Grupo de Estudos da UEL dissemina pesquisas da bovinocultura leiteira 29/10/2019 - 16:36

Mais de 30 estudantes dos cursos de Zootecnia e Medicina Veterinária, do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), participam do Grupo de Estudos de Bovinocultura Leiteira (Gebol), que tem como foco ações e pesquisas para o fortalecimento da bovinocultura na região norte do Paraná. O grupo realiza atividades práticas na Fazenda Escola da UEL e com produtores da região. Eles também abordam a teoria, com encontros quinzenais, simpósios anuais, pesquisa científica e apresentação de trabalhos em eventos nacionais.

O grupo teve início em 2014 e, atualmente, é coordenado pelas professoras Carolina Amalia de Souza Dantas Muniz e Odimári Pricila Prado Calixto, ambas do Departamento de Zootecnia, do CCA. Os estudantes atuam diretamente com o rebanho da raça Jersey, na Leiteria da Fazenda Escola. Acompanhados pelos estudantes da Residência em Medicina Veterinária, que atuam no Laboratório de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Lipoa), os graduandos fazem ordenha mecânica, cuidam do manejo rotineiro de pastagem, higiene do espaço, entre outras atividades.

Os integrantes do Gebol também organizam eventos, entre eles o Simpósio da Qualidade do Leite (SimLeite). Outro, previsto para o próximo ano, é o Sul Leite, evento que abrange pesquisadores e produtores de toda a região Sul do país. Esse simpósio será realizado em parceria com o professor aposentado da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Geraldo Tadeu dos Santos, com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Leite (INCT/Leite), coordenado pelo professor Amauri Alfieri, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEL.

OPORTUNIDADE - As coordenadoras destacam que, assim como o Gebol, outros diversos grupos de estudos no CCA são oportunidades para que os estudantes tenham contato com as atividades práticas dos cursos, inclusive no que diz respeito à participação em pesquisas e atividades científicas, desde os primeiros anos.

Os estudantes também se dedicam à pesquisa científica como resultado de ações em conjunto com produtores de Londrina e região. Uma delas, realizada juntamente com o produtor holandês, Loius Baldraz, investigou a longevidade das vacas leiteiras no rebanho. Identificaram, por exemplo, causas do "descarte" das vacas, após certo período de produção de leite.

As professoras explicam que a longevidade da vaca leiteira é considerada a partir do período em que ela inicia a produção, após parir pela primeira vez, até o período em que a reprodução e a produção de leite deixam de ser satisfatórias. Logo após todo esse processo, as vacas são retiradas do rebanho.

No caso do produtor, compararam também como dois sistemas de produção, um aberto e outro em confinamento, influenciaram na longevidade dos rebanhos. Segundo as professoras, o resultado é que o sistema aberto traz mais benefícios, portanto, resultando no bem-estar animal.

As professoras são unânimes em defender que "não se consegue pensar em produção sem bem-estar animal". Isso significa que desde o manejo até as condições de higiene, todas as etapas precisam ser pensadas para uma melhor produção de leite. "Uma vaca bem alimentada, livre de dor, que possa expressar seu comportamento, expressa também seu potencial de produção de leite", afirma Carolina.

Para as professoras, a produção de leite na região, entretanto, ainda foca no custo-benefício do produtor de porte médio, sem focar tanto no bem-estar do animal. A situação é diferente em cidades como Castro e Carambeí, na região dos Campos Gerais, que apresentam grandes produtores, que investem mais no bem-estar do rebanho. A região é considerada a maior produtora do estado e dá visibilidade para o país. O Brasil é o 4º maior produtor de leite do mundo, com mais de 30 bilhões de litros produzidos por ano.