Tecpar produzirá vacinas mais modernas 31/12/2008 - 10:54

Em 2008, a nova planta de produção da BHK, como é chamada a vacina anti-rábica de uso veterinário pelo método de cultivo celular, foi aprovada pelo Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária. O laboratório e a documentação para registro do produto já estão prontos. A previsão é de entregar, em 2010, 27 milhões do produto ao Ministério da Saúde. Com o domínio do cultivo celular, o instituto passa a oferecer uma vacina de padrão internacional, mais pura, e com maior capacidade de produção de anticorpos, abrindo caminho para a exportação. O novo método utilizará células provenientes BHK21, provenientes de células renais de hamsters. A seguir, um balanço das principais conquistas do instituto em 2008:
Vacina para uso veterinário
Também em 2008, a unidade de produção da vacina anti-rábica de uso veterinário – um dos produtos mais antigos do Tecpar ganhou instalações mais modernas e totalmente adequadas às Boas Práticas de Fabricação (BPF), atendendo assim às exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, informa o diretor de produção, Renato Rau.
Segundo ele, toda a produção é encaminhada ao Ministério da Saúde, que a distribui aos estados por meio do Programa Nacional de Profilaxia da Raiva. É graças a essa vacina que a raiva – doença que ataca cães, gatos, ratos e morcegos e pode contaminar o homem e levá-lo à morte – está controlada. A campanha de vacinação não é mais realizada no sul do país, somente em regiões de fronteira ou onde há focos isolados da doença.
Laboratório de Madeira
Um laboratório com 350 metros quadrados,  exclusivo para tratamento da madeira, foi viabilizado em 2008 com recursos estaduais e também da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Além dos ensaios físicos e químicos que o Tecpar já realiza, será possível, na nova estrutura, fazer o ensaio de determinação da emissão de formaldeído pelo método gás-análises (conforme norma EN 717-2), que permite classificar os produtos conforme as exigências do mercado europeu.
Hoje, quem exporta madeira precisa fazer esse ensaio na Europa, o que dificulta o processo e a obtenção da certificação exigida para exportação. O laboratório vai atender também a demanda da indústria nacional, mas principalmente da paranaense, já que o Estado é o que abriga o maior número de empresas do setor. Outra atividade do laboratório será o ensaio de desempenho (estabilidade, resistência, durabilidade) na avaliação de conformidade de móveis de escritório e escolas.
Projeto “Prumo”
Em dois anos de atividades, o “Prumo”, projeto de unidades móveis, atendeu 97 empresas da indústria de plástico do Paraná. A iniciativa oferece o aprimoramento dos processos e a melhoria da qualidade dos produtos, com o auxílio de recursos tecnológicos para que a micro e pequena empresa possam ganhar competitividade industrial. O objetivo é conquistar, manter e atender a exigência do mercado consumidor. Lançado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o projeto conta com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do sistema Fiep/Senai e dos sindicatos ligados à indústria do plástico. O Prumo incorpora o conceito de unidades móveis, dotados de equipamentos laboratoriais, para disponibilizar tecnologia à micro e pequena empresa. Durante o atendimento é analisado o processo produtivo da empresa,  tendo como orientação os resultados dos ensaios e análises efetuadas na unidade móvel. As primeiras ações estarão dirigidas às indústrias de plástico do Paraná, de Curitiba e do Interior.
Certificação renovada
O Tecpar não teve nenhuma não-conformidade e passou pela auditoria de renovação do seu Sistema de Gestão da Qualidade, que tem a validade de três anos. Os auditores elogiaram a capacitação técnica da área de prestação de serviços e também a boa evolução dos processos do instituto.  
Leite terá certificado de qualidade
Falta pouco para os produtores de leite terem seu produto certificado: o projeto “Produção Integrada de Leite Bovino”, coordenado pelo Tecpar, contemplando todos os aspectos da produção, já está concluído.
De acordo com a coordenadora do projeto, a médica veterinária Roberta M. Züge, “as normas de certificação do leite produzido no Brasil vão torná-lo competitivo e adequado às exigências do mercado internacional, permitindo, assim, exportação de produtos lácteos”.
Com o projeto, a qualidade do produto será assegurada desde a propriedade rural até as gôndolas dos supermercados -- o sistema garante a proteção ao meio ambiente, a segurança ao trabalhador e o bem-estar do animal.
Os requisitos da norma foram elaborados por um comitê gestor formado por representantes das instituições ligadas ao setor produtivo, que definiram as propriedades rurais que participariam do teste-piloto envolvendo todo o ciclo produtivo do gado.
Rede de laboratórios de resíduos e contaminantes
O Tecpar está entre as dez instituições indicadas pelos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Ciência e Tecnologia (MCT) para integrar a Rede de Laboratórios de Resíduos e Contaminantes em produtos de origem animal e vegetal, que tem como objetivos principais a segurança dos alimentos e a redução das exigências técnicas impostas por diversos países para a importação de produtos agropecuários.
Segundo o gerente do projeto, Natalicio Ferreira Leite, o bom conceito dos laboratórios do Tecpar entre os ministérios, a acreditação pelo Inmetro e o credenciamento pelo Mapa, obtidos em 2007, contribuíram para a indicação.
A rede integra o Sistema Brasileiro de Tecnologia (Sibratec) e possibilitará a modernização dos laboratórios envolvidos no projeto, colocando-os em conformidade com os requisitos internacionalmente aceitos. Os recursos – R$ 1,55 milhão aportado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e R$ 508 mil da contrapartida do Tecpar – estão sendo investidos na aquisição de instrumentos científicos e adequação das instalações laboratoriais.