UEL anuncia descoberta de mapas inéditos 14/08/2013 - 13:15

O Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH) da Universidade Estadual Londrina (UEL) anunciou a descoberta de dois mapas inéditos que retratam parte da história da ocupação do Norte do Paraná e de Londrina, em particular. A referência cartográfica tida como pioneira, até agora, é chamada de Planta Azul, cuja data crônica remete a novembro de 1932.

Historiadores, geógrafos, arquitetos, patrimonialistas, em diferentes pesquisas, concordam que se trata do primeiro projeto de Londrina. No entanto, o CDPH, que é ligado ao Centro de Ciências Humanas (CCH) da UEL, localizou aqueles que seriam os registros mais antigos das ações da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP) na região.

Um mapa intitulado S.P-P. (Planta de Reconhecimento) indica as rotas que a caravana da CTNP deveria seguir a partir de Palmital, no Estado de São Paulo em direção à área de sua propriedade. Neste mapa, também de coloração azul, há uma marcação feita a grafite onde se lê Acampto. Locação, seguido pela data 20.9.30. Presume-se que seja o local onde, no ano anterior, a caravana liderada por Craig Smith havia se estabelecido (21.09.1929), criando o chamado Marco Zero.

Segundo o coordenador do CDPH, professor Marco Soares, outro mapa importante para perceber as estratégias de expansão é o intitulado “Cia de Terras Norte do Paraná. Planta Parcial. Colônias de glebas dos ribeirões Tres Boccas, Jacutinga e Vermelho”, assinado por Alexandre Razgulaeff. O documento é datado de 26 de janeiro de 1932.

“Nele há a cidade já designada como Londrina e é perceptível a estratégia de avanço ao Noroeste, pois sobre o papel, mais uma vez azulado, há duas inscrições em crayon, uma em vermelho outra em verde”, explica o professor.

A inscrição em vermelho vem com a grafia “Reserved for Neu Dantzig” e a verde “Unlimited area”. Segundo o coordenador do CDPH, a expressão cartográfica engloba a futura Colônia Neu Danzig e antecede as negociações que envolveram a aquisição da Colônia Gleba Roland.

Há ainda uma outra intervenção interessante sobre a planta, em crayon verde, na área ainda não demarcada, onde pode ser verificada a indicação de que ali poderia ser construída uma estação de trem na localidade designada como K 50, onde existe a inscrição “Future Station?”, que, em um exame rápido, pode ser uma menção à futura Apucarana.

“A descoberta desses dois mapas é muito importante para compreender a ocupação e a expansão da fronteira do Norte do Estado, lançando novas luzes sobre o processo capitaneado pela CTNP na década de 1930”, resume o professor.