Secretaria e Ipardes lançam o segundo número do boletim de indicadores com uma radiografia da pós-graduação no Estado
27/08/2012 - 12:00
A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) lançam nesta segunda-feira (27) a segunda edição eletrônica do Boletim Indicadores C,T&I, que apresenta um levantamento sobre a avaliação da pós-graduação paranaense.
O estudo identifica o número de programas de pós-graduação, por situação jurídica das instituições, ano de instalação, área de conhecimento e conceitos obtidos ao longo da última década. As análises foram realizadas a partir dos dados constantes na base de dados Geocapes, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação.
“São informações fundamentais para a secretaria, pois permitem aprimorar a política estadual de fortalecimento das nossas pós-graduações, bem como orientar estrategicamente os investimentos em programas com forte potencial para obterem os níveis de excelência definidos pela Capes. Este é um grande desafio para os gestores do sistema e das universidades”, afirma o secretário da pasta, Alípio Leal.
A publicação é um produto do Projeto Sistema de Indicadores de C,T&I do Paraná, coordenado pela secretaria e pelo Ipardes, com o objetivo de definir um conjunto de indicadores de ciência, tecnologia e inovação para o Estado do Paraná, utilizando bases de dados e metodologias que permitam a comparação com outros estados e países.
LEVANTAMENTO - De acordo com a coordenadora do projeto na secretaria, Maria Elizabeth Lunardi, a análise dos programas de pós-graduação paranaenses com o de outros sete estados – Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo – permitiu verificar o desempenho do Paraná em relação aos três estados sulinos, aos três grandes sistemas de pós-graduação federais (RS, MG e RJ), ao sistema de pós graduação melhor avaliado no País (SP), bem como conhecer o desempenho de estados do Nordeste (BA e PE), cujos sistemas se assemelham ao paranaense.
“Os números do levantamento mostram um expressivo crescimento dos programas de pós-graduação no Brasil, mas identificamos que este crescimento ocorre de forma diferenciada”, diz Maria Elizabeth. A pesquisadora cita que em São Paulo, a ênfase tem sido dada à verticalização; no Paraná, observa-se o crescimento acentuado de novos programas de pós-graduação, justificando, em parte, as altas taxas de programas com conceitos 4 e 5; Santa Catarina e o Rio Grande do Sul parecem estar concentrando seus investimentos na consolidação de seus programas de pós-graduação com conceitos 6 e 7; diferentemente de Pernambuco e Bahia, nenhum programa de pós-graduação do Paraná obteve, até a presente data, o conceito 7.
O estudo também apresenta os dados relativos à distribuição de programas de pós-graduação no Paraná, destacando o desempenho das instituições de ensino e pesquisa estaduais, por área do conhecimento, ano de instalação e conceitos obtidos na última década. “Assim, fica mais fácil compreender a dinâmica da pós-graduação, alinhar a distribuição dos recursos públicos e investir na verticalização do sistema, apoiando programas com reais condições de obterem conceitos mais elevados nas próximas avaliações trienais da Capes”, afirma a coordenadora de Ciência e Tecnologia da secretaria, Sueli Édi Rufini.
RESULTADOS – Nos últimos dez anos, o Brasil teve um crescimento de 56,7% no número de programas de pós-graduação (mestrado e doutorado), passando de 927, em 2001, para 1453, em 2010, e aumentou a qualidade dos cursos e programas. Apesar do avanço, o levantamento realizado pela secretaria e pelo Ipardes mostra a baixa expressividade dos programas de pós-graduação, apenas 115 programas em 2010, com o conceito 7, a nota máxima, considerada pela Capes como de excelência.
De 2001 a 2010, os programas de pós-graduação paranaenses passaram de 37 para 88, representando um aumento de 137,8%, muito próximo daquele verificado nos estados da Bahia ( 138,9%) e Santa Catarina (136,4%). Porém, quando se observa a evolução dos conceitos nestes três estados, vê-se que a evolução paranaense é mais modesta.
