Política de cotas dá prêmio à UEL 26/04/2007 - 17:30

26/04/2007
“O Prêmio Camélia da Liberdade concedido à Universidade Estadual de Londrina não deixa de ser um reconhecimento da política de cotas da UEL, que permite que negros e estudantes pobres oriundos da escola pública ingressem numa universidade”. A opinião é da secretária Lygia Pupatto, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e ex-reitora da UEL entre 2003-2006.
O prêmio foi entregue à direção da UEL pelo Centro das Populações Marginalizadas, em solenidade realizada neste mês, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. “Foi com grande alegria que recebi a notícia”, afirmou a secretária. “O prêmio também reforça a política de inclusão social do governo Roberto Requião”, acrescentou.
DESAFIO
Ela conta que a UEL foi a primeira instituição estadual de ensino superior pública a implantar o sistema de cotas, reservando, no vestibular de 2005, até 40% do total de vagas para negros e alunos oriundos de escolas públicas mantidas pelo governo federal, estadual e municipal -- resolução tratando desse assunto foi aprovada pelo Conselho Universitário da UEL em 2004.
Atualmente, segundo a Pró-Reitora de Graduação da UEL, Maria Aparecida de Carvalho, dos 14 mil alunos da graduação, 2.743 são cotistas. “Com base na experiência vivida nos anos de 2005, 2006 e 2007 vamos procurar ampliar o programa de inclusão social na Universidade Estadual de Londrina”, afirmou. Outro dado da experiência é o baixo índice de evasão dos cotistas em relação aos estudantes que ingressam pelo sistema universal –3,6% contra 8%.
Além da UEL, também adota a política de cotas a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). “No governo Roberto Requião, nosso grande desafio é a universalização da educação, da ciência e da tecnologia”, disse a secretária.
Lygia Pupatto aproveitou para informar que a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior está fomentando uma grande discussão sobre inclusão social em todas as universidades e faculdades estaduais. “Respeitando a autonomia universitária, vamos procurar, em conjunto, debater essa questão sob o ponto de vista da sociedade. Afinal, os impostos que ela paga também vão para a educação”, acrescentou.
CAMÉLIA DA LIBERDADE
O prêmio Camélia da Liberdade é concedido a organizações, instituições ou empresas que desenvolvem políticas de promoção e inclusão social. Também receberam a honraria a Universidade Federal de Alagoas, a Unimontes (Montes Claros/MG), a Universidade Estadual de Goiás, a Universidade Federal de São Carlos (SP), a Universidade Federal da Bahia e a empresa Esso.
Patrocinada pela Petrobras desde 2005, a campanha “Ação Positiva, Atitude Afirmativa” prevê várias ações, incluindo o Prêmio Camélia da Liberdade. “Ao apoiar projetos como esse, a Petrobras quer sensibilizar a sociedade para a valorização da diversidade racial e o respeito à contribuição dos afro-descendentes para o desenvolvimento do Brasil”, disse Luis Fernando Nery, gerente de Responsabilidade Social da Companhia.
A atriz Ruth de Souza e o ator Jorge Sá foram os mestres de cerimônia, que teve como atrações Leci Brandão, Xangô da Mangueira e B Negão, entre outros. Além dos sete premiados nesta edição, foram homenageados: a bailarina Mercedes Baptista, pioneira na implantação da dança afro no cenário nacional; Ogã Bangbala, um dos mais antigos e reconhecidos tocadores de atabaque do Rio de Janeiro; Ialorixá Mabegi, por ser a Mãe de Santo mais antiga do Bate-Folha; Maria Inês da Silva Barbosa, que há mais de 35 anos tem atuado como ativista de movimentos sociais e anti-racistas, e Conceição Evaristo, escritora, poetisa e ensaísta, com trabalhos publicados na Alemanha, Estados Unidos e Moçambique.

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