Fundo Paraná aplicará recursos em projetos de tecnologia assistiva 05/04/2013 - 18:30

Os membros do Conselho Paranaense de Ciência e Tecnologia (CCT PARANÁ) definiram que a partir de 2013 projetos e ações que se enquadrem na área de tecnologia assistiva passam a integrar o quadro de áreas prioritárias para receber apoio e financiamento da Unidade Gestora do Fundo Paraná. A previsão orçamentária para o próximo ano prevê uma aplicação de cerca de 70 milhões em projetos estratégicos que contemplem as 12 áreas consideradas importantes para o investimento.

“A tecnologia assistiva irá abranger uma série de produtos, serviços, técnicas, metodologias e práticas que possibilitem uma maior autonomia e qualidade de vida para pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida”, afirmou o secretário Alípio Leal.

Segundo o Censo, 23,91% da população brasileira apresentam algum tipo de deficiência. No Paraná foi criado um Grupo de Trabalho, “Viver Sem Limite”, para acompanhar a execução de políticas públicas de atenção, proteção e promoção da pessoa com deficiência no Estado. A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior integra o GT com a representação dos conselheiros Denise Xavier Messias e Raphael Herbert Kock (suplente).


As instituições de ensino superior do Estado desenvolvem várias ações de caráter permanente e outras temporárias que passam a integrar uma proposta da SETI para a efetivação de políticas públicas voltadas para transformar a realidade brasileira neste segmento. A principal estratégia dos projetos extensionistas das universidades é favorecer a inclusão social e propiciar autonomia para pessoas com deficiência.

“As universidades do estado do Paraná contribuem muito para a mudança de alguns conceitos tornando a sociedade mais igualitária”, destaca Denise Messias. No sistema que integra as universidades existem 26 projetos de caráter permanente e 23 outras ações que se desenvolvem dentro de um cronograma de atividades para eliminar barreiras e favorecer o acesso a bens e serviços.

O projeto Órtese e Prótese, desenvolvido na UNICENTRO, é um exemplo de projeto permanente que envolve a tecnologia assistiva. Credenciado pelo SUS desde 2012 o projeto atendeu no ano passado uma população de aproximadamente 67 mil pessoas. O acompanhamento é feito por professores e alunos dos cursos de enfermagem, Fisioterapia, Serviço Social, Psicologia e Nutrição.

A educação bilíngue também está entre os projetos permanentes e é uma das ações desenvolvidas nas universidades estaduais do Paraná. Existe um compromisso das instituições de ensino brasileiras no sentido de tornar a educação bilíngue uma realidade no país. Para que isto aconteça é necessário formar professores, profissionais e tradutores-intérpretes de Libras. A primeira estratégia foi contratar profissionais para ministrar aulas nas universidades do estado Paraná, e na sequência uma revisão dos currículos para agregar a disciplina Língua Brasileira de Sinais – Libras.

Outra iniciativa adotada envolve a criação de programas de acessibilidade que passaram a fazer parte do cotidiano das universidades. Com a perspectiva de garantir o acesso pleno de pessoas com deficiência às instituições estaduais de ensino superior (IEES) os programas desenvolvem ações para eliminar barreiras comportamentais, pedagógicas, arquitetônicas e de comunicação para facilitar a integração das pessoas com deficiência com o meio acadêmico.

A prática do estágio em instituições que atendem pessoas com deficiência contribui para a formação dos novos profissionais das áreas de saúde e educação. Alunos e professores dos cursos de Educação Física e Pedagogia da UEPG desenvolvem estágio no Centro de Equoterapia dos Campos Gerais “Horse Life”. A prática terapêutica desenvolvida com a equoterapia tem o objetivo de contribuir com a reabilitação física, psíquica e motora e trabalhar com a reeducação de crianças com necessidades especiais em decorrência de diferentes distúrbios.

Projetos que contribuem para a reabilitação física, ações que valorizam a prática de atividades esportivas e competitivas, programas de apoio e promoção escolar, inclusão digital e a valorização da prática dos direitos sociais na efetivação da cidadania contemplam os quatro eixos principais do Plano Nacional que prevê o desenvolvimento de políticas públicas para pessoas com deficiência. “A Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior através da valorização destas ações contribui para a discussão de uma proposta única do GT – Viver sem Limite no Paraná que irá subsidiar a elaboração do Plano Diretor dos Direitos da Pessoa com Deficiência no Paraná ”, afirma Denise Messias.