“Quando se compara o desempenho das instituições de ensino paranaenses, há que se reconhecer o esforço das universidades estaduais durante a última década: se ainda não possuem nenhum programa com conceito 7, tampouco possuem programas com conceito 3, o menor”, afirma a pesquisadora. Dos três únicos programas de pós-graduação com conceito 6 no estado, dois estão instalados na Universidade Estadual de Maringá, (Ciências Biológicas e Agrárias) e um na Universidade Federal do Paraná (Ciências Sociais Aplicadas).
DESAFIO – “A avaliação qualitativa dos programas de pós-graduação no Brasil é um desafio muito grande. A competição é acirrada porque a comparação dos programas, cada qual em sua área, é com os melhores cursos do país. A avaliação da Capes é criteriosa”, explicam Maria Elizabeth e Sueli Rufini, citando que para alcançar os conceitos 6 e 7 é preciso produção científica coerente e organizada, docentes em tempo integral, comprovar a internacionalização, ter projetos inovadores e liderança nas áreas dos cursos e programas, além de um fluxo adequado de dissertações e teses, e destino dos egressos.
“O grupo precisa comprovar produtividade e competência. Uma alternativa é o planejamento para a proposição de novos cursos. Não é razoável ter vários cursos na mesma área e na mesma instituição com nota três, por exemplo, é preciso somar as competências e criar grupos de excelência. Em conjunto é mais fácil conseguir recursos e avançar”, ressaltam.
O levantamento mostra que na última década as universidades públicas, tanto federais quanto estaduais, apresentaram uma melhora significativa nos conceitos recebidos. Os dados de 2010 mostram que 57,6% dos programas de pós-graduação paranaenses são muito recentes e portanto não são elegíveis para a obtenção de conceito 5. Mas em contrapartida, 33,4% dos programas de pós-graduação das instituições de ensino estaduais estavam aptos a receberem conceito 6 ou 7, mas apenas 2 obtiveram sucesso.
Para o secretário Alípio Leal, é preciso investir na consolidação e internacionalização dos cursos com conceito 5 e 6. “Queremos que a produção desses grupos seja melhor avaliada e os programas alcancem o patamar da excelência, conforme preconiza a Capes”, conclui.
O segundo número do Boletim Indicadores de C,T&I pode ser acessado na página da secretaria http://xoops.celepar.parana/migracao/seti/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=174
O estudo identifica o número de programas de pós-graduação, por situação jurídica das instituições, ano de instalação, área de conhecimento e conceitos obtidos ao longo da última década. As análises foram realizadas a partir dos dados constantes na base de dados Geocapes, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação.
“São informações fundamentais para a secretaria, pois permitem aprimorar a política estadual de fortalecimento das nossas pós-graduações, bem como orientar estrategicamente os investimentos em programas com forte potencial para obterem os níveis de excelência definidos pela Capes. Este é um grande desafio para os gestores do sistema e das universidades”, afirma o secretário da pasta, Alípio Leal.
A publicação é um produto do Projeto Sistema de Indicadores de C,T&I do Paraná, coordenado pela secretaria e pelo Ipardes, com o objetivo de definir um conjunto de indicadores de ciência, tecnologia e inovação para o Estado do Paraná, utilizando bases de dados e metodologias que permitam a comparação com outros estados e países.
LEVANTAMENTO - De acordo com a coordenadora do projeto na secretaria, Maria Elizabeth Lunardi, a análise dos programas de pós-graduação paranaenses com o de outros sete estados – Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo – permitiu verificar o desempenho do Paraná em relação aos três estados sulinos, aos três grandes sistemas de pós-graduação federais (RS, MG e RJ), ao sistema de pós graduação melhor avaliado no País (SP), bem como conhecer o desempenho de estados do Nordeste (BA e PE), cujos sistemas se assemelham ao paranaense.
“Os números do levantamento mostram um expressivo crescimento dos programas de pós-graduação no Brasil, mas identificamos que este crescimento ocorre de forma diferenciada”, diz Maria Elizabeth. A pesquisadora cita que em São Paulo, a ênfase tem sido dada à verticalização; no Paraná, observa-se o crescimento acentuado de novos programas de pós-graduação, justificando, em parte, as altas taxas de programas com conceitos 4 e 5; Santa Catarina e o Rio Grande do Sul parecem estar concentrando seus investimentos na consolidação de seus programas de pós-graduação com conceitos 6 e 7; diferentemente de Pernambuco e Bahia, nenhum programa de pós-graduação do Paraná obteve, até a presente data, o conceito 7.
O estudo também apresenta os dados relativos à distribuição de programas de pós-graduação no Paraná, destacando o desempenho das instituições de ensino e pesquisa estaduais, por área do conhecimento, ano de instalação e conceitos obtidos na última década. “Assim, fica mais fácil compreender a dinâmica da pós-graduação, alinhar a distribuição dos recursos públicos e investir na verticalização do sistema, apoiando programas com reais condições de obterem conceitos mais elevados nas próximas avaliações trienais da Capes”, afirma a coordenadora de Ciência e Tecnologia da secretaria, Sueli Édi Rufini.
RESULTADOS – Nos últimos dez anos, o Brasil teve um crescimento de 56,7% no número de programas de pós-graduação (mestrado e doutorado), passando de 927, em 2001, para 1453, em 2010, e aumentou a qualidade dos cursos e programas. Apesar do avanço, o levantamento realizado pela secretaria e pelo Ipardes mostra a baixa expressividade dos programas de pós-graduação, apenas 115 programas em 2010, com o conceito 7, a nota máxima, considerada pela Capes como de excelência.
De 2001 a 2010, os programas de pós-graduação paranaenses passaram de 37 para 88, representando um aumento de 137,8%, muito próximo daquele verificado nos estados da Bahia ( 138,9%) e Santa Catarina (136,4%). Porém, quando se observa a evolução dos conceitos nestes três estados, vê-se que a evolução paranaense é mais modesta.
“Quando se compara o desempenho das instituições de ensino paranaenses, há que se reconhecer o esforço das universidades estaduais durante a última década: se ainda não possuem nenhum programa com conceito 7, tampouco possuem programas com conceito 3, o menor”, afirma a pesquisadora. Dos três únicos programas de pós-graduação com conceito 6 no estado, dois estão instalados na Universidade Estadual de Maringá, (Ciências Biológicas e Agrárias) e um na Universidade Federal do Paraná (Ciências Sociais Aplicadas).
DESAFIO – “A avaliação qualitativa dos programas de pós-graduação no Brasil é um desafio muito grande. A competição é acirrada porque a comparação dos programas, cada qual em sua área, é com os melhores cursos do país. A avaliação da Capes é criteriosa”, explicam Maria Elizabeth e Sueli Rufini, citando que para alcançar os conceitos 6 e 7 é preciso produção científica coerente e organizada, docentes em tempo integral, comprovar a internacionalização, ter projetos inovadores e liderança nas áreas dos cursos e programas, além de um fluxo adequado de dissertações e teses, e destino dos egressos.
“O grupo precisa comprovar produtividade e competência. Uma alternativa é o planejamento para a proposição de novos cursos. Não é razoável ter vários cursos na mesma área e na mesma instituição com nota três, por exemplo, é preciso somar as competências e criar grupos de excelência. Em conjunto é mais fácil conseguir recursos e avançar”, ressaltam.
O levantamento mostra que na última década as universidades públicas, tanto federais quanto estaduais, apresentaram uma melhora significativa nos conceitos recebidos. Os dados de 2010 mostram que 57,6% dos programas de pós-graduação paranaenses são muito recentes e portanto não são elegíveis para a obtenção de conceito 5. Mas em contrapartida, 33,4% dos programas de pós-graduação das instituições de ensino estaduais estavam aptos a receberem conceito 6 ou 7, mas apenas 2 obtiveram sucesso.
Para o secretário Alípio Leal, é preciso investir na consolidação e internacionalização dos cursos com conceito 5 e 6. “Queremos que a produção desses grupos seja melhor avaliada e os programas alcancem o patamar da excelência, conforme preconiza a Capes”, conclui.
O segundo número do Boletim Indicadores de C,T&I pode ser acessado na página da secretaria http://xoops.celepar.parana/migracao/seti/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=174