neto, que participa do projeto desde maio, todos da casa se adaptaram à dieta dele. “É bom quando nossos filhos entendem que a saúde é um bem. Temos casos de colesterol elevado na família, então isso nos preocupa”, contou. “O Guilherme está tomando bastante água, comendo mais frutas e praticando natação. Trocamos o refrigerante pelo suco natural, regulamos o horário das refeições e ele já saiu do sedentarismo. A autoestima também melhorou. Ele até consegue pular corda, coisa que ele não fazia antigamente”, comemora.
Michele Mendes, 33, também ajuda o filho no projeto. Ela é a mãe do Luís Guilherme, de 9 anos, que há seis meses começou a participar do projeto. “O interesse parte dele. Conforme as dicas da professora, eu intensifiquei o consumo de frutas, verduras e de suco natural, e também foi diminuído o consumo de refrigerante e guloseimas”, disse. “O Luís era muito sedentário, não praticava nenhuma atividade física, agora ele procura comer mais frutas, e de forma regulada. Ele já perdeu peso e isso está estimulando muito. Até nas férias eu trazia ele para participar do projeto”, lembra.
Obesidade Infantil
Atualmente a UENP leva o “Saúde da Criança” a três cidades da região: Jacarezinho, Andirá e Cambará. A ideia é que o projeto se torne Lei Municipal, a exemplo de Cambará, onde a Câmara de Vereadores já apresentou um Projeto de lei.
Obesidade Infantil
Segundo pesquisas realizadas pela equipe do Projeto, que avaliaram todas as crianças matriculadas nas escolas publicas municipais em 2015 e 2016 das quatro cidades onde o Programa foi aplicado, observou-se que em 2015 haviam 22 % de crianças com sobrepeso e 13% obesas. Esse ano o índice foi ainda maior. O número de crianças com sobrepeso subiu para 23%. Já o número de obesas saltou para 35%.
Para a professora Berlis Menossi, este é um alerta importante. “As Secretarias de Estado e Municipais de Saúde, de Educação, de Esportes, Núcleos Regionais de Educação, e outras parcerias precisam desenvolver programas que estimulem a atividade física regular e alimentação saudável”, afirma. “As crianças obesas já apresentam alterações das habilidades motoras, alterações sanguíneas o que poderá aumentar a morbidade na vida adulta e aumento dos gastos públicos”, pontua.
Serviço
Jacarezinho - Local: Escola Municipal Vera Cecília Lamin e Horário: Terça-feira (às 9h30 e às 14h30) Quinta-feira (às 9h30 e às 15h30)
Cambará - Local: Ginásio Municipal de Esportes e Horário: Segunda e Quarta-feira (às 8h30 e às 13h).
Andirá - Local: Escola Municipal de Educação Ana Nery Dias e Horário: Segunda-feira (às 9h e às 13h) Quarta (às 9h e às 13h30)
Para mais informações, acesse a página www.facebook.com/projetosaudedacrianca