Universitários e recém-formados contribuem com geração de empregos em APL no Oeste do Estado 08/04/2009 - 17:30

O Arranjo Produtivo Local (APL) Moda Bebê de Terra Roxa, situado na região Oeste do Paraná, atua no setor de confecção para crianças de zero a um ano de idade. No momento atual, de crise econômica, em que muitas empresas entram em recessão e demitem seus funcionários,  naquela região a situação é totalmente diferente. “Nós estamos passando por um momento de crise de mão-de-obra. Precisamos e queremos contratar funcionários, mas temos dificuldades para encontrar pessoas qualificadas”, salientou o empresário e secretário executivo do APL, Osvair “Balin” Mauro Frasson.
O Universidade Sem Fronteiras, programa da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) criado com o objetivo de transferir o conhecimento gerado nas universidades, deve contribuir com a geração de mais empregos. Através do projeto “Gestão e inovação para o APL Moda Bebê de Terra Roxa”, professores, profissionais recém-formados e estudantes de graduação incentivarão e auxiliarão os empresários para que fabriquem um novo produto. A expectativa é que essa ação crie, diretamente, 80 novos postos de trabalho na região.
A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Lygia Lumina Pupatto, ressalta a prioridade por projetos que criem novas perspectivas à vida das pessoas. “É preciso reconhecer que seria impensável, décadas atrás, priorizar um projeto de alocação de recursos públicos para que a micro e pequena empresa pudesse se tornar mais competitiva”, disse.
De acordo com o coordenador do projeto e professor de economia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus Cascavel, Ronaldo Bulhões, o programa da Seti é muito importante para o desenvolvimento sustentável. “Devo salientar a importância do Universidade Sem Fronteiras, pois ele facilita sobremaneira a nossa linha de ação. Além disso, contamos com a parceria da prefeitura, da Associação do APL e do Sebrae”, afirmou.
O novo produto que será implantado através do projeto é um sapatinho para crianças de zero a um ano, produzido a partir dos resíduos gerados pelas confecções, as sobras de tecidos. “O sapatinho terá um custo muito baixo, pois será feito de algo que antes era jogado no lixo. A expectativa é que haja um retorno bom aos empresários. Além disso, o projeto tem um valor ambiental, pois impede que esses resíduos agridam a natureza”, afirmou o coordenador do projeto.
O projeto envolve três professores do curso de Economia da Unioeste e um professor do curso de Design de Moda da Universidade Paranaense (Unipar). O projeto conta ainda com quatro bolsistas - dois profissionais recém-formados e dois graduandos. Além de qualificar as empresas para que desenvolvam os modelos dos sapatinhos e a linha de produtos, o projeto realizará um diagnóstico administrativo em cada uma das empresas do APL. Também serão ministrados cursos a respeito de gestão do produto, treinamento gerencial e administrativo e organização da linha de produção.
Segundo o secretário executivo do APL, as ações realizadas com o grupo têm abrangência ainda maior. “O APL acaba envolvendo as facções das cidades vizinhas, como Guaíra, Francisco Alves e Palotina. Hoje, o APL tem 53 indústrias e gera aproximadamente 3 mil empregos”, disse Osvair “Balin” Frasson. O APL Moda Bebê de Terra Roxa apresenta um faturamento de R$ 3,5 milhões por mês.
Criado há cinco anos, o APL de Terra Roxa nasceu de um Núcleo Setorial, mantido em parceria com o Sebrae. Com o objetivo de estimular a reunião de empresas de um mesmo segmento para que se desenvolvam conjuntamente, o Núcleo incentivou a formação do APL. “Depois que o APL foi criado, a relação entre os empresários mudou bastante. Não nos vemos como concorrentes, mas como parceiros que podem buscar novas oportunidades e discutir a resolução dos problemas”, contou. O projeto do Universidade Sem Fronteiras para o APL iniciou no fim do ano passado e a expectativa em relação a sua execução é a melhor possível.