Projeto Cestas Solidárias promove entrega de cestas orgânicas na SETI 28/06/2017 - 12:50

Alimentos saudáveis, saborosos e isentos de agrotóxicos. E, ainda, colhidos no dia! Na última sexta-feira (23), funcionários da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) se reuniram com uma família de agricultores para negociar os trâmites da entrega semanal de cestas orgânicas na sede da instituição, em Curitiba (PR). A entrega passará a acontecer a partir de agosto. Trata-se da primeira secretaria estadual a apoiar o projeto Cestas Solidárias — que, gerenciado pelo Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), promove a entrega de alimentos orgânicos diretamente dos agricultores para os consumidores.

Na reunião, foram definidos itens como local e horário para entrega das cestas; quais alimentos o grupo gostaria de adquirir com mais frequência; valores e formas de pagamento; métodos de comunicação entre os consumidores e os agricultores; entre outros detalhes para dinamizar a nova parceria.

“A ideia de formar um grupo de consumidores de orgânicos na SETI surgiu em uma reunião há duas semanas”, contextualiza o engenheiro agrônomo Manuel Delafoulhouze, do CPRA. Na ocasião, ele ministrou aos servidores da secretaria uma palestra sobre agroecologia e segurança alimentar — e falou sobre essa nova tendência que é a formação de grupos de consumidores que interagem diretamente com os agricultores. Os funcionários da SETI gostaram a ideia. “Então, o propósito do encontro de hoje é formalizar o que discutimos na reunião passada para assim planejar a entrega das cestas.”

A primeira entrega acontecerá no andar térreo da SETI no dia 3 de agosto. A partir de então, a dinâmica deve se repetir todas as quintas-feiras ao final da manhã. “Escolhemos uma quinta-feira porque muitas pessoas preferem cozinhar nos fins de semana”, comenta o administrador Luiz César Kawano, responsável pela Unidade Gestora do Fundo Paraná. Além disso, caso alguém eventualmente não possa buscar sua cesta, é possível deixar com um colega e apanhá-la na sexta.
Composição das cestas: menu orgânico

Parcerias como essa fazem com que o preço dos alimentos orgânicos seja bem mais acessível. Os membros do novo grupo de consumidores da SETI pagará R$ 25 por cesta. A ideia é que cada uma contenha 8 itens, divididos em variedades de folhas, raízes, legumes, temperos e frutas.

Frutas, aliás, foram uma das demandas levantadas por alguns dos consumidores presentes no encontro. Como o inverno é propício ao cultivo de cítricos na região, frutas como limão, laranja e mimosa marcarão presença nas cestas orgânicas da época. Essa é, na verdade, outra vantagem desse tipo de parceria: os participantes passam a se familiarizar com o hábito salutar de consumir alimentos da época.

Brócolis, alface, couve, repolho, berinjela, abobrinha, cebola, pepino, cenoura, beterraba, mandioca, abóbora, pimentão, salsinha, cebolinha, batata-doce, milho e até feijão — são alguns dos saborosos produtos orgânicos que os membros do grupo de consumidores da SETI poderão garantir no cardápio semanalmente.

“Encontros como esse são importantes para que nós, agricultores, possamos planejar nossa produção de modo mais eficiente”, comenta a agricultora Manoela Lorenzi, de Mandirituba (PR). Ela será, a partir de agora, uma das responsáveis pela entrega de cestas orgânicas na SETI — em parceria com o agricultor Marcelo Zaleski, também de Mandirituba. Ambos fazem parte do grupo Cultivando Vida, certificado pela Rede Ecovida, uma das principais certificadoras do país.

“Essa forma de organização valoriza e dignifica o papel de quem produz o nosso alimento quotidiano”, afirma Delafoulhouze. “Além disso, a iniciativa pode servir de incentivo à escolha da agricultura familiar como profissão a jovens não necessariamente oriundos deste meio social: é o caso da Manoela e do Marcelo, bem como de outros agricultores envolvidos no projeto Cestas Solidárias”, diz o agrônomo do CPRA.

Segundo Kawano, trata-se de uma importante iniciativa por parte do governo: “É uma demonstração de apoio e respeito à produção orgânica paranaense”. Ele acredita que o grupo de consumidores de alimentos orgânicos formado na SETI servirá de modelo e incentivo para que outros órgãos estaduais também passem a integrar o projeto Cestas Solidárias. “Por trás da adesão a esse programa está o pensamento na preservação do meio ambiente e na qualidade de vida de quem produz e de quem consome esses alimentos”, diz o administrador da Unidade Gestora do Fundo Paraná, que também passará a adquirir cestas orgânicas toda semana.

A SETI  é a coordenadora do Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos (PPCPO), apoiado com recursos do Fundo Paraná. “A comercialização é o principal gargalo apontado pelos dados do PPCPO”, comenta Kawano. A venda direta por meio das sacolas, portanto, possibilita uma interação mais eficaz entre o produtor e o consumidor. “Trata-se de é uma parceria ‘ganha-ganha’: quem produz consegue planejar sua produção e rentabilidade; e quem consome conhece o agricultor que cultiva seus alimentos e atesta sua qualidade, tendo ainda o benefício de receber a sacola em seu próprio local de trabalho.”

p
p
p