Unioeste licencia novas patentes 17/09/2015 - 11:11

Mais um contrato de licenciamento para permissão de direito de uso exportação comercial foi assinado pelo reitor, Paulo Sérgio Wolff, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) em parceria com a Indústria Petroaço São João LTDA de Toledo-PR.

Por meio desse contrato, o relacionamento universidade-empresa, nos moldes da Lei de Inovação, deve viabilizar a inserção no mercado de produtos tecnológicos desenvolvidos na instituição para buscar novos modelos de negócio no setor industrial.

Segundo o coordenador geral do Núcleo de Inovações Tecnológicas (NIT), professor Camilo Freddy Mendoza Morejon, o produto tecnológico, objeto do contrato de licenciamento de tecnologia, é resultado de estudos de caso do projeto “Pró-Natureza Limpa”, do programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PEQ) da Unioeste /Campus de Toledo. Neste caso, refere-se a uma “Usina para a industrialização de resíduos orgânicos provenientes da suinocultura e bovinocultura”.

Quem colaborou para a parceria foi Anderson Reis Correia, formando do curso de Engenharia Química da Unioeste que, agora forma a equipe da indústria Petroaço São João LTDA. “Tive conhecimento do projeto após uma conversa com o professor Camilo e a questão foi unir o útil ao agradável, pois como eu já sabia que o sócio proprietário da empresa, Leonir Bortolotto, tinha um sonho de seguir o caminho da bioenergia. E agora com o contrato assinado temos o desafio de viabilizar a usina para a industrialização de resíduos orgânicos provenientes da suinocultura e bovinocultura, sonho dos envolvidos nesta parceria”, declara Anderson.

“Antigamente a empresa já possuía um produto voltado à área de aproveitamento de dejetos de suínos, mas percebemos que era um produto caro e nem todos os agricultores teriam condições de investir na tecnologia, por esse motivo há anos sonhávamos com o projeto” explica Leonir.

Na ocasião o reitor, Paulo Sérgio Wolff afirmou também que a parceria universidade-empresa além de contribuir com o atendimento das demandas tecnológicas do setor industrial, cria um espaço diferenciado para a atuação dos pesquisadores contribuírem para o desenvolvimento tecnológico do Brasil.

O aproveitamento por meio da industrialização dos dejetos da suinocultura em uma unidade centralizada com tecnologia da Unioeste será o primeiro no município, segundo o secretário de Agricultura de Toledo, José Augusto de Souza. “Somente a viabilização do aproveitamento do biogás resultante deste modelo de projeto, vai propiciar o desenvolvimento que tanto se busca com relação à energia renovável na região Oeste do Paraná”, disse.

“Hoje o município tem um potencial de produção em torno de 150 mil metros cúbicos por dia de biogás, e se transformarmos isso em biometano pode gerar em torno de 100 mil metros cúbicos de combustível. Atualmente o valor comercial chega próximo a um real o metro cubico, então é uma economia diária de R$ 100 mil que pode gerar riquezas para o município de Toledo”. Assim, José garante que o projeto é viável e a implantação da tecnologia da Unioeste deverá fazer diferença nos próximos anos, no crescimento da suinocultura, na geração de emprego e renda, bem como na economia do município de Toledo tornando-a atrativa para novos negócios.

Usina de Resíduos Orgânicos

A usina para a industrialização de dejetos da suinocultura e da bovinocultura, desenvolvida no PEQ/Unioeste, compreende:

1) Sistema modular para separação e coleta dos dejetos, a ser instalada nas propriedades localizadas nas proximidades da fonte geradora de dejetos/efluentes líquidos, o qual tem como base duas patentes (Sistema modular compacto de Flotação para tratamento de afluentes/efluentes provenientes de diversas fontes e Sistema modular compacto de decantação para tratamento de afluentes/efluentes provenientes de diversas fontes);

2) Sistema modular para biodigestão de dejetos orgânicos da suinocultura e da bovinocultura, o qual tem como base duas patentes (Biodigestor modular para a produção de biogás, biofertilizante e bioração e sistema modular de coleta, transporte e industrialização de resíduos sólidos domésticos);

3) Sistema modular para o transporte de biogás (dentro da usina), o qual tem como base uma patente (Gasoduto para transporte de biogás proveniente da biodigestão anaeróbica de resíduos orgânicos com separação simultânea de umidade);

4) Sistema para a purificação de biogás, o qual tem como base uma patente (Sistema para remoção do gás sulfídrico e do gás carbônico contido no biogás resultante da biodigestão anaeróbica de resíduos orgânicos);

5) Sistema para a desumidificação do biogás, o qual tem como base uma patente (Dispositivo para depuração da umidade residual contida no biogás resultante da biodigestão anaeróbica de resíduos orgânicos);

6) Sistema para tratamento final dos lodos da biodigestão (tecnologia em fase de patenteamento).

“Iinovação não é o depósito de patente e nem mesmo a patente concedida. Inovação é a inserção das patentes no mercado em benefício direto ou indireto da sociedade. Na Unioeste, esse desafio tem–se tornado uma prática rotineira, pois até a presente data somam 24 patentes licenciadas para o setor produtivo, nos moldes da lei de inovação”, finalizou o professor Camilo.