Parque Tecnológico Virtual integra universidades, empresas e governo
27/03/2013 - 16:35

work PGPromover a atração de investimentos para o Estado de forma diferenciada, atraindo empresas de base tecnológica, e desenvolver novos empreendimentos. Este é o objetivo principal do Parque Tecnológico Virtual do Paraná (PTV-PR), cuja base regional foi lançada nesta quarta-feira (27/3), em workshop realizado na Universidade Estadual de Ponta Grossa (auditório do PDE/Campus de Uvaranas). O projeto do governo do Estado, desenvolvido pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), e coordenado pelo Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar), foi apresentado a um público de mais de 300 pessoas, formado por pesquisadores, estudantes universitários, profissionais e empresários da região dos Campos Gerais.

Segundo o diretor-presidente do Tecpar, Júlio César Felix, o PTV-PR resulta da integração dos ativos de inovação tecnológica e empresas de base tecnológica do Paraná numa plataforma virtual desenvolvida para promover a cooperação entre empresas, governo, academia e entidades de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Ele destaca a participação fundamental das universidades como polos geradores de conhecimento e desenvolvimento das várias regiões do Paraná. “Trata-se de uma ferramenta a mais, que vai contribuir para a redução das desigualdades sociais ainda existentes no Estado, que, apesar de ser considerado rico, possui municípios com IDH (índice de desenvolvimento humano) menor que o índice de municípios de regiões historicamente pobres".

Para Júlio Felix, a partir dessa plataforma virtual, a atração e a criação de novas empresas de base tecnológica trazem ainda outros fatores positivos, como a formação de jovens empreendedores nas regiões de influência das universidades ou, ainda, o aumento da capacitação e qualificação profissional, voltada para a área tecnológica, agregando valor à mão de obra. “Temos que fazer com que os jovens tenham oportunidades e permaneçam na região”, disse, citando outros benefícios como o aumento da competitividade, fortalecimento das incubadoras tecnológicas, sistematização das empresas inovadoras de base tecnológica e integração das esferas de governo federal, estadual e municipal em torno de um projeto de desenvolvimento sustentável.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Leal, também ressalta o papel das universidades na interiorização do ensino superior do Estado, dizendo a integração das Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES) ao PTV-PR se apresenta como “a valorização de um patrimônio que é dos paranaenses e não pode ser deixado de lado”. Conforme o secretário, a rede de ensino superior do Estado, hoje composta por sete universidades, apresenta polos de excelência equiparados às instituições federais, e nem por isso tem recebido a atenção devida do governo federal. Nesse sentido, destacou a luta da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municiais (Abruem), presidida pelo reitor João Carlos Gomes, da UEPG, para incluir as instituições estaduais e municipais no orçamento da União.

Destacando as metas do governo para promover o desenvolvimento sustentado do Estado, o secretário Alípio Leal citou a assinatura do decreto que regulamenta a Lei Estadual de Inovação, em fevereiro, como uma conquista dos paranaenses, uma lei moderna, construída com a participação de todos os setores da sociedade, reunidos em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa. Soma-se a esse momento, também, a aprovação de projeto da Seti junto à Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para estimular e financiar a inovação nas pequenas e micro empresas de base tecnológica do Estado. Por meio do programa Tecnova, o Estado receberá R$ 15 milhões, devendo investir R$ 7,5 milhões de contrapartida. "A este valor, vamos colocar de forma voluntária mais R$ 7,5 milhões, totalizando R$ 30 milhões. As empresas poderão se habilitar a receber subvenções, com projetos que variam de R$ 120 mil a R$ 400 mil", explica Alípio.

“Não temos dúvida que este é um projeto de suma importância para o desenvolvimento da UEPG, do Estado e do Brasil”, observa o reitor João Carlos Gomes, citando estatísticas que colocam o Brasil na 13ª posição mundial na produção de artigos científicos e na 59ª colocação no registro de patentes. “Essa disparidade precisa ser atacada", disse o reitor da UEPG, falando do momento oportuno de lançamento do PTV-PR, integrando esforços da academia, das empresas e do governo. Trazendo o tema para a UEPG, destacou que há dois anos a instituição tinha apenas um registro institucional de patente e outros 15 como resultado do esforço de seus pesquisadores. “A partir da criação da nossa Agência de Inovação e de mecanismos de incentivo à inovação, registramos nesses dois anos um crescimento significativo, hoje com 30 depósitos de patente registrados e mais 12 em trâmite”.

O vice-prefeito de Castro, Marcos Bertolini, ressaltou como fundamental o aspecto da interiorização da política de ciência, tecnologia e inovação do Estado. “É importante para que o conhecimento seja pulverizado, seja levado aos municípios menores, dando condição de desenvolvimento a todos”, disse. Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Sérgio Leopoldo, existe o conhecimento gerado na academia que não chega à sociedade, da mesma forma as demandas das empresas e da sociedade, na maior parte das vezes, não chegam à universidade. “A associação pode se constituir num elemento de ligação entre esses interesses”, disse, disponibilizando o espaço da Acipg para novos encontros regionais do PTV-PR.

PTV - O Parque Tecnológico Virtual é um modelo de plataforma que permite que os agentes interajam em ambiente comum de gestão e inteligência competitiva. É aberto à participação de instituições de pesquisa, parques, universidades, centros de promoção de empreendedorismo, incubadoras de municípios paranaenses. A ideia é atrair e trabalhar no desenvolvimento e na fixação de empresas de base tecnológica. Para as empresas que aderirem à plataforma, há o benefício do uso de serviços tecnológicos credenciados e do acompanhamento de um parque tecnológico, uma incubadora ou núcleo de inovação. São as denominadas instituições âncoras.

A próxima edição da ‘Workshop Regional Parque Tecnológico Virtual do Paraná – PTV Paraná’ ocorre em 4 de abril (quinta-feira), no Polo de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Curitiba/Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR). Na série de eventos realizados no interior do Estado, o workshop passou por Cascavel, Londrina, Maringá, Guarapuava, Jacarezinho e Ponta Grossa, sempre no espaço das universidades estaduais (Unioeste, UEL, UEM, Unicentro, Uenp, UEPG e Unespar).
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