Pesquisadores da UEL apresentam projetos para 2020 09/12/2019 - 18:46
Nesta segunda-feira (9), a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná recebeu professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), acompanhados pela deputada federal Luísa Canziani. O encontro teve como objetivo apresentar um balanço dos resultados do projeto Seda Brasil, que vem sendo desenvolvido na UEL, desde 2018, com recursos do Fundo Paraná.
O projeto visa fomentar uma rede econômica e produtiva da seda, com o intuito de incentivar o desenvolvimento da cadeia de valor dessa matéria-prima, de forma sustentável. “Antes, ninguém conhecia a qualidade da seda produzida no Paraná, que agora já é reconhecida mundialmente pela superioridade do produto, em relação ao resto do mundo”, destaca a professora da UEL, Cristianne Cordeiro Nascimento, coordenadora geral do projeto.
O superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, reconhece a relevância da iniciativa para melhoria do segmento produtivo e fortalecimento da Agricultura Familiar. “Os resultados evidenciam a necessidade de envolvimento de novos parceiros, a fim de estimular o empreendedorismo rural e a adesão de novos sericultores”, pontua.
Segundo a deputada federal Luísa Canziani, o Brasil responde, atualmente, por cerca de 5% da produção mundial da Seda e o Paraná é responsável por 90% dessa produção nacional. “É preciso fomentar ainda mais a produção, direcionando mais recursos para essa cultura produtiva”, defende a parlamentar.
Além dos campos da Genética e da Microbiologia de Solos e Plantas, o projeto Seda Brasil tem contribuído na área da Biologia Molecular. “Temos desenvolvido análises biológicas do bicho-da-seda e relacionadas à suplementação alimentar do animal com diferentes fontes proteicas, dentre outras análises científicas de biologia celular e molecular”, destaca a professora Renata da Rosa.
SEDA BRASIL – O projeto abrange ações voltadas à sustentabilidade e ao equilíbrio entre os segmentos, além da modernização de meios produtivos, realização de pesquisas científicas e tecnológicas, com foco na inovação da cadeia produtiva da seda. “Auxiliamos os produtores rurais nas áreas de planejamento e gestão, uma vez que as melhorias na produção contribuem diretamente para a geração de renda e estímulo de outros pequenos produtores da cadeia produtiva do bicho da seda”, afirma a professora Cristianne.
A primeira fase do projeto contou com aporte financeiro de aproximadamente R$ 300 mil, aplicados em bolsas de pesquisa, equipamentos e serviços. “Para a segunda etapa, o intuito é ampliar as áreas de atuação, implementando ações nos campos da Zootecnia e da Engenharia, além de outras aplicações na área da Saúde”, sinaliza a coordenadora.
“Alimento biológico úmido, biofilme, nematicida e pigmentos produzidos por bactérias são algumas inovações previstas para a próxima fase do projeto Seda Brasil”, conclui Cristianne, ressaltando ainda a internacionalização, por meio da participação dos pesquisadores em eventos e missões na China e no Japão.
LABORATÓRIOS MULTIUSUÁRIOS – Na ocasião, o grupo de professores também apresentou os projetos de construção do Laboratório de Pesquisas em Biodiversidade (Labio) e do Laboratório de Pesquisa em Biomedicina (Lapeb), ambos vinculados ao Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
De acordo com o professor Mário Sérgio Mantovani, pró-reitor de Planejamento da UEL, o objetivo é agregar estudos que vêm sendo desenvolvidos por grupos de pesquisa nos campos da biodiversidade e biomedicina. “Os novos espaços vão promover as várias interfaces de colaboração e interação, compartilhando equipamentos, recursos humanos e pesquisas, a partir de um modelo para multiusuários, ou seja, os pesquisadores passam a trabalhar em grandes equipes multidisciplinares”, explica.
Os projetos foram contemplados com recursos da ordem de R$ 3,2 milhões, com amparo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e necessitam de contrapartida no valor de R$ 4,5 milhões.