Paraná avança com Universidades para Terceira Idade
01/10/2013 - 17:46

As Universidades para a Terceira Idade surgiram para oferecer ao idoso a possibilidade de uma educação continuada associada às atividades culturais e de lazer. O Brasil tem cerca de 15 milhões de idosos e o Paraná, por meio de suas universidades estaduais, desenvolve um trabalho criativo voltado para responder às necessidades de uma população que cresce e continua ativa.

Atualmente o sistema de ensino superior conta com 7 programas que desenvolvem atividades voltadas para pessoas com mais de 55 anos. São chamadas Universidades para a Terceira Idade que oferecem conhecimento e informações proporcionando melhoria na qualidade de vida dos idosos.

No Paraná, a primeira universidade estadual a adotar o programa foi a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) denominado Universidade Aberta para Terceira Idade, em 1992, inicialmente como um curso de extensão, mas em 1994, em função do desejo dos alunos em se manter na instituição, foi criada a Universidade Continuada para a Terceira Idade (Ucti).

Este é o caso de dona Jacira Dias, de 62 anos. Ela participou do curso de um ano e meio, mas não quis parar por ali, aderiu a Ucti e já conta com 6 anos de estudos. O motivo ela conta: “Me aposentei, mas conhecimento nunca é demais”. Apaixonada pelas aulas de artesanato, Jacira também destaca que na Uati ela pode desenvolver amizades duradouras e realizar inúmeros passeios coletivos.

Na UEPG existem algumas disciplinas permanentes dentro da grade curricular. Entre as disciplinas obrigatórias estão filosofia, sociologia, direito previdenciário, economia e meio ambiente e as optativas são teatro, arte e cultura, inglês e informática básica.

Em 1994 foi a vez da Universidade Estadual de Londrina aderir ao programa para a terceira idade. O programa, que já atendeu mais de mil alunos desde sua fundação, ficou desativado entre agosto de 2012 e 2013 devido a saída do coordenador do curso, atualmente está sob a direção do professor Denilson de Castro, que atua há 15 anos em projetos ligados a saúde e atividades físicas voltados para a terceira idade.

Além de destacar a importância da retomada do projeto para os alunos, Denilson ressalta a importância de atender essa faixa etária e cuidar cada vez mais dessa parcela da população que só tende a crescer. “Nosso foco principal é inserir os idosos em atividades físicas, culturais e intelectuais, para que eles possam ser participativos e produtivos na comunidade", explica o coordenador. O período de inscrições para 2014 ainda não está definido, mas já se sabe que o curso será totalmente gratuito e que deve superar o número de 120 alunos atendidos em 2012.

A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) também aderiu ao sistema Unati em 1997 como projeto de extensão permanente, começando suas atividades no ano seguinte. Com objetivo de contribuir para mudanças qualitativas no contexto sócio-econômico da Terceira Idade, a Unicentro oferta cursos em Irati e Guarapuava.

Criada em 2000 no campus de Toledo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em 2010 a Unati se espalhou pelos seus outros quatro campi, Foz do Iguaçu, Marechal Cândido Rondon, Francisco Beltrão e Cascavel. Segundo o professor e coordenador do curso, José Carlos dos Santos, o projeto é uma extensão permanente, sem custo algum. Mendes destaca que a atividades físicas realizadas em grupo como ginástica e natação promovem um ambiente com um grande potencial de envolvimento social.

Em 2009 foi a vez da Universidade Estadual de Maringá aderir ao programa como um órgão suplementar da Reitoria, que foge ao modelo que prevalece nas Unatis. A UEM criou uma nova instância administrativa destinada a oferecer educação permanente não formal, a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com qualquer nível de escolaridade.

Atualmente a Unati oferece 40 opções de cursos, ministrados por professores da UEM, para 340 alunos. Em julho deste ano o projeto se estendeu ao campus de Cianorte, no qual ofertou 50 vagas em 8 cursos. O projeto visa principalmente oferecer às pessoas a possibilidade de desenvolver competências que gostariam de ter desenvolvido durante a sua vida e, por várias razões, não puderam realizar. O aluno escolhe as atividades que quer frequentar. São oferecidas aulas de inglês, de informática, de filosofia, oficinas de teatro, de dança, de cerâmica, entre outras atividades.

Em 1999 a Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (Fafipar), que atualmente integra a Unespar, deu início ao programa de extensão com duração prevista de um ano e meio. Com a contínua procura do projeto pelos idosos, criou-se então, em 2002, a Universidade Continuada.
Segundo a coordenadora da Unati, Jandira Xavier Gonzaga, os alunos participam de atividades bio-psico-sociais no projeto de extensão, e, ao chegar na Universidade Continuada, podem escolher três disciplinas para se aprofundarem. Atividades extra-classe como yoga, dança, literatura, informática e teatro são as preferidas entre eles. Ainda segundo a coordenadora estima-se que mais de 600 alunos já participaram dos programas, e a faixa etária é surpreendente, chegando a ter alunos de 86 anos. O que pode levar a faculdade a criar um curso para a “4ª idade”.

A ultima faculdade a receber o programa foi a Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão, Fecilcam, também integrante da Unespar. O programa começou em março deste ano e tem duração até o fim de 2015, sendo, portanto, um projeto de extensão. Segundo a coordenadora do projeto, Rosane Doralice, o objetivo é atender pessoas com mais de 55 anos, estimulando uma vida ativa e a busca de uma longevidade digna. O programa quer valorizar a história de vida, as experiências, o ser biográfico, a sabedoria adquirida ao longo da vida de cada pessoa idosa.