Soluções tecnológicas desenvolvidas na UEM conquistam patentes 18/11/2020 - 17:14

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) desenvolveu uma tecnologia inovadora de reciclagem mecânica de embalagens multicamadas, um processo relativamente simples, rápido e econômico. As embalagens multicamadas são usadas em pacotes de salgadinhos, biscoitos e café, por exemplo. Elas geram impacto ambiental.

A solução é fruto da pesquisa de doutorado da professora do Departamento de Engenharia Mecânica, Silvia Luciana Fávaro Rosa. O estudo resultou na concessão de uma carta-patente, publicada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em junho deste ano. A pesquisa teve início há mais de dez anos, quando a professora ainda era aluna do Programa de Pós-Graduação em Química da UEM.

Esse foi um dos 11 projetos desenvolvidos na UEM que conquistaram concessões de patentes em 2020. O professor Luiz Fernando Cótica, coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) afirma que a Universidade acumula, ao longo da história, a concessão de 30 cartas-patente, das quais 28 estão vigentes e duas já são de domínio público. “Além disso, temos quatro pedidos deferidos, aguardando apenas a concessão”, sinaliza.

Muitas pesquisas acadêmicas podem gerar benefícios para a sociedade, a partir de processos de transferência de tecnologia. Tomando como base o estudo da professora Silvia, por exemplo, as embalagens multicamadas poderiam ser reaproveitadas na produção de para-choques e outras peças internas para veículos, ao invés de lixões.

O processo de reciclagem desenvolvido pela cientista resulta na produção de um material de alta resistência ao impacto e com diversas aplicações. “Todo o processo é mecânico, sem utilização de reações químicas e, portanto, além de ser economicamente vantajoso, não gera resíduo”, destaca a pesquisadora.

NOVO MEDICAMENTO – Um composto inédito de base natural, cujos testes indicam alta eficiência no combate ao protozoário causador da Leishmaniose, pode entrar na linha de produção de um novo medicamento com vantagens sobre os fármacos utilizados atualmente. O projeto também foi contemplado com uma carta-patente, concedida em outubro deste ano.

O estudo foi realizado com a participação de pesquisadores da UEM e da Universidade Federal de Goiás (UFG), combinando química experimental com avaliação de atividade biológica. A substância encontrada é uma tiossemicarbazona, usando como matéria-prima de síntese um composto natural presente nas cascas de frutas cítricas como limões, laranjas e tangerinas.

“Os novos agentes antileishmania demonstraram baixa toxicidade para as células do organismo de mamíferos em relação ao tratamento convencional da Leishmaniose, que utiliza fármacos altamente tóxicos. As moléculas, que são de fácil produção e matéria-prima de baixo custo, também se mostraram eficazes na inibição do protozoário, equiparado às drogas utilizadas nos tratamentos convencionais”, explica Cleuza Conceição, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.

Segundo a pesquisadora, existe forte demanda por novos fármacos que possam ser administrados por via oral e que apresentem menor toxicidade e menor duração de tratamento.

TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA – O NIT da UEM pretende atuar como uma instância de planejamento e ação estratégica, a fim de facilitar a interface com o mercado. Esse apoio tem como objetivo a definição de processos e modelos de negócios para aplicar o conhecimento científico no mercado. A ideia é proporcionar suporte aos pesquisadores, principalmente em relação à proteção da propriedade intelectual.

Para o assessor de Inovação Tecnológica da UEM, Marcelo Farid, além de estimular o avanço da Ciência, a geração de inovação, a partir da transferência de tecnologia, produz ganhos para as instituições de ensino e pesquisa, incluindo a possibilidade de compensação financeira. “A proposta é fazer o mapeamento de competências e criar oportunidades para firmar parcerias”, pontua.

Todos os detalhes dos projetos desenvolvidos na UEM estão disponíveis no Portfólio de Tecnologias, no site da instituição. Clique aqui para acessar o catálogo digital.