Rede colaborativa de universidades oferece testes de detecção de metanol em bebidas 15/10/2025 - 08:30
A tecnologia de ressonância magnética nuclear está sendo usada por universidades do Paraná para prevenir intoxicações por metanol em bebidas. As análises fazem parte do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Ressonância Magnética Nuclear (RMN) coordenado pela Fundação Araucária, instituição vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, já foram realizados mais de 300 testes laboratoriais em amostras coletadas pela população, todos com resultado negativo para contaminação por metanol.
A ação conta também com a participação de equipes dos laboratórios de ressonância magnética nuclear das universidades estaduais de Londrina (UEL), de Maringá (UEM) e de Ponta Grossa (UEPG), que integram a rede de pesquisa e inovação do Napi RMN. Com atendimento aberto para toda a comunidade, qualquer cidadão pode agendar os testes e levar as amostras de bebidas para análise nos laboratórios dessas instituições de ensino superior, com resultado imediato.
“Somente realizando o teste químico é que podemos constatar a presença ou não de metanol. Utilizamos os espectrômetros de Ressonância Magnética Nuclear dos laboratórios e o resultado sai em um minuto”, explica o professor da UFPR, Anderson Barison, que atua como articulador do Napi RMN. “A análise é feita colocando-se 0,5 ml da bebida em um tubo de RMN, que parece com uma caneta. Esse tubo com a amostra é colocado então no equipamento que fornece uma espécie de gráfico, chamado espectro de RMN, contendo informações de todas as substâncias presentes na amostra”, detalha o pesquisador.
Caso seja detectada contaminação, o protocolo prevê o acionamento da Polícia Civil e da Polícia Federal, além de autoridades de saúde pública, assegurando a rastreabilidade e a segurança pública.
CIÊNCIA A SERVIÇO DA SOCIEDADE – O Napi RMN atua de forma integrada com órgãos de controle, vigilância sanitária e forças de segurança, a fim de oferecer análises que assegurem a autenticidade, pureza e qualidade de produtos como alimentos, bebidas, defensivos agrícolas e medicamentos. Além de prevenir riscos à saúde, o objetivo é contribuir para combater falsificações e fortalecer cadeias produtivas, para que produtos seguros cheguem à população. Esse arranjo de pesquisa reúne laboratórios das quatro instituições de ensino superior, com equipamentos de alta precisão e pesquisadores especializados.
“O fomento da Fundação Araucária garante que todos os espectrômetros de RMN do Estado estejam em pleno funcionamento e, com isso, possamos devolver o investimento a população na forma de serviços de alta qualidade”, enfatiza Barison.
Em situações de crise como na pandemia de Covid-19 e agora na intoxicação por metanol, o NAPI RMN oferece análises totalmente gratuitas à população, garantindo assim o uso seguro de bebidas e o uso eficiente de sanitizantes e medicamentos à base de álcool em gel no combate a proliferação doenças.
“O Napi RMN é um exemplo de como a ciência e a tecnologia podem gerar benefícios diretos à população, ao mesmo tempo em que impulsionam a economia e a inovação”, enfatiza o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa.
ARRANJOS DE PESQUISA – Os Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (Napis) são redes colaborativas de ciência, tecnologia e inovação coordenadas pelo Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária. A iniciativa articula pesquisadores, universidades, empresas, órgãos públicos e a sociedade civil em torno de grandes desafios estratégicos do Estado.
Serviço:
O que: Teste para verificação de contaminação por metanol
Onde: Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear da UFPR, em Curitiba
Como: mediante agendamento pelo e-mail labrmn@ufpr.br ou pelo (41) 92002-4838
Quanto: Gratuito








