João Carlos fala sobre educação, tecnologia e inovação em simpósio na Austrália 12/03/2014 - 12:40

Austrália 2O secretário da Ciência , Tecnologia e Ensino Superior, João Carlos Gomes afirmou nesta terça-feira (11/03), ao participar do Melbourne – Latin America Education Symposium, na Austrália, que o Paraná tem um sistema de ensino superior integrado e representativo na produção científica brasileira. “ Queremos tornar o nosso Estado uma área de excelência na tecnologia e inovação e para isso o Governo do Paraná investe no ensino superior”, disse ele para um grupo formado por representantes governamentais, pesquisadores, professores e alunos de universidades e instituições de formação profissional de toda América Latina e do Estado de Victoria, na Austrália.

João Carlos destacou a organização do sistema de ensino superior público do Brasil e especialmente do Paraná. “Com 5.665 programas e cursos de pós-graduação o sistema universitário público do Brasil é responsável por 2,7% dos artigos publicados em revistas indexadas, o que coloca o Brasil na 13ª posição mundial na produção do conhecimento”, ressaltou o secretário. São cerca de seis milhões de alunos matriculados em mais de 29 mil cursos de graduação presenciais.

Ao apresentar a estrutura do ensino superior público do Paraná, João Carlos ressaltou o processo de interiorização do ensino superior com a presença das ações desenvolvidas pelas universidades estaduais em toda a área compreendida pelo Estado. João Carlos lembrou, também, que o governo estadual mantém sete universidades, com 100 mil alunos. “Isso exige repasse orçamentário anual de quase U$ 800 milhões, investimento que precisa ter como contrapartida não apenas a graduação profissional e acadêmica, mas também um forte impulso à ciência e à pesquisa como suportes da inovação tecnológica e do desenvolvimento”, afirmou. As universidades paranaenses contam com 401 cursos, sendo 16 deles a distância. Além disso, dos 27 cursos nota 5 no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), 14 são de universidades estaduais. Com relação ao corpo docente, quase 50%, dos mais de 7,6 mil profissionais universitários, são doutores. “A inserção das universidades em toda a área que abrange o estado do Paraná e a produção científica desenvolvida no ambiente universitário contribui para a aceleração do desenvolvimento socioeconômico do nosso Estado”, disse o secretário.

O secretário abordou na sua palestra os aspectos que envolvem a inovação. “ O aumento da capacidade científica, tecnológica e de inovação se dá a partir do investimento em educação de qualidade em todos os níveis. Com a ampliação da formação de engenheiros, químicos, físicos e profissionais nas áreas científicas e tecnológicas promovemos um estímulo ao desenvolvimento industrial em diferentes setores”, disse João Carlos. Ao destacar a pesquisa brasileira que gera inovação o secretário ressaltou que o grande desafio do Brasil está no estabelecimento de vínculo entre a produção do conhecimento científico e tecnológico, que hoje está concentrado nas universidades, e a inovação tecnológica no setor empresarial.

PARCERIAS - O estado de Victoria realiza um processo de aproximação com o Paraná para desenvolver parcerias entre universidades, institutos de pesquisas e com instituições que desenvolvem o ensino técnico da Austrália e Brasil. Segundo Roger Frankel, Consul Honorário do Brasil em Melbourne, o Simpósio é o maior evento realizado na Austrália voltado especificamente para a América Latina. “ Trata-de se uma grande oportunidade para avançarmos nas relações de aproximação para atividades colaborativas de interesse econômico; e de intercâmbio na área educacional e de pesquisa”, destacou Frankel. Melbourne e o estado de Victória têm uma experiência significativa nos programas de pesquisa. Muitas destas pesquisas são direcionadas à América Latina.

Ao falar sobre as possibilidades do Paraná para a realização de intercâmbio nas áreas de pesquisa, educação superior, educação técnica e inovação o secretário João Carlos destacou que o Paraná vive nos últimos três anos o terceiro e mais importante ciclo de industrialização de sua história. “ É o mais expressivo processo pelo qual já passou o Estado. O resultado é um amplo processo de industrialização, com R$ 25 bilhões investidos. O número de empresas instaladas cresceu consideravelmente gerando muitos empregos”, afirmou o secretário. O índice de produção física industrial é o maior do Brasil. O desenvolvimento no setor industrial também está ligado ao processo de qualificação da educação nos seus diferentes níveis. Associado ao processo de industrialização estão outros segmentos que colocam o Paraná em destaque. O setor agrícola é um deles. “ O crescimento da produção agrícola no Paraná é superior à média nacional”, afirmou o secretário.

Ele também apresentou os programas de excelência da secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que envolvem o investimento em infraestrutura das universidades, qualificação dos docentes, apoio para projetos de pesquisa e a internacionalização das instituições de ensino superior. Destacou o Programa Paraná Inovador, Parque Tecnológico Virtual, Programa Universidade Sem Fronteiras e Tecnova Paraná.

O evento encerra na próxima sexta-feira (14/03) e reúne convidados do Brasil, Colômbia, Chile, México, Peru, Argentina e representantes de Organismos Financeiros Internacionais. Para o secretário João Carlos Gomes “ o Simpósio é uma oportunidade de explorar áreas de interesse comum como educação, planejamento urbano, meio ambiente e energias renováveis para estabelecermos um processo de cooperação mútua”. A cidade de Melbourne é um grande centro industrial e um dos principais polos econômicos da Austrália.

O secretário João Carlos Gomes participa do evento como convidado da organização do Simpósio, com apoio do governo australiano.