A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e o município passam a ser referência nacional na produção medicamentos usados nos tratamentos de câncer de mama e de próstata, a partir da celebração do convênio, neste domingo (25), para a instalação do Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), no Campus Uvaranas da UEPG. O investimento é de R$ 35,9 milhões. Assinaram o documento o ministro da Saúde, Ricardo Barros; a vice-governadora Cida Borghetti; o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes; o prefeito Marcelo Rangel; o diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix; e a vice-reitora Gisele Alves de Sá Quimelli.

Na solenidade realizada no saguão do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais (HU-UEPG) ainda foi inaugurada, simbolicamente, a primeira fase da obra de modernização da unidade do Tecpar no Campus da UEPG. No local, vai funcionar um laboratório de Controle de Qualidade, de Garantia da Qualidade e Armazenagem. Na continuidade, será implantada uma fábrica completa de produção de medicamentos sintéticos de alto valor agregado. De acordo com Júlio Felix, a estrutura terá capacidade de produção de 200 milhões de comprimidos/ano e 100 milhões de cápsulas/ano, quantidades suficientes para suprir a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS).

Júlio Felix afirma que a instalação desta unidade no Campus da UEPG integra a política de descentralização da atuação do Tecpar no Estado. Primeiro, o instituto instalou um Parque Tecnológico em Jacarezinho, no Norte Pioneiro do Paraná, em parceria da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). No início deste mês, celebrou convênio com município de Maringá, para a instalação de um Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos Biológicos, no valor de R$ 82 milhões. “Agora, temos mais esta unidade no Campus da UEPG, que nos cedeu o espaço do seu Laboratório de Produção de Medicamentos”, disse, agradecendo à vice-reitora Gisele Alves de Sã Quimelli, pela transferência da área ao Tecpar.

A vice-reitora destaca a parceria entre a UEPG e o Tecpar, que já vem de alguns anos. Lembra que os dois órgãos mantêm um Laboratório de Técnicas Operatórias e Cirurgia Experimental, que dá apoio a pesquisas na área de Medicina, além de desenvolver estudos científicos junto ao grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Dispositivos Médicos, Hospitalares e Odontológicos –formado por pesquisados de ambas as instituições. “O Tecpar soube entender o papel e a inserção social da UEPG, através da pesquisa e da extensão”, disse, afirmando que esta nova parceria trará possibilidades ainda maiores de campos de estudos e pesquisas para professores e alunos da graduação e pós-graduação.

O secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes, afirma que o projeto é importante a UEPG e para a cidade, somando mais de R$ 35 milhões em investimentos. “Seguramente é o maior recurso já investido na universidade, num só projeto”, disse. Recorda, que os primeiros contatos com o Tecpar aconteceram em 2012, quando ele era reitor da UEPG. “Desde então estabelecemos uma parceria com o instituto que agora fica ainda mais forte”, disse, observando que Ponta Grossa e Maringá passam a ser referência na produção de medicamentos oncológicos. Por fim, agradeceu ao ministro Ricardo Barros, pela sua atuação à frente do Ministério da Saúde, com uma atuação firme em prol do Paraná e do País.

A vice-governadora Cida Borghetti ressaltou que a produção desses medicamentos vai abastecer o Brasil e impactar diretamente na vida das pessoas. “Ponta Grossa entra para o mapa nacional de produção de medicamentos com esta parceria entre o Tecpar, o Ministério da Saúde e UEPG. O Governo do Paraná está investindo e buscando parcerias em inovação e tecnologia para ser referência nacional”, disse Cida, que destacou ainda a unidade do Tecpar de Maringá, que entregará seu primeiro lote de produtos para câncer de mama ainda neste mês. “O Tecpar é um orgulho para o Paraná, pela sua política de inovação e modernidade”, disse.

De acordo com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, com o início da produção na unidade do Tecpar a previsão é a redução de 30% nos preços dos remédios no mercado. “É a oportunidade da cidade se transformar em um polo de fabricação de medicamentos no país”, pontuou. Ele ressaltou a competência e a capacidade técnica do Tecpar na formulação dos projetos que resultaram na instalação das fábricas de medicamentos em Maringá e Ponta Grossa. “Não é fácil aprovar projetos como estes”, disse, complementando que muitos outros estados buscaram esses recursos não tiveram êxito. Destacou ainda, que pela sua expertise, hoje, o Tecpar é uma empresa independente, com orçamento próprio.

Após a assinatura do convênio para o investimento no Centro de Desenvolvimento e Produção de Medicamentos Sintéticos, as autoridades promoveram o descerramento simbólico da obra da primeira etapa da instalação do Tecpar no Campus da UEPG, ocupando o prédio do antigo Laboratório de Produção de Medicamentos (Lapmed), bem como do Laboratório de Cirurgia Experimental, instalado no Bloco M, do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde.