Arte feita com galhos da macieira 20/05/2009 - 16:00

Os objetivos eram diferentes. Uma artesã buscava matéria-prima para o seu trabalho e uma produtora de maçã o aproveitamento dos galhos da poda de árvores. Foi assim que em abril de 2005, depois de algumas experiências, nasceu a Seivarte Artesanato e Decoração Ltda, empresa de reciclagem de madeiras e de produtos artesanais. Há alguns meses, a empresa passou a contar com o apoio do Programa Estadual de Apoio às Incubadoras Tecnológicas e Empresas Graduadas da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para se posicionar melhor no mercado nacional e internacional e os resultados são animadores.

Alguns dos produtos da empresa de artesanato puderam ser vistos na Mostra de Produtos Desenvolvidos por Projetos da Seti, durante a Escola de Governo desta terça-feira (26), no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
De acordo com as proprietárias da empresa, Anne Mari Casagrande Weiler e Sheli Utsunomiya Hosoi, desde o início a prioridade foi a geração de renda e a inclusão social, por meio do desenvolvimento sustentável, sem degradação do meio ambiente, usando a matéria-prima abundante na região.
Segundo Anne, a poda anual dos galhos da macieira é necessária para a renovação do pomar e que é possível usar todo o tipo de resíduo de madeira para fazer artesanato. “Antes do nosso projeto os galhos eram queimados. Agora, temos um produto patenteado e geramos novos empregos”, disse.
Arquitetos, construtoras e lojas de decoração são clientes da Seivarte, que já recebeu prêmios com o produto. A empresa, sediada no município de Palmas, na região Sul do Paraná, um dos principais produtores de maçã do estado, tem como colaboradoras senhoras do grupo da terceira idade. Além de fonte de renda, o trabalho estimula a socialização e melhora a autoestima das mulheres que participam da iniciativa.
Mas as empresárias querem mais e, por isso, inscreveram a Seivarte no Programa Estadual de Apoio às Incubadoras Tecnológicas e Empresas Graduadas da Seti, por meio do convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). “Nós buscamos apoio para expandir a empresa e aperfeiçoar o nosso produto”, afirmou Anne, que espera obter a certificação da madeira, para atender as exigências do mercado externo e assim poder exportar.
A diretora da incubadora da FGV, Regina Joppert, confirma a expectativa das empresárias e destaca o ineditismo da proposta. “O projeto da Seivarte foi muito bem avaliado e o plano de negócios que será desenvolvido deve atender os objetivos propostos”, afirma.
O programa da Seti dá suporte às empresas inovadoras, para que elas conquistem mais espaço no mercado, gerem mais empregos e renda e se tornem agentes da economia do conhecimento. Beneficiando 19 incubadoras, que abrigam 412 empresas, o governo investiu R$ 800 mil na iniciativa. Mais R$ 4,5 milhões foram destinados para outras 30 empresas graduadas.
Nas incubadoras, com período determinado, as empresas têm à disposição um módulo, com infraestrutura básica, para desenvolver suas atividades e recebem apoio administrativo e gerencial. Os novos empresários também dispõem de consultoria especializada, cursos e palestras, além de apoio financeiro para participar de feiras e eventos.
O programa do governo estadual, entre outras vantagens, como incentivo à inovação, facilita o processo de interação entre as instituições de ensino e órgãos governamentais.