Alunos paranaenses embarcam para Portugal para participar de programa de líderes em inovação 10/07/2025 - 16:30

Um grupo com cinco estudantes do Ensino Médio da rede estadual do Paraná embarcaram nesta quinta-feira (10) para Portugal, onde participarão do programa internacional Sustainable Living Innovators (SLI), que acontece em Matosinhos, entre os dias 14 de julho e 8 de agosto. A iniciativa é promovida pelo Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto (CEiiA), em parceria com a Fundação Araucária.
O programa tem como objetivo formar futuros líderes em tecnologia e sustentabilidade, desafiando os participantes a pensar e desenvolver soluções inovadoras para problemas reais da sociedade, utilizando tecnologias espaciais, especialmente aquelas voltadas à exploração lunar.
A seleção foi direcionada a estudantes da 2ª e 3ª séries do Ensino Médio que participam dos Clubes de Ciência do programa Rede Paraná Faz Ciência. Cinco alunos foram escolhidos depois de um processo que incluiu a produção de um texto-resposta à pergunta: “Como as tecnologias de exploração da Lua podem melhorar a vida na Terra?”, abordando uma das quatro dimensões propostas: construção, mobilidade, energia ou saúde e bem-estar.
Entre os critérios de avaliação estavam, por exemplo, a participação ativa no clube, envolvimento em atividades extracurriculares, bom desempenho escolar, domínio do inglês e motivação pessoal para participar do programa.
Os estudantes selecionados foram Davi Afonso Rezende, aluno do Instituto de Educação Estadual de Maringá; Laura Mattos Stein, do CEEP Pedro Boaretto Neto, de Cascavel; Lucas Gabriel Vicari Koehler, do Colégio Estadual Elias Abrahão, de Curitiba; Rafaela Zerbielli, do Colégio Estadual Padre Chagas, de Guarapuava; e Renan Ulisses Galdino, do Colégio Estadual Professora Tereza da Silva Ramos, de Matinhos.
Davi Afonso Rezende, de 17 anos, aluno do clube de Ciências Cienteens, idealizou o projeto Lunaweb, uma rede de sensores equipados com inteligência artificial, inspirada em tecnologias espaciais, para o monitoramento de florestas. “A minha proposta visa identificar em tempo real focos de incêndio e desmatamento ilegal, utilizando sensores autônomos e resistentes às condições extremas do meio ambiente”, conta. “Os dispositivos se comunicam com satélites, que retransmitem as informações às autoridades competentes, como bombeiros ou polícias ambientais”.
Segundo Davi, o projeto também prevê sensores autorreparáveis e capazes de operar em modo de espera, o que amplia significativamente sua vida útil. “As tecnologias lunares são mais resistentes, por isso, meu objetivo é adaptá-las para a Terra e criar dispositivos que possam funcionar por longos períodos sem a necessidade de manutenção frequente”, explica. “Estou muito animado e grato por estar participando. Será uma chance de conhecer outros líderes, trocar experiências e adquirir novos conhecimentos. Quero compartilhar tudo isso com meus colegas quando voltar”.
Rafaela Zerbielli, 16 anos, integra o clube de Ciências e Ecocientistas Visionários, vinculado à Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). Para ser aprovada, ela precisou passar por duas etapas seletivas: a produção de um vídeo e uma carta de motivação, seguidos por uma entrevista com os avaliadores portugueses. “Foi um processo exigente, mas consegui dar o meu melhor. Estou muito feliz por essa conquista”, afirma.
Ela soube do programa por meio do professor Emerson Souza Gomes, coordenador do clube, que acompanhou de perto todo o processo. “Essa conquista serve como inspiração para os demais estudantes e mostra o potencial transformador dos Clubes de Ciências nas escolas públicas”, afirma.
SLI – O Sustainable Living Innovators está na 6ª edição e tem duração de duas a quatro semanas, dependendo do nível de ensino dos participantes. Ele é direcionado a alunos do Ensino Médio e do Superior. No caso dos mais novos, participam com a possibilidade de estender a experiência. Já os universitários, que também foram selecionados pela Fundação Araucária, participam durante todo o mês.
O foco do programa é desenvolver soluções tecnológicas sustentáveis com base nas aplicações de tecnologias espaciais, promovendo o pensamento crítico, a criatividade e o trabalho em equipe. Além da formação teórica e prática, os alunos participarão de desafios integrados com estudantes portugueses, vivenciando um ambiente de colaboração internacional.
Além de arcar com os custos dos alunos vindos do interior com o deslocamento, hospedagem e alimentação dos estudantes de fora da Capital, a Secretaria Estadual da Educação (Seed) disponibilizou servidores do Departamento de Programas para Educação Básica (Dpeb) para recepcionar e acompanhar os alunos na imersão. A Fundação Araucária é responsável pelo custeio integral da viagem dos alunos, incluindo passagens, hospedagem e alimentação.