Os serviços de previsão e alerta de grandes tempestades e furacões na América do Sul, entre outros eventos meteorológicos severos, serão monitorados em conjunto e por consenso graças a um centro virtual que deverá entrar em operação ainda neste ano no Brasil.
“O conceito é muito simples, depende mais da boa vontade das instituições envolvidas do que de recursos financeiros”, afirmou o diretor do Instituto Nacional de Meteorologia, Divino Moura, que participa de um seminário sobre o assunto, no auditório do Simepar – Sistema Meteorológico do Paraná, em Curitiba.
O centro virtual, o primeiro fora da Europa, dispensa infra-estrutura física e privilegia a competência na área. Funcionará no modo intranet – ou seja, a partir da interação entre as várias instituições que já atuam nessa área –, maximizando a qualidade dos serviços prestados e evitando falsos alarmes, conforme Divino Moura.
A Marinha brasileira, a primeira instituição nacional a possuir um serviço meteorológico no país, também estará presente no centro virtual disponibilizando informações sobre o Oceano Atlântico e contribuindo com a previsão de alertas como o furacão Catarina, ocorrido no ano passado em Santa Catarina.
“Em casos como este não bastam imagens de satélites”, disse o diretor do INM. Uma das medidas estudadas (os recursos poderão sair do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento) refere-se à colocação de um número maior de bóias para alertas de eventos meteorológicos severos no Oceano Atlântico.
“Os fenômenos meteorológicos não são isolados”, afirmou o diretor do Simepar, César Beneti, acrescentando ainda que o trabalho em rede permitirá à Defesa Civil dos países da América do Sul decisões mais ágeis junto à população.
Aberto nesta quarta-feira (16) o workshop sobre a criação do Centro Virtual de Vigilância, Prognóstico e Alerta Antecipado de Eventos Meteorológicos Severos segue até sexta-feira (18) com participação de especialistas estrangeiros e brasileiros na área.

Leia também
Simepar sedia evento sobre criação de Centro Virtual