Da pesquisa ao mercado: Estado capacita 120 pesquisadores para transformar ciência em negócios 08/05/2025 - 10:30
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Um grupo com 77 pesquisadores e 43 empreendedores iniciou nesta semana as atividades da primeira etapa do Programa de Propriedade Intelectual com Foco no Mercado (Prime), edição de 2025. Com impacto no desenvolvimento econômico, a iniciativa do Governo do Estado tem como objetivo transformar o resultado de pesquisas científicas em produtos, serviços e novos negócios, contribuindo para acelerar a transferência de tecnologia e fortalecer o ecossistema de empreendedorismo e inovação do Paraná.
A ação é coordenada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e conta com a parceria da Fundação Araucária e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR). Pelos próximos três meses, os 120 participantes receberão capacitação em temas essenciais para a formação empreendedora, com workshops sobre validação de oportunidades, modelagem financeira, entre outras temáticas que conectam pesquisa científica e mercado.
Os participantes também terão acesso a painéis denominados Papo de Mercado, com discussões sobre Inteligência Artificial, propriedade intelectual, parcerias em pesquisa e desenvolvimento e oportunidades de financiamento com instituições federais, como o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A expectativa é que esses projetos gerem patentes, startups e parcerias estratégicas entre os setores produtivos acadêmico e empresarial.
Neste ano, a maioria das soluções inovadoras está relacionada às áreas de biotecnologia e saúde e de agricultura e agronegócios, com 43 e 29 projetos cada uma, que representam 35,8% e 24,1% das inovações propostas. Na sequência, as áreas de energias renováveis e de educação, economia e sociedade contam com 19 projetos cada, o que corresponde a 15,8% dos inscritos. Os dez projetos restantes, que equivalem a 8,3% do total de inscritos, são da área de cidades inteligentes.
Segundo a assessora da Diretoria de Ciência e Tecnologia da Seti, Sthefany Walber, responsável pela coordenação das atividades do Prime, o programa consolida o Paraná como polo nacional de inovação. "O Prime assume um papel importante como política pública para conectar pesquisas acadêmicas com demandas reais do mercado, estabelecendo uma ponte efetiva entre universidades, empresas e governo, e um ecossistema em que a produção científica se transforma em desenvolvimento econômico e social e posiciona o Paraná na fronteira do conhecimento aplicado", afirma.
Mais da metade dessas inovações está em desenvolvimento nas universidades públicas, somando 78 projetos com potencial mercadológico. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) lideram esse grupo, com 28 e 16 projetos, nessa ordem. A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) reúnem cada uma oito projetos nesta quinta edição do Prime.
A Universidade Estadual de Londrina (UEL) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR) contam com seis projetos inscritos no programa, respectivamente. Em seguida, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) tem quatro soluções inovadoras. As universidades estaduais do Centro-Oeste (Unicentro) e do Paraná (Unespar) fecham o grupo das instituições públicas de ensino superior com um pesquisador de cada universidade inscrito no programa.
INTERIORIZAÇÃO – Com 64 inscritos, as regiões Metropolitana de Curitiba e Noroeste do Paraná concentram 53,3% do total de participantes do Prime 2025, demonstrando a força da produção científica paranaense para além da Capital. As regiões Norte e Campos Gerais somam 34 inscritos, seguidas pelo Oeste e o Vale do Ivaí, que contam com dez e cinco participantes, respectivamente. Já o Centro-Sul e Sudoeste têm dois inscritos, cada; e o Centro-Oeste do Paraná e o Norte Pioneiro um participante, cada.
Neste ano, 96 dos inscritos participam pela primeira vez do programa. Além dos paranaenses, um dos interessados que teve a inscrição homologada nesta edição do Prime é da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), da Paraíba, no Nordeste do Brasil. Para além dos 120 inscritos, os projetos envolvem outras 345 pessoas, que compõem as equipes de pesquisa e desenvolvimento das inovações propostas, multiplicando o alcance do Prime.
PRÓXIMAS ETAPAS – Dos projetos inscritos neste ano, 30 já alcançaram estágio avançado de proteção intelectual, com patentes concedidas ou em tramitação no INPI. Entre esses, 24 estão ligados às instituições de ensino superior e de ciência e tecnologia paranaenses. Entre outros critérios, esses aspectos habilitam os participantes para a segunda fase do programa, prevista para começar em 13 de agosto, com uma programação composta por workshops práticos, mentorias customizadas e painéis de discussão para acelerar a transformação das pesquisas em negócios.
Até julho, os demais participantes podem buscar esse tipo de vínculo institucional para concorrer à etapa seguinte. Na terceira e última fase do programa, prevista para setembro, serão selecionados 10 finalistas, os quais receberão investimento individual do Estado no valor de R$ 200 mil. Esse recurso financeiro deve ser aplicado na fase final de maturação tecnológica e preparação para a entrada das soluções inovadoras no mercado, incluindo as certificações necessárias, proteção intelectual complementar e estruturação comercial dos projetos.