Seti e Tecpar promovem encontro com embaixadores da União Europeia 15/05/2012 - 12:50

A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em conjunto com a Representação da União Europeia no Brasil, promoveram nesta segunda-feira (14) um evento que reuniu embaixadores de 17 países da comunidade europeia com representantes de Governo, da Academia e do setor produtivo brasileiro.

“Abrimos um canal de comunicação com os países da comunidade europeia para debater o estímulo a iniciativas conjuntas em pesquisa, desenvolvimento e inovação e estimular a criação de parcerias com as universidades estaduais e empresas paranaenses”, afirmou o secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal.

Apontar os caminhos para o crescimento das ações conjuntas entre Brasil e os países que compõem a União Europeia em projetos de PD&I, ampliar as parcerias institucionais e criar um cenário de maior cooperação internacional foi o objetivo das discussões em torno da aproximação entre as partes, durante o “Workshop Mecanismos de Cooperação União Europeia e Brasil – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I)”.

REDE – A embaixadora chefe da delegação da União Europeia, Ana Paula Zacarias, disse que o evento permitiu identificar previamente áreas de interesse comum, entre as quais saúde, biotecnologia e energias renováveis. “Percebemos que é preciso ampliar as parcerias, envolvendo não apenas as universidades, como também os institutos de tecnologia, unidades certificadoras e empresas. E a partir da definição das áreas de interesse comum, reduzir barreiras e estimular o intercâmbio de pesquisadores entre o Brasil e a Europa”, afirmou.

O Brasil já é um dos maiores parceiros da Europa em projetos de PD&I. Um dos referenciais para este dado é o principal instrumento de cooperação entre a Europa e as demais nações do mundo, o Programa-Quadro, que está na sétima edição financiando projetos de pesquisa conjuntos. O Brasil ocupa a quinta posição em número de projetos aprovados pelo programa, ficando atrás apenas de Estados Unidos, Rússia, China e Índia. Só na última edição do programa (2007-2013) que disponibilizou recursos da ordem de 54 bilhões de euros, o Brasil teve mais de 190 projetos aprovados, envolvendo 220 instituições nacionais e mais de 60 milhões de euros investidos.

Mas na avaliação do responsável pelo setor de Ciência, Tecnologia e Inovação da delegação da União Europeia no Brasil, Angel Landabaso Alvarez, existe ainda muito a ser feito para que esses projetos resultem em desenvolvimento efetivo e atendam as demandas comuns e também as específicas dos países envolvidos. “Parceria não se resume ao acesso às fontes de financiamento”, disse Alvarez, destacando que é necessário trabalhar em rede para superar a fragmentação das iniciativas e as diferenças regionais, promovendo o crescimento conjunto.

Ele defendeu a reciprocidade nas relações com o Brasil, citando como exemplo que empresas europeias também deveriam ter acesso aos fundos brasileiros e, ainda, que poderia haver mais facilidade para europeus trabalharem no Brasil. “Um visto de trabalho no Brasil para um estrangeiro custa em torno de 60 mil euros”, disse ele “O Brasil tem carência de cerca de 50 mil engenheiros. Com a atual crise na Europa, existem profissionais qualificados que estão sem emprego e poderiam suprir essa carência”, completou. Alvarez disse acreditar que o Tecpar poderá exercer um papel de referência nacional na facilitação das relações e da vinda de empresas estrangeiras ao Brasil, bem como no estímulo as parcerias e desenvolvimento conjunto.

INOVAÇÃO – Está entre os projetos do Governo do Estado transformar o Paraná em um “porto seguro” para a vinda de novas tecnologias. De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal, existem projetos já amadurecidos passando à fase de execução, que vão impulsionar a inovação no Estado. “No Paraná a tríplice hélice do desenvolvimento vai girar”, disse Leal, referindo-se à aproximação entre academia, setor produtivo e governo. Ele citou os programas de Excelência no Ensino, Paraná Inovador, Parque Tecnológico Virtual do Paraná e Smart Energy como instrumentos de estímulo ao desenvolvimento.

Smart Energy é um programa do governo para estimular a incorporação de energias inteligentes na matriz energética do Paraná. De acordo com o diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix, o instituto está secretariando este programa. “O Tecpar é um parque tecnológico que abriga várias empresas e instituições, principalmente de tecnologia em saúde. Agora, com o projeto Smart Energy, passa a atuar também na atração de empresas e projetos de energia limpa, exercendo a função de estímulo a pesquisa neste campo, teste e validação dessas tecnologias”, disse Felix. Ele explicou que foram feitos contatos com empresas de países europeus e assinados acordos de intenção para montagem de áreas experimentais, no Tecpar, de teste de tecnologias verdes.

Participaram do workshop embaixadores e diplomatas da Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslovênia, Finlândia, Grécia, Holanda, Irlanda, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Suécia e da União Europeia.

fotos: Sayron Schimidt Souza e Silvane Trevisan Tonetti / Tecpar