Brofman destaca benefícios do PIBIC para a pesquisa 13/11/2015 - 10:33

“Eu considero o PIBIC uma universidade da pesquisa”. Assim o presidente da Fundação Araucária, Paulo Roberto Brofman, define a importância do Programa de Bolsas de Iniciação Científica na formação acadêmica e científica dos estudantes universitários. Ele falou sobre o tema na abertura da 24ª edição do Encontro Anual de Iniciação Científica (EAIC) e 1º Encontro do PIBIC Júnior da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), nesta quarta-feira (11), no auditório do PDE, Campus Uvaranas. O encontro segue até esta sexta-feira, com apresentação de trabalhos e painéis e reunião de avaliação do evento.

Para falar sobre o PIBIC, o presidente da Fundação Araucária, fez uma abordagem sobre a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em 1951, como um marco nas relações ‘estado-ciência’, passando o estado a ter um papel direto de patrocinador das atividades de pesquisa no país. Nesse processo, chegou à criação do PIBIC, em 1990, como um programa voltado para os alunos da graduação, visando à formação de novos talentos em todas as áreas do conhecimento.

Destacando os objetivos do PIBIC, entre eles despertar a vocação para a pesquisa, estimulando o bolsista a pensar cientificamente e usar a criatividade, Brofman aponta como uma das principais conquistas do programa a redução do período para a formação do aluno no mestrado e doutorado. “A chance de um ex-bolsista do PIBIC chegar ao mestrado é muito maior, em relação ao aluno que não passou pela iniciação científica”, disse, observando que os orientadores têm grande participação nesse processo, incentivando os seus orientados a dar continuidade às linhas de pesquisa iniciadas no PIBIC.

Brofman afirma que é importante que o estudante seja estimulado a aprender coisas novas e buscar a inovação e ter autonomia para decidir. “Assim, quando surgirem dificuldades, terá o discernimento necessário para resolver as questões ou buscar conhecimentos complementares que possam auxiliá-lo. Ele se refere ainda ao aspecto financeiro, uma vez que muitos bolsistas utilizam os recursos para comprar livros e montar o próprio acervo; ou ainda para complementar a renda familiar.

Brofman alertou para alguns aspectos negativos no sistema de iniciação científica praticado no Brasil. Entre eles a dificuldade de se escolher o orientador. Para o presidente da Fundação Araucária, haveria aqui uma inversão de papéis. Sugere que o aluno escolha o seu orientador, e não o contrário, como ocorre no PIBIC. Reconhecendo o papel de relevância do orientador, diz que, em certos casos, o professor torna o bolsista num mero apêndice do seu projeto de pesquisa. “O bolsista é convertido em mão de obra barata”.

Comentando sobre essa situação, Brofman fala das responsabilidades do orientador. A primeira é fazer com o que bolsista se sinta parte do projeto. Ele fez questão de chamar a atenção para o aspecto ético da pesquisa, cabendo ao orientador evitar que o bolsista se envolva em fraudes, como inventar, falsificar ou plagiar resultados, a três práticas consideradas criminosas. “O docente tem que ter o compromisso com a produção do conhecimento”, completa.