Ministério da Saúde oficializa medicamentos que serão produzidos pelo Tecpar 06/03/2017 - 15:00
A governadora em exercício explicou que a produção dos insumos será concentrada no Parque Biotecnológico do Tecpar em Maringá, na região Noroeste, localizado em uma área transferida pela prefeitura no bairro Borba Gato. “O mais importante é que, além de ajudar a movimentar economia do Estado, esses medicamentos atenderão as pessoas que mais precisam, que sofrem com doenças autoimunes, câncer e artrite e muitas vezes não têm acesso a esse tratamento”, afirmou Cida Borghetti. “São medicamentos muito caros, que passam a ser produzidos pelo Tecpar para serem distribuídos pelo SUS”, ressaltou.
ESTRATÉGICOS – A lista de medicamentos distribui entre o Tecpar, a Fiocruz/Biomanguinhos (RJ) e o Instituto Butantan (SP) a elaboração de produtos biológicos estratégicos para o SUS, que até então eram importados. As três instituições farão a produção de 26 biofármacos, por meio de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). A nova distribuição das PDPs, que prevê transferência de tecnologia entre laboratórios públicos e privados, foi lançada no ano passado pelo Ministério da Saúde.
INVESTIMENTOS – A expectativa do Ministério da Saúde é que, com os projetos, haja um investimento privado de R$ 6,4 bilhões, a construção de pelo menos três novas fábricas, geração de mais de 7,4 mil vagas de empregos qualificados, além do envolvimento de cerca de 450 doutores especializados em pesquisas para auxiliar o desenvolvimento de medicamentos e produtos para a saúde.
Além disso, de acordo com o ministro Ricardo Barros, a nacionalização da produção dos medicamentos fornecidos pelo SUS garantirá uma economia de até 30% ao ano. “O Ministério importa em torno de R$ 8 bilhões em medicamentos de alto custo. Alguns deles já estão com a transferência tecnológica em andamento. Os que estão anunciados nesta publicação iniciarão agora sua produção no Tecpar, Fiocruz e Butantan, com a parceria de diversos laboratórios”, explicou.
“Eles produzem os medicamentos e vendem ao governo brasileiro mais barato, inicialmente com 30% de desconto. A cada ano eles são obrigados a reduzir em 5% o valor dos produtos”, afirmou. “Esse processo é muito importante para o Brasil, porque nos dá economia imediata e perspectiva de ter tecnologia do País para estes e para novos medicamentos que serão produzidos”, disse Barros.
MEDICAMENTOS – O Tecpar será responsável pelo desenvolvimento de quatro produtos: Bevacizumabe, Etanercepte, Infliximabe e Trastuzumabe. A previsão é que o instituto arrecade até R$ 500 milhões por ano, a partir de 2018, com o fornecimento dos insumos.
O diretor-presidente do Tecpar, Júlio Felix, explicou que o instituto fornece medicamentos ao Ministério da Saúde desde 1944 e tem ampliado o seu escopo de produtos. “A partir deste projeto do governo federal de criar um complexo econômico e industrial da saúde, fomos convidados a desenvolver tecnologias para o fornecimento de novos medicamentos, em parceria com empresas brasileiras e multinacionais detentoras das patentes”, disse.
“Este é apenas o início do processo, porque a política do governo federal é de continuar incentivando que os laboratórios públicos ampliem sua participação na produção de medicamentos”, completou.
VACINA ANTIRRÁBICA – O ministro da Saúde assinou ainda o contrato que prevê o fornecimento pelo Tecpar de 30 milhões de doses da vacina antirrábica para serem utilizadas nas campanhas de vacinação de cães e gatos deste ano. O Tecpar é fornecedor da vacina antirrábica ao Ministério há mais de 40 anos e atualiza frequentemente o seu processo produtivo, alcançando novos patamares de qualidade, nivelando-se aos produtores mundiais.
Atualmente, o Tecpar utiliza o método de perfusão, que amplia a capacidade de produção da vacina. A combinação desse método com outras tecnologias deu origem ao processo cujo pedido de patente foi depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – Processo compacto de produção de vacina antirrábica veterinária utilizando células BHK-21, vírus PV e método de perfusão.
MARINGÁ – A princípio, o Tecpar vai realizar em Maringá a obra para a construção da fábrica de finalização e envase de medicamentos e vacinas, que vai dar suporte à produção da vacina antirrábica, já produzida pelo instituto, e aos demais medicamentos biológicos que serão ali produzidos.
A unidade de fill and finish tem como objetivo fazer a formulação, envase, embalagem e armazenamento de medicamentos injetáveis produzidos pelo instituto. Nos próximos anos, novas plantas biológicas serão instaladas no local. A produção desses medicamentos biológicos pelo Tecpar deve gerar pelo menos 250 empregos diretos e qualificados, além de envolver mestres e doutores para auxiliar no desenvolvimento dos novos produtos.
ESPAÇO FUTURO – A governadora em exercício e o ministro da Saúde também inauguraram oficialmente o Espaço Futuro, uma área no campus CIC do Tecpar que foi revitalizada para se tornar um espaço de convivência dos colaboradores do instituto.
O antigo lago localizado na sede do Tecpar foi revitalizado para abrigar dois novos, que contribuem com o microclima da região e ajudam na contenção de enchentes do Rio Barigui, que passa próximo ao local. Como parte da cerimônia de inauguração, alunos da Escola Municipal Pró-Morar Barigui, vizinha do instituto, soltaram alevinos no lago, junto com seus monitores. Após o crescimento dos peixes, os animais serão levados ao Rio Barigui.
PRESENÇAS - Participaram da solenidade o vice-presidente de Produção de Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Aurelio Krieger; o secretário de Estado da Comunicação Social, Márcio Villela; o diretor geral da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Décio Sperandio; o secretário municipal de Saúde de Curitiba, João Carlos Baracho, além de diretores do Tecpar e representantes de laboratório.