Ciência revolucionária: no Paraná, mulheres são maioria no sistema de ensino superior

31/03/2023
As primeiras faculdades brasileiras foram criadas em 1827 e apenas em 1879 as mulheres puderam ingressar no ensino superior, após autorização de Dom Pedro II, ainda no período imperial. Somente em 1887 a primeira mulher ingressou na universidade, no Curso de Medicina, na Bahia. No Paraná, Helena Vianna Seiler concluiu o Curso de Odontologia na Universidade Federal do Paraná em 1914, sendo a primeira mulher formada no Estado. Mais de um século depois, felizmente há uma nova história no ensino superior. A presença feminina nas universidades brasileiras e do Paraná aumenta a cada ano, fator que contribui para a valorização e fortalecimento das mulheres em áreas do conhecimento, formação profissional e atuação na sociedade. Nas estaduais, atualmente, 102 mil pessoas compõem o sistema, entre alunos, professores e servidores de áreas de apoio. Deste total, 59 mil são mulheres, cerca de 58%, semelhante à realidade do funcionalismo estadual. Elas são maioria entre alunos, agentes universitários e professores. Em cargos de direção no meio acadêmico, duas mulheres exercem a mais alta função, a de reitora, que administra todas as atividades universitárias, mas outras já passaram também pelo cargo em praticamente todas as universidades estaduais. As universidades desenvolvem projetos e programas de extensão, ensino e pesquisa em diferentes áreas do conhecimento, que contribuem para a formação de novos profissionais e com a transformação da realidade. Na UEL, as mulheres são maioria entre coordenadores de projeto, coordenadores de projetos de ensino e coordenadores de projetos de pesquisa. Dados do Censo da Educação Superior, realizado pelo Inep, indicam que em 2021 as mulheres representavam 61% dos estudantes que concluíram cursos de graduação no Brasil. No Paraná, esse percentual foi de 62%. A professora Ana Paula Bracarense, do Departamento de Medicina Veterinária da UEL, confirma com sua própria experiência o aumento da atuação feminina no ensino superior. Ela concluiu a graduação em 1985 e em 38 anos de vivência no meio acadêmico observou as mudanças nesse cenário.// SONORA ANA PAULA BRACARENSE.//

Segundo o Censo do Conselho Federal de Medicina Veterinária, desde 2018 as mulheres são maioria na área. Em 2017, as mulheres compunham 49% dos profissionais desta área; em 2020, a participação subiu para 54% do total, o que representa 78 mil profissionais mulheres. O censo do Inep ainda indica o percentual de concluintes do ensino superior por área. A Educação concentra a maioria das mulheres, com 77,9%. A área de Computação e Tecnologia da Informação e Comunicação tem o menor percentual de mulheres, com 14,8%. (Reportagem: Ingrid Petroski; Narração: Felippe Salles)