Assentadas em 2014, elas viveram cerca de sete anos em lonas à beira da estrada. Uma delas é a Sandra Aparecida Cota Ferrer, coordenadora da Associação das Mulheres Camponesas do Eli Vive (AMCV), que agora consegue ver um futuro melhor. “Após o projeto, conseguimos ajudar financeiramente nossas famílias e nos organizar como grupo para construir um negócio sólido”.

Entre os resultados obtidos estão a venda de cestas de alimentos sem agrotóxicos; uma banca na Feira do Produtor de Londrina; a formalização e organização da AMCV; o incentivo ao protagonismo feminino no meio rural; a acessibilidade aos conhecimentos produzidos no ensino superior, por meio de tecnologias, técnicas produtivas; e a inclusão social e comercial das produtoras na sociedade.

Ela afirmou ainda que o projeto também visa diminuir a discriminação de gênero. “No campo, o trabalho das mulheres é menosprezado, desenvolver um programa com foco nelas é fundamental para aumentar a autoconfiança e a autonomia. Para tal, fomentamos o crescimento econômico dessas camponesas, auxiliando no acesso ao consumidor”, afirma Eliane.

Para Sandra Aparecida o projeto não só ajudou a enfrentar problemas técnicos do plantio, mas também seus medos. “Uma das dificuldades constantes é a falta de água em muitos lotes, mas, com o apoio, aprendemos a reduzir os prejuízos causados. Vi, também, que posso lutar pelos meus sonhos, fornecer alimento de qualidade para minha família. Posso escrever a minha história”.

O USF é um programa que visa fomentar o progresso de regiões com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no Paraná. Por meio dele, as universidades estaduais atendem mais de 200 municípios no estado com pesquisas de extensão, ou seja, com os conhecimentos desenvolvidos e apresentados no ensino superior.