Presidente da CUIA Estadual se reúne com pró-reitores 29/07/2016 - 09:56

Os pró-reitores de Graduação das universidades estaduais paranaenses estiveram reunidos, nesta semana, na sala da Pró-Reitoria de Graduação da UEPG, com o professor doutor Wagner Roberto do Amaral, presidente da Comissão Universidade para os Índios (CUIA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e presidente da CUIA Estadual. No encontro da CUIA Estadual, os pró-reitores foram recepcionados pelo professor Miguel Archanjo de Freitas Jr., pró-reitor de Graduação da UEPG e presidente do ForGrad Sul – Fórum Brasileiro de Pró-Reitores de Graduação, que em 2016, reúne na instituição nomes destacados da área para palestras e mesas redondas que abordam questões relacionadas à “Formação de professores para a educação básica”, tema do evento.

Iniciação Acadêmica

O presidente da CUIA Estadual explica que o foco da reunião é a socialização da experiência da UEL com o ciclo intercultural de iniciação acadêmica, que se desenvolve em um ano, período em que os alunos indígenas recebem formação intermediária entre a educação básica e o ensino superior. Wagner do Amaral pontua que o vestibular para indígenas ocorre desde 2002, e destaca o Paraná como pioneiro na oferta de vagas específicas para indígenas no ensino superior. Ressalta que o ciclo surgiu a partir da observação do período anterior (14 anos do Vestibular), quando se observou situações de evasão, retenção na série, transferência de cursos.

A leitura do quadro sinalizou para o fato de que o indígena precisa ter compreensão anterior do que é a universidade e entender a escolha do curso e o seu significado, segundo o presidente. Ainda coloca nessa opção pelo curso o ponto de que há certa fragilidade no acompanhamento desses alunos na universidade. Por isso, entende a importância das observações registradas pela UEL, no percurso, que possibilitou a criação do curso. “Todos os alunos que ingressam no curso, em cada ano, permanecem na mesma sala e com a mesma base curricular e com atenção constante em suas dificuldades e retomadas de conteúdos”, diz Wagner, acrescentando “primeiro passa pelo ciclo para compreender a universidade e ir amadurecendo a escolha do curso”.

Importância do Ciclo

Para o presidente da CUIA, o ciclo é significativo porque ao longo de suas atividades permite que o aluno conheça a universidade em que vai estudar e reúna informações sobre os cursos da instituição para registrar se a opção pensada é adequada para sua formação. “Ele é calouro no curso, mas vai chegar à universidade sem medo e receios e vai se firmando em sua escolha”. Também vai ter, na universidade, o acompanhamento de um professor indicado pelo colegiado do curso e membro da CUIA (na UEL são 16 membros). “O ciclo fortalece a presença e a identidade do estudante indígena para que supere dificuldades e preconceitos e tenha um repertório cultural acadêmico para se afirmar no curso e na universidade”.

O professor Wagner acentua que, na reunião, se considerou em levar para as universidades estaduais informações sobre o curso e seu funcionamento. A ideia é desenvolver o ciclo em todas as IES (Instituições de Ensino Superior), com uma programação adequada a cada instituição. Isso porque, segundo Wagner, o ciclo é uma experiência da UEL e precisa ser acolhido através das especificidades de cada universidade. Para o professor, o ciclo é significativo porque o vestibular indígena é diferente do tradicional. O candidato a uma vaga no Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná escolhe a universidade em que deseja estudar, e não o curso. O aluno escolhe a graduação somente no momento da matrícula. Wagner do Amaral observa que a Seti (Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) já sinalizou para a criação de um programa permanente do ciclo.

A reunião contou com a participação dos pró-reitores de Graduação da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), Elenita Congenero Michoppe; da Unespar Unespar (Universidade Estadual do Paraná), Mário Cândido de Athayde Junior; da UEM (universidade Estadual de Maringá), Ana Tiyomi Obara; da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná), Ana Paula Belomo Castanho Brochado; da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), Regina Célia Wipieski Padilha; e da UEL (Universidade de Londrina, Angela Maria de Sousa Lima.