Universidade Estaduais realizam ações de combate ao assédio sexual e discriminação no ambiente universitário 24/05/2019 - 16:43

As universidades estaduais do Paraná têm adotado medidas que visam combater diferentes tipos de assédio e discriminações no ambiente acadêmico. Serão realizadas palestras, projetos, debates, além de medidas de proteção e atendimento dos casos identificados nas instituições.
 
Na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) a Diretoria de Ações Afirmativas e Diversidade (DAAD) lançou, na última quinta-feira (23), a campanha “UEPG de olho no assédio". A campanha tem o objetivo de desenvolver ações de enfrentamento dos diferentes tipos de assédio.
 
O atendimento aos estudantes que forem alvo de práticas de assédio no ambiente universitário será uma das frentes de trabalho da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis em parceria com a DAAD, responsável por assegurar a acolhida, o atendimento e a proteção a estudantes vítimas.
 
“Contamos com a parceria de projetos, núcleos de pesquisa, entidades estudantis e de órgãos de atendimento da UEPG e da rede de proteção para assegurar que o atendimento jurídico, social e de saúde mental seja efetivado adequadamente. Além do atendimento mediante os casos identificados, precisamos construir uma cultura institucional de repúdio aos assédios”, afirma a pró-reitora de Assuntos Estudantis Ione Jovino.
 
Na Estadual de Maringá (UEM) diante de casos de racismo e denúncias de violência sexual foi instalada a Comissão para Fortalecimento de Ações Afirmativas para elaborar uma proposta de Política de Direitos Humanos, Promoção e Proteção de Grupos Vulneráveis e Garantia das Liberdades Individuais da universidade.
 
Já na Estadual do Paraná (Unespar), para atender as demandas das questões que envolvem assédio na universidade, será criado um canal próprio na ouvidoria para apurar esse tipo de denúncia. A universidade já possui o Centro de Educação em Direitos Humanos com núcleos específicos para relações de gênero, étnico-raciais e educação especial.
 
A Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), por meio da Portaria/GR nº 294/2018, também criou e nomeou a Comissão Provisória de Prevenção e Combate à Violência Sexual e de Gênero (CPP- SExGEn). Instituída em setembro do ano de 2018, a comissão tem realizado encontros e estudos durante os últimos meses, para levantamento de dados e criação de diretrizes para subsidiar uma política universitária de proteção e prevenção contra práticas que envolvam preconceito, discriminação e violência sexual e de gênero.
 
Para a professora Maria Cristina Cavaleiro a universidade deve agir com o objetivo de diminuir os preconceitos e práticas abusivas na sociedade. “Se a sociedade é violenta com as mulheres, racista e homofóbica, certamente a universidade também será, caso não haja uma intervenção para que isso mude. Portanto, cabe a universidade, como produtora de conhecimento, se colocar na contramão dos sistemas sociais vigentes”.
 
Mais do que punir, Maria Cristina destaca que a comissão dialogará com a comunidade acadêmica para formular uma política universitária de combate ao preconceito, discriminação e violência sexual, buscando formar profissionais que respeitem plenamente os direitos humanos e a diversidade.
 

PROJETOS

A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) possui os projetos Florescer e Dandara – voz e resistência que combatem a violência contra a mulher. O Florescer é um projeto de extensão da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), ligado ao Departamento de Comunicação Social, e que possui financiamento da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior por meio do Programa Universidade Sem Fronteiras (USF).
 
Na primeira etapa de execução, o projeto foi responsável por produzir materiais educocomunicativos de combate à violência contra a mulher e, em 2019, o Florescer está desenvolvendo oficinas sobre o Lei Maria da Penha em escolas municipais.
 
O Dandara desenvolve ações informativas e de integração com grupos minoritários, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida na comunidade externa e interna. A coordenadora do projeto Laurete Maria Ruaro destaca o perfil coletivo da iniciativa. “Nós desenvolvemos ações que sejam executadas por todos os membros do projeto. Produzimos materiais audiovisuais, debates e assistência a grupos em vulnerabilidade social”.
 

NUMAPE

O Programa Universidade Sem Fronteiras (USF) também é responsável pelo financiamento do Núcleo Maria da Penha (NUMAPE). O projeto, que possui 10 núcleos nas universidades estaduais com 74 bolsistas, desenvolve ações que promovem o acolhimento e atendimento gratuito às mulheres que estejam em situação de violência e que necessitam de proteção.
 

São realizadas ações de prevenção por meio de práticas socioeducativas, articulação e mobilização social, visando o combate à violência, bem como, a conscientização da população acerca dos direitos das mulheres. Com um investimento de R$ 1.973.875,00 já foram atendidas 11.672 mulheres.