Reitor da UNESP debate autonomia com comunidade universitária do Paraná
27/08/2013 - 16:00

Autonomia universitária e a estrutura de uma universidade multicampi foram os temas abordados pelo reitor da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Julio Cezar Durigan em vários encontros com representantes das universidades estaduais do Paraná.

A primeira reunião aconteceu na Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e contou com a presença do secretário João Carlos Gomes, do reitor Antonio Carlos Aleixo e dos diretores e vice-diretores dos campi que constituem a Unespar.

Segundo o secretário João Carlos, a Unespar é a universidade mais nova do sistema de ensino superior do Paraná e está implantando um modelo estratégico de ação na sua estrutura multicampi, portanto é importante conhecer o processo de gestão de outras universidades consolidadas neste sistema. “ Precisamos avançar, pois trata-se de uma nova universidade. São faculdades que têm uma história que precisa ser destacada e respeitada. Mas é preciso que se passe a pensar em uma Universidade”, destacou o secretário.

Para o reitor Durigan um dos grandes desafios de universidade multicampi é administrar a logística e o processo de comunicação. “A Unesp está distribuída em todo o Estado de São Paulo, e na estrutura multicampi existem aspectos que precisam ser centralizados e outros descentralizados para o bom funcionamento da universidade”, afirmou Durigan.

O reitor da Unesp destacou o processo de interação com a comunidade como um fator positivo de uma universidade multicampi. “ A Unesp tem uma interação natural e muito forte das faculdades com os municípios e região onde está inserida. Trata-se de uma interação cultural, social, técnica e econômica”, lembrou Durigan. O processo é semelhante na Unespar que está inserida em várias regiões do Estado do Paraná. O reitor Carlos Aleixo apresentou alguns pontos do plano de gestão da Unespar e ressaltou a importância da Unespar na sociedade parananense. “ Estamos em todas as regiões do Paraná e precisamos considerar o impacto no desenvolvimento do Estado”, afirmou Aleixo.

Outro aspecto destacado pelo professor Durigan durante a reunião foi a importância do ensino superior. Segundo o reitor da Unesp o Estado não pode prescindir das universidades estaduais porque elas estão interiorizadas formando pessoas, produzindo conhecimento e gerando inovação.

UEL - Julio Cezar Durigan também esteve na Universidade Estadual de Londrina e o foco da palestra proferida pelo reitor foi a autonomia universitária.
 
Na abertura do encontro a reitora Nádina Moreno mencionou a reunião dos reitores das IEES paranaenses com o governador Beto Richa, quando ficou definida a criação de um grupo de trabalho para avaliar a ampliação da autonomia administrativa e financeira das sete Universidades Estaduais. A reitora acrescentou que a UEL já possui uma comissão que vai elaborar o próprio Projeto de Autonomia Universitária. A comissão foi aprovada pelo Conselho Universitário (CU), em maio deste ano. 

Durigan apresentou o modelo de autonomia universitária que foi concedido para as Universidades paulistas em 1989. O modelo reside no repasse mensal de 9,57% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Estado de São Paulo para as três universidades estaduais.

A UNESP possui 34 faculdades e 24 campi que abrangem todas as regiões do Estado. Segundo Durigan, a base do modelo reside na autonomia universitária orçamentária e financeira, além da acadêmica, científica, política e cultural. “As Universidades decidem onde e como serão gastos os recursos que recebem. Portanto, o orçamento fixa o quanto a Instituição pode gastar por ano”, explicou. O fato é que a concessão da autonomia determina que a Instituição de Ensino Superior seja responsável pela administração, programação e execução orçamentária.

“A autonomia universitária só é completa com a conquista da liberdade orçamentária e financeira das Universidades, já que a autonomia representa a liberdade de fazer opções e tomar decisões”, apontou. Para o reitor da UNESP, a autonomia universitária é uma tendência nacional que garante mais eficiência e agilidade ao trabalho acadêmico. Outra característica do sistema é a flexibilidade de remanejar recursos de maneira direta e automática.

O reitor da UNESP ressaltou que as universidades paulistas têm uma reserva estratégica para cobrir diferenças no orçamento sem a necessidade de cortes orçamentários. De acordo com Julio Cezar Durigan, a adoção da autonomia universitária resulta no aumento da responsabilidade na gestão dos recursos públicos, mais agilidade e transparência, além da democratização das decisões e maior agilidade nas tomadas de decisão. “As decisões são tomadas em casa com o aval da comunidade universitária. Por isso, a autonomia é boa para os dois lados, isto é, as Universidades e o Estado, portanto, os recursos repassados pelo Estado são usados para priorizar programas e projetos de interesse das três Universidades do Estado de São Paulo”, salientou.

Durigan tem sido convidado a dar palestras sobre a questão da Autonomia Universitária em universidades estaduais de todo o País para expor a experiência das universidades estaduais paulistas, além da UNESP, a Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Campinas (UNICAMP).