Leite ganha mais qualidade no Oeste do Paraná 29/04/2009 - 12:00

O projeto atende 206 famílias que vivem da produção leiteira e já dá resultados
Conhecimento e qualidade. Estes são alguns fatores que fazem com que o produtor de leite de Campo Bonito, Rogério dos Santos, e também vice-presidente da Cooplaf (Cooperativa de Leite da Agricultura Familiar), já esteja satisfeito com o Programa de Gestão Tecnológica Empresarial da Unidade de Laticínio da Cooperativa de Leite da Agricultura Familiar com Integração Solidária de Campo Bonito, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), de Cascavel. O projeto apóia a pecuária leiteira do município e também das cidades vizinhas de Ibema e Catanduvas.
“Muitas vezes os produtores vão à veterinária e compram um produto sem saber se é o adequado. A vinda dos bolsistas da Universidade vai ajudar muito em conhecimento. A gente não tem muita noção e acaba fazendo de maneira errada”, esclarece Rogério. Ele lembra ainda que os produtores estão contentes. “Estão empolgados porque eles já tiveram orientações mesmo antes da avaliação do líquido. Essas poucas explicações já trouxeram melhorias ao leite”, salienta o vice-presidente.
Para o presidente da Cooplaf de Campo Bonito, Manoel dos Santos Filho, o projeto já está ajudando. “Já começou dar resultado, principalmente na parte de higiene. Eu produzo há dez anos e sempre faço curso e mesmo assim sempre tem algo para aprender”, observa.
Os bolsistas em Farmácia, Zootecnia e Economia estão trabalhando com 206 famílias que tem como fonte de renda o leite. “A produção é de 360 mil litros por dia. Essa quantidade supera Cascavel. Estamos trabalhando com a viabilidade da implantação da plataforma e as gestões das propriedades e da Cooplaf. Faremos cursos, como de controle de custos”, aponta a recém-formada em Economia Franciele Rosin.
O objetivo da primeira etapa é de garantir a qualidade do leite para que os produtores possam abranger a comercialização do produto. “A ideia é proporcionar técnica, conhecimento e boas condições à produção”, ressalta a coordenadora geral do projeto, Luciana Oliveira Fariña.
Ela lembra ainda que outra proposta é fazer funcionar a plataforma de resfriamento que foi implementada pelo município com apoio do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário). “Só falta viabilizar economicamente e fazer alguns ajustes, como colocar nas normas do IAP (Instituto Ambiental do Paraná)”, declara Luciana.
A estrutura física da plataforma tem sede em Campo Bonito e contará com um laboratório de avaliação.
A segunda etapa do programa deverá oferecer cursos de pasteurização do leite. “Quando houver uma maior concretização, ensinaremos a comunidade a fazer um produto processado como iogurte para vender em escolas e esperamos introduzi-los na merenda escolar”, destaca Fariña.
O projeto, que faz parte do Universidade Sem Fronteiras, o maior programa de extensão universitária do país e desenvolvido pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) , pretende posteriormente abranger outros municípios da região.