Estado investe R$ 14,7 milhões em nova fase do programa Paraná Mais Orgânico 17/10/2025 - 16:00

O Governo do Paraná recebeu nesta sexta-feira (17) os projetos para o sétimo ciclo do Programa Paraná Mais Orgânico (PMO), que será executado entre janeiro de 2026 e dezembro de 2028. Com investimento de R$ 14,7 milhões, o novo ciclo amplia em 41,3% os recursos em relação à etapa atual do programa, prevista para terminar em dezembro deste ano. A iniciativa é financiada pelo Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico, dotação constitucional administrada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).

Parte do valor, R$ 10 milhões, será destinada à contratação de 97 bolsistas da área de Agronomia para atuar nos núcleos de certificação das sete universidades estaduais, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) e do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). As equipes envolvem estudantes de cursos de graduação e profissionais já formados. O restante dos recursos irá cobrir os deslocamentos às propriedades rurais, para assegurar que o atendimento chegue às diferentes localidades.

A cada ano, o Paraná vem ampliando a vantagem em relação aos outros estados como o maior produtor de orgânicos do Brasil, e lidera o ranking nacional com 4.183 produtores certificados, número que reforça a vocação paranaense para a agricultura sustentável. Os dados do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) revelam que o Paraná responde sozinho por aproximadamente 18% de todos os produtores orgânicos brasileiros, representando cerca de metade dos produtores da Região Sul.

Segundo o assessor da Diretoria de Ciência e Tecnologia da Seti, Sandro Valdecir Deretti Lemes, o PMO tem papel estratégico na consolidação da agroecologia e na promoção da responsabilidade socioambiental. “Ao integrar ciência, tecnologia e práticas sustentáveis de cultivo, o programa Paraná Mais Orgânico fortalece a transição de agricultores familiares para sistemas produtivos mais equilibrados e ambientalmente sustentáveis”, afirma.

Ele destaca a importância da integração entre teoria, pesquisa e setor agrícola. “O programa leva o conhecimento científico de forma prática aos produtores rurais, o que gera impacto positivo no campo e consolida o compromisso governamental com a produção orgânica e o desenvolvimento rural, sem perder de vista a integração entre ciência e sustentabilidade”, explica o assessor, que é responsável pela articulação do PMO entre as instituições envolvidas.

ATUAÇÃO – Os núcleos de certificação atuam diretamente com os produtores rurais, oferecendo assistência gratuita em todas as etapas do processo. As equipes realizam visitas técnicas, avaliam as propriedades e elaboram planos de manejo personalizados, conforme a legislação vigente, apontando melhorias e soluções para adequar a produção ao sistema orgânico. Esse acompanhamento no campo, orientado por princípios científicos, contribui para elevar o padrão de qualidade dos alimentos e reduzir os impactos ambientais da agricultura.

As unidades de atendimento estão distribuídas em pontos estratégicos do território paranaense: Bandeirantes e Londrina, no Norte; Marechal Cândido Rondon, no Oeste; Francisco Beltrão, no Sudoeste; Guarapuava, no Centro-Sul; Ivaiporã, no Vale do Ivaí; Maringá e Umuarama, no Noroeste; Paranaguá, no Litoral; Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba; e Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Essa capilaridade assegura a presença técnica e científica próxima aos agricultores, ampliando a capacidade de disseminação de práticas agroecológicas.

AÇÕES CONSECUTIVAS – Na estrutura do programa os núcleos das universidades estaduais e do IDR-Paraná realizam o trabalho de orientação inicial e de assistência técnica e extensão rural para os produtores paranaenses. Já o Tecpar conduz a etapa final do processo, que consiste nos procedimentos de auditoria e emissão gratuita do certificado. Credenciado junto ao Mapa, o instituto garante a conformidade dos produtos com os padrões rigorosos do setor, assegurando a autenticidade e a rastreabilidade da produção.

RESULTADOS – Desde o primeiro ciclo do PMO, em 2009, as universidades estaduais têm sido protagonistas na formação técnica, na pesquisa aplicada e na disseminação do conhecimento científico voltado à agricultura orgânica. Segundo uma prévia do balanço da fase atual, que começou em julho de 2023, foram emitidas 787 certificações por meio do programa. A expectativa é alcançar a meta de 1.073 certificações até o final de 2025 e beneficiar 1.230 produtores rurais.

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