Artesãs de Ortigueira ganham novas opções de emprego ao aprenderem costura 25/03/2009 - 16:20

Maria de Lourdes da Silva, moradora de Ortigueira, já trabalhava com artesanato, ensinando outras pessoas a pintar em tela e com tinta acrílica. Mas, desde o início deste ano, ela adicionou a costura às atividades que conhece. “Foi muito bom, aumentaram as opções de emprego para a gente. É diferente, aprendi a fazer fuxico, bolsa, sache”, afirmou a artesã, que ainda destacou a relevância da atividade. “O artesanato é muito importante aqui na cidade. Eu mesma já trabalho há três anos na prefeitura com isso, dando aula de pintura”.
Maria de Lourdes participou do curso de costura em janeiro deste ano e, em seguida, passou a fazer parte da Associação de Mulheres Costureiras de Ortigueira, um projeto de iniciativa da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) que faz parte do Universidade Sem Fronteiras, o maior programa de extensão universitária do país realizado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
A coordenadora do projeto, a professora Cleise Maria Hilgemberg, da UEPG, afirma que o objetivo das atividades é poder conscientizar as mulheres da região a formarem uma cooperativa ou uma associação de costureiras. “Ainda pretendemos criar a cooperativa no final do projeto”, revelou a professora.
De acordo com Cleise, todo o material utilizado é doado pela comunidade de Ortigueira. “São sacos de adubo, de ração, que iriam para o lixo, mas que são reciclados e viram bolsas”, afirmou. As atividades acontecem duas vezes por semana, em um espaço cedido pela prefeitura. O projeto conta com a participação de oito pessoas da UEPG, dez da prefeitura e do Sindicato Rural de Ortigueira, além das mais de vinte mulheres que participam das atividades.
A escolha pela costura se deu após uma visita do grupo técnico à cidade, quando verificou-se a possibilidade de implementar uma atividade que gerasse emprego e renda para a comunidade, que já possuía algum treinamento em corte e costura. Cleise ainda concluiu, dizendo que “para nós, professores envolvidos, é uma experiência única – novos conhecimentos e novas possibilidades de pesquisa e aprendizado”.