Pesquisa da UENP vira referência internacional com estudo sobre diagnóstico de mastite bovina

07/06/2022
A UENP, Universidade Estadual do Norte do Paraná, desenvolveu uma pesquisa relacionada ao diagnóstico precoce da mastite bovina, uma inflamação das glândulas mamárias das vacas, que causa prejuízos econômicos na produção de leite. O diagnóstico antecipado contribui para a redução de antibióticos aplicados nos rebanhos e impactos ambientais gerados pelo descarte de leite com resíduos de medicamentos. O estudo é resultado da dissertação da médica veterinária Jéssica Quirino da Silva, no âmbito do Programa de Mestrado em Agronomia da UENP, na linha de pesquisa Produção Agropecuária Sustentável. Ela avaliou a produção leiteira em vacas da raça Jersey, manejadas em um sistema de ordenha robotizada. Nesse sistema, um computador controla as ordenhadeiras, de modo que as vacas escolhem o momento para serem ordenhadas, sem a interferência humana. Como a tecnologia ainda é muito recente no Brasil, o projeto monitorou os principais agentes biológicos causadores de mastite bovina, para auxiliar no controle zootécnico dos rebanhos. Jéssica associa os resultados da pesquisa à eficiência do sistema de produção das propriedades. //SONORA JÉSSICA QUIRINO DA SILVA//

Em relação à saúde da glândula mamária das vacas leiteiras, o diagnóstico antecipado da mastite permite receitar medicamentos de forma assertiva, conforme o quadro clínico de cada vaca. Às vezes, é possível substituir antibióticos por outros tratamentos, assegurando o bem-estar do rebanho, sem prejudicar o sistema imunológico dos animais. O orientador do projeto, professor Marcelo Alves da Silva, do Centro de Ciências Agrárias da UENP, confirma que a pesquisa pode impactar no manejo de rebanhos nesse tipo de propriedade. //SONORA MARCELO ALVES DA SILVA//

A mastite é uma das doenças mais onerosas na bovinocultura de leite, com impactos negativos para produtores, indústria de laticínios e consumidores. No Brasil, estimativas do setor rural apontam que a perda anual causada pela mastite subclínica, seja de até um bilhão e 750 milhões de litros, o que representa aproximadamente 5% da produção total do País. Como laboratório, a pesquisadora utilizou a Fazenda Lagoa Dourada, propriedade rural com 200 hectares, localizada no município de Arapoti, na região dos Campos Gerais, que conta com mais de 350 vacas Jersey. O estudo avaliou um total de 725 amostras entre 2019 e 2020, durante a secagem das vacas leiteiras, período que compreende o intervalo de tempo entre as ordenhas. O leite da vaca Jersey é considerado um dos melhores do mundo. Comparado a outras raças, tem 20% a mais de proteína, 15% a mais de cálcio e de 15 a 20% a mais de sólidos, ou seja, menos água. Em média, a espécie produz entre 18 e 20 litros de leite por dia. (Reportagem: Cristiano Sousa. Narração: Flávio Rehme)