UEPG e Usiminas celebram acordo para desenvolver patentes
25/10/2013 - 16:41

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) acaba de fechar acordo de cooperação técnico-científica com a Usiminas, para o desenvolvimento em escala piloto da patente de invenção de tubos e dutos à base de grafeno. Trata-se do projeto referente à primeira patente internacional da UEPG, que se encontra em fase de depósito em outros países.  O acordo prevê etapas de desenvolvimento da pesquisa na UEPG e na Usiminas, com o objetivo de averiguar a viabilidade econômica da patente para um futuro desenvolvimento em escala semi-industrial.

Os pesquisadores André Luís Moreira de Carvalho e Nadia Khaled Zurba (Departamento de Engenharia de Materiais) são os autores da pesquisa intitulada “Tubos, dutos ou risers de aço à base de grafeno, método de fabricação dos mesmos e sua utilização para o transporte de petróleo, gás e biocombustíveis”. Eles desenvolveram um produto com base no grafeno (material 100 vezes mais resistente que o aço), que poderá produzir impacto nos setores de transporte de energia, produção e utilização de equipamentos no campo do petróleo, em sistemas risers (dutos) submarinos (offshore) de águas ultraprofundas (superior a 1.500 m) ou sistemas terrestres (onshore).

“Essa tecnologia poderá ser utilizada, por exemplo, na exploração do pré-sal”, comenta o professor André Luiz, referindo-se à utilização do grafeno na composição de aços microfilados, tipicamente usados na indústria petrolífera. O produto também possui aplicabilidade direta nas indústrias siderúrgica, metalúrgica, de gás e biocombustíveis, e estendido a outros sistemas construtivos, com uso médico, biomédico e hospitalar. “Os resultados experimentais de preparação e caracterização dos novos aços à base de grafeno, realizados no Complexo de Laboratórios Multiusuários (C-LabMu) da UEPG, são promissores”.

“É uma tecnologia de ponta, inovadora e com muito potencial”, afirma Nádia Khaled, lembrando que experimentos com o grafeno, material desenvolvido em laboratório em 2004, renderam o prêmio Nobel de Física aos pesquisadores russos André Geim e Konstantin Novoslevov, no ano passado. “Hoje o grafeno está sendo investigado no mundo todo, em várias frentes de aplicação”.

Para o diretor da Agência de Inovação e Propriedade Intelectual (Agipi), João Irineu de Resende Miranda, o acordo com a Usiminas, um dos maiores complexos siderúrgicos do mundo, consolida o perfil da UEPG como uma instituição pró-ativa em desenvolvimento tecnológico voltado à inovação. “Três fatores determinam o avanço da UEPG neste campo”, diz, citando entrada em vigor da Lei de Inovação do Estado do Paraná; a ação da Reitoria com vistas ao incentivo à pesquisa inovadora; e a mudança de cultura que se opera entre os pesquisadores da UEPG. “Além da produção acadêmica, muitos têm buscado o patenteamento de suas descobertas e a aproximação com as demandas das empresas”.