A estudante de mestrado Ana Flávia da Silva, do Programa de Pós-graduação em Biologia Evolutiva (PPG-BioEvol), da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), foi uma das cientistas que teve pesquisa divulgada pelo projeto Women Think Science (Mulheres Pensam Ciência, em tradução livre). A iniciativa contempla a divulgação de trabalhos científicos desenvolvidos por mulheres de todo o Brasil.

Bióloga formada pela UEPG, Ana Flávia pesquisou, na Iniciação Científica, as relações de gênero no ensino de ciências. O estudo consistiu em um levantamento teórico nas principais revistas nacionais e internacionais, com classificação A1, A2 e B1 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em um período de 13 anos, a partir de artigos que continham no título os termos “gênero” e “ciência”.

“Com essa pesquisa, pudemos notar a ausência de trabalhos relacionados à temática, principalmente em revistas nacionais. Apenas oito artigos foram encontrados. Analisamos também os critérios de avaliação do Plano Nacional do Livro Didático. Chegamos á conclusão de que não engloba todas as nuances das questões de gênero, sendo necessário uma reformulação para evitar tornar o ensino excludente”, explica a bióloga.

Atualmente, Ana Flávia desenvolve a dissertação do Mestrado, com tema que abrange a caracterização morfológica e molecular de populações de peixes do gênero Corydoras, especialmente das bacias dos rios Iguaçu e Tibagi, que percorrem o território paranaense. A pesquisadora também investiga os processos evolutivos que resultaram na diversidade e distribuição de peixes bagre nos rios Açungui, Iguaçu e Itapocu, que também banham o Estado do Paraná.

“Fico sempre muito feliz quando vejo o reconhecimento das mulheres na Ciência. O projeto, no Instagram, é uma ótima ferramenta para mostrar a presença feminina em diversos campos de atuação”, declara a estudante, comemorando a divulgação do trabalho no Women Think Science.

WOMEN THINK SCIENCE - Idealizado pela acadêmica de Biomedicina da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Gabriela Soares, o projeto tem como objetivo divulgar, por meio de redes sociais, as produções científicas desenvolvidas por mulheres de todo o Brasil. Atualmente, o Women Think Science conta com a participação nacional e internacional de mulheres, cientistas e apoiadores do projeto.

“Eu via a necessidade de mencionar pesquisadoras, biólogas, médicas, veterinárias, biomédicas, entre outras áreas, com trabalhos de relevância, e que não tinham facilidade com a divulgação científica", afirma Gabriela, explicando como surgiu a ideia de criar a conta no Instagram